sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Fiesp reduz para 10% previsão de crescimento da indústria para 2010

Fernando Taquari | De São Paulo
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) revisou para baixo sua previsão para o crescimento do Indicador de Nível de Atividade (INA) do setor neste ano. Depois de um desempenho abaixo das expectativas em agosto, a entidade acredita que a indústria paulista de transformação terá uma expansão de 10% em 2010.
Para registrar um avanço de 11%, conforme a estimativa feita anteriormente, o setor precisaria crescer nos últimos quatro meses do ano a uma taxa média de 1,7%, o que na opinião de Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp, não será possível.
"Não vamos andar nesse ritmo, que seria o mesmo verificado no primeiro trimestre de 2010, quando tivemos um aumento da produção após as turbulências provocadas no fim de 2009 pela crise financeira mundial", afirmou Francini. Segundo ele, a indústria deve crescer entre setembro e dezembro a uma taxa média de 0,7%.
"De qualquer maneira, os números são positivos e mostram um crescimento disseminado por todos os setores da indústria", acrescentou o diretor da Fiesp. Se confirmada a previsão de 10%, será o segundo melhor resultado da série histórica, atrás apenas do índice registrado em 2004 (13,1%).
Em agosto, o INA teve alta de 0,4% na série com ajuste sazonal. Sem ajuste, o avanço foi de 2,8%. Francini reconheceu que o resultado do mês passado veio um pouco abaixo do esperado. No entanto, frisou que a indústria segue numa trajetória de estabilidade e por isso não vê motivo para preocupação. No mês passado, os destaques ficaram por conta dos setores de alimentos e bebidas (2,1%), minerais não-metálicos (2,3%) e máquinas e equipamentos (1,6%).
O diretor da Fiesp ainda manifestou preocupação com a lenta recuperação da crise mundial dos países desenvolvidos. Na tentativa de superar esses obstáculos, alguns mercados estariam despejando sua produção em países onde há demanda, como é o caso do Brasil.
Esse processo teria um efeito dominó sobre a economia brasileira, com o aumento no fluxo de importações, reduções nas vendas internas e externas e o acúmulo de estoques nas fábricas. Se essa tendência permanecer, Francini prevê que as empresas devem começar a sentir algum efeito num prazo de seis meses a um ano.
Valor Econômico

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