terça-feira, 30 de novembro de 2010

METADE DAS INDÚSTRIAS PAULISTAS JÁ IMPORTA

Com o real valorizado em relação ao dólar, uma em cada duas indústrias paulistas importa máquinas, insumos e até produtos prontos de vários lugares do mundo, principalmente da Ásia. Só este ano, 17% das empresas do setor passaram a trazer mais produtos e equipamentos do exterior, enquanto 3% começaram a importar no período.
Pesquisa inédita da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) indica que 55% das fábricas já se abastecem no exterior, em detrimento do fornecedor local. A entidade ouviu 354 empresas de todos os tipos e tamanhos instaladas no Estado. "Estamos sob efeito de uma constelação de fatores adversos que achata a competitividade e ameaça a produção doméstica", afirma o diretor do departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini.
Boa parte das empresas paulistas que recorre ao exterior está em busca de insumos mais baratos. De acordo com o levantamento, 66% das companhias importa, preferencialmente, matérias-primas, 20% trouxe máquinas e equipamentos e 23% importou produtos acabados.
Os porcentuais variam um pouco conforme o porte da empresa. Entre as grandes companhias, o porcentual de empresas que importa máquinas e equipamentos sobe para 34%. Entre as pequenas companhias, acaba sendo mais fácil já trazer o produto pronto do exterior e apenas distribuir. A pesquisa apontou que 29% das pequenas empresas paulistas trazem produtos prontos de fora do País.
Os empresários responsabilizam, entre outros fatores, o real forte pela falta de competitividade do produto nacional. Segundo Francini, o yuan chinês está subvalorizado em 40% em relação ao dólar, enquanto o real estaria sobrevalorizado em 42%. "Não tem eficiência produtiva que seja capaz de vencer o desafio de produzir por metade do valor", argumenta o executivo.
Polêmica
Mas a questão não é simples. Para o ex-ministro Mailson da Nóbrega, a taxa de câmbio piora a situação, mas não é a causa da desvantagem brasileira. "A questão sobre o câmbio é uma medida escapista", diz Mailson. "Ela desvia a atenção do problema central, que são as condições desiguais de infraestrutura, sistema tributário, legislação trabalhista e taxa de juros."
O economista Eduardo Giannetti da Fonseca afirma que a maneira certa de lidar com o câmbio forte não é protegendo a indústria, mas melhorando a competitividade. "Há muita coisa que podemos fazer aqui dentro para reduzir o custo em dólar do que é produzido no Brasil".
Ele sugere reduzir os tributos sobre a folha de pagamento. "É um peso maior do que o do câmbio sobrevalorizado", avalia. "Se reduzíssemos esses tributos, nem que seja substituindo-os por outros que não incidem sobre custo de produção, vamos dar uma enorme ajuda à indústria nesse momento difícil."
Fonte: O Estado de S. Paulo

Confiança da indústria diminui em novembro, aponta FGV

SÃO PAULO - A confiança da indústria recuou em novembro e apresentou a leitura mais baixa desde o penúltimo mês de 2009. O indicador que mede esse sentimento ficou em 112,7 pontos agora, contra os 114 pontos de outubro e os 109,6 pontos de novembro do ano passado. Os dados respeitam ajuste sazonal.
Dos componentes do Índice de Confiança da Indústria (ICI), o Índice da Situação Atual (ISA) declinou 0,3% na base mensal, ficando em 114,7 pontos em novembro, e o Índice de Expectativas caiu 1,9%, de 112,9 pontos para 110,7 pontos entre um mês e outro.
De um universo de 1.192 empresas sondadas, 35,9% avaliam a situação atual dos negócios como boa e 13% consideraram o contrário. Em outubro, essas parcelas correspondiam a 32,7% e 7,2%, na ordem.
Quanto às perspectivas para o ambiente de negócios nos próximos seis meses, 51,7% dos entrevistados esperam melhora e 3,6% projetam o oposto, contra 59,7% e 4% contemplados na pesquisa antecedente.
A FGV mostrou ainda que o nível de utilização da capacidade instalada da indústria (Nuci) saiu de 85,2% em outubro para 84,5% um mês depois, significando a menor marca desde março deste ano (84,3%).
Valor

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Comércio exterior: Venda externa de manufaturados caiu 17%, e a atividade industrial encolheu 0,96% no 3º trimestre

Marta Watanabe | De São Paulo
A perda nos volumes de exportação é uma das causas da desaceleração recente do ritmo de produção da indústria. O cruzamento dos dados de exportação de manufaturados e produção local mostra uma forte queda do primeiro indicador e uma pequena retração no segundo.
Dados da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) indicam que o volume de exportação de manufaturados no terceiro trimestre de 2010 foi 17% inferior ao registrado no mesmo período de 2008. Na mesma comparação, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve queda de 0,96% na produção física total da indústria, embora as vendas do comércio varejista tenham subido 17%.
Os setores industriais com alta intensidade exportadora (que obtêm no exterior mais de 20,4% de suas receitas totais) sofreram menos - sua produção física caiu 0,2% no mesmo período. As indústrias de baixa intensidade exportadora sentiram mais dificuldades para manter seus negócios no exterior e registraram queda de 1,07% na produção do terceiro trimestre de 2010 em relação a igual período de 2008, quando a economia mundial ainda não havia entrado em crise.
Alguns segmentos, porém, estão com a produção física bem abaixo dessas médias, na mesma base de comparação. É o caso da indústria de produtos de metal, setor que teve queda de 23,6% nos volumes exportados e cuja produção física caiu 4,1%. Em máquinas e equipamentos, houve redução maior na produção física, com queda de 6,5%. No mesmo período, os volumes embarcados pelo segmento caíram 22,8%. No setor de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações, onde o total vendido ao exterior despencou 37,4%, a produção física diminuiu 22,3%.
"Os dados do terceiro trimestre mostram que ainda não há uma superação de forma consistente da produção física industrial de 2008", diz André Macedo, gerente da pesquisa industrial mensal do IBGE. Isso deve-se, acredita, a um cenário diferente entre os dois períodos em termos de exportação e importação. Isso tem afetado de forma diferente a produção, mesmo que com um nível de atividade no terceiro trimestre de 2010 muito próximo ao do mesmo período de 2008. Macedo lembra que a indústria não sustentou o ritmo de produção do primeiro trimestre de 2010, quando houve forte influência de medidas anticíclicas, como a redução de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para alguns segmentos.
Fábio Silveira, sócio da RC Consultores, acredita que a queda das exportações pode explicar parte da inibição de nível de produção em alguns segmentos. "O Brasil não consegue exportar os mesmos volumes em manufaturados e o crescimento do mercado doméstico nem sempre consegue suprir a lacuna das exportações das indústrias", diz o economista. Além disso, explica, as indústrias estão sofrendo no mercado interno a concorrência com os importados.
A penetração dos importados no consumo doméstico aumentou de 16,7% no terceiro trimestre de 2008 para 20,3% no período de julho a setembro deste ano segundo série da LCA Consultores, lembra Bráulio Borges, economista-chefe da consultoria. Embora a participação de produtos estrangeiros no mercado interno esteja afetando a atividade industrial, explica, as exportações também estão fazendo diferença em alguns segmentos.
Borges usa o exemplo do setor de automóveis. Ele lembra que, de acordo com os dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o número de veículos produzidos aumentou 3,5% no terceiro trimestre de 2010, na comparação com julho a setembro de 2008. No mesmo período, as exportações do setor tiveram alta de 9,7% e as vendas no mercado interno cresceram 2,3%.
Em igual comparação, observa Borges, as importações cresceram em ritmo acelerado, atingindo 45,9%. Segundo seus cálculos, caso as importações tivessem se mantido no mesmo patamar do terceiro trimestre de 2008, com crescimento zero, a produção das montadoras nacionais teria crescido muito mais: 9,3%. Se as exportações tivessem ficado no mesmo nível (sem crescimento), porém, a produção teria crescido apenas 1,8% em vez dos 3,5%.
Borges lembra que o setor automobilístico tem grande coeficiente de exportação. Na média dos últimos 12 meses, diz o consultor, a participação da exportação na produção nacional do setor foi de 21%. A média geral da indústria brasileira é de 12%.
De acordo com dados do IBGE, a produção física de veículos automotores teve elevação de 1% no terceiro trimestre de 2010, na comparação com julho a setembro de 2008. No mesmo período, o volume de exportação de automotores, reboques e carrocerias teve redução de 19%, segundo a Funcex. Ao mensurar a produção física, o IBGE pondera o valor adicionado dos itens fabricados pela indústria, cálculo diferente do da Anfavea. A Funcex faz ponderação semelhante ao medir o volume de exportação.
Fernando Sarti, professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), acredita que o efeito das exportações no nível de produção das indústrias não atinge os setores de forma simétrica. Ele diz que em alguns segmentos a concorrência com os importados no mercado interno pesou bem mais. "Em segmentos como têxteis e calçados, por exemplo, a exportação é menos representativa." Nesses segmentos, acredita, a penetração dos produtos estrangeiros no consumo doméstico é que tem inibido a recuperação da indústria.
"O efeito da queda das vendas ao exterior na produção física industrial tende a fazer maior diferença nos setores em que o coeficiente de exportação é maior", explica Sarti. Ele cita como exemplos os segmentos metalúrgico e automobilístico. "Mesmo nesses setores, porém, a competição com os importados também tende a ser um fator importante."
Segundo dados da Funcex, o volume de exportação do setor de metalurgia básica caiu 20,3% de julho a setembro deste ano, na comparação com o terceiro trimestre de 2008. No mesmo período, a produção física da metalurgia básica caiu 6,8%.
Silveira diz que o câmbio faz a grande diferença, tanto para a questão das importações quanto dos embarques. A valorização do real frente ao dólar torna o custo da produção interna mais alto e faz o produto estrangeiro chegar ao país mais atraente. Ao mesmo tempo, há a perda de rentabilidade das exportações. "Os exportadores ainda estão tendo recuperação em termos de receitas em função da valorização dos produtos embarcados", diz. Mas essa recuperação, lembra, é muito influenciada pela valorização de produtos agropecuários, como frango, suco de laranja e açúcar, por exemplo. "Não sabemos até quando essa valorização irá continuar."
Fonte: Valor Econômico

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Empresas foram autuadas por não cumprimento de acordo coletivo

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) começou em outubro a fiscalização nas empresas para averiguar o cumprimento da convenção coletiva referente a prensas mecânicas e hidráulicas e equipamentos similares. No período de 18 a 22 de outubro, 41 empresas, que haviam sido notificadas em junho, foram fiscalizadas. A fiscalização constatou que 15 estão com Programa de Prevenção de Riscos em Prensas e Equipamentos Similares (PPRPS) elaborados, 31 receberam auto de infração por não cumprimento da convenção e ou não cumprimento de Normas Regulamentadoras (NRs).
A convenção coletiva reúne os setores metalúrgico, mecânico e térmico de Joinville. O acordo assinado em abril prevê que todas as cerca de 1.300 empresas dos setores, usuárias de prensas mecânicas e hidráulicas e equipamentos similares abrangidas pela convenção, devem instalar dispositivos de proteção ao trabalhador para promover a sua saúde e segurança. Para isso foi estabelecido um cronograma para elaboração e implementação do PPRPS que começou a valer na data da assinatura da convenção.
De acordo com Ricardo Bessa Albuquerque, auditor-fiscal do MTE, a fiscalização das empresas continua e faz parte da rotina de trabalho do Ministério. “Todas as empresas dos setores envolvidos, independente de serem associadas ou não aos sindicatos, terão de cumprir o que determina o documento”, lembra Albuquerque.
Com o objetivo de capacitar os técnicos para que possam avaliar os principais riscos de acidentes em prensas e similares e nas medidas de controle necessárias para eliminar, reduzir ou neutralizar tais riscos, o Ministério do Trabalho e Emprego, por intermédio da Fundacentro e a Associação Catarinense de Engenheiros de Segurança do Trabalho (Acest), promovem o curso Programa de Prevenção de Riscos em Prensas e Similares. O curso será nos dias 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, no Senai. Em 2011, a Fundacentro e o Cerest realizam um Seminário sobre segurança, proteção e máquinas.

Quem assinou o acordo:
Pelos empregados:
Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos na Fundição, na Siderurgia e na Indústria do Material Elétrico de Joinville
Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Refrigeração Aquecimento e Tratamento de Ar, Indústrias de Compressores Herméticos para Refrigeração e Indústrias de Artigos e Equipamentos Odontológicos, Médicos e Hospitalares de Joinville
Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias e Oficinas Mecânicas de Joinville e Região.
Pelos empregadores:
Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e do Material Elétrico de Joinville (Sindimet)
Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar, de Compressores Herméticos para Refrigeração e de Artigos e Equipamentos Odontológicos, Médicos e Hospitalares de Joinville (Sinditherme)
Sindicato da Indústria Mecânica de Joinville e Região (Sindimec)
Entidades:
Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Santa Catarina
Fundacentro/SC (Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho)
Cerest/Joinville (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador da Macro-Região de Joinville).
Mais informações:
Ministério do Trabalho e Emprego - Ricardo Bessa Albuquerque – 3422-0715

Arrecadação federal em outubro bate recorde pelo 13º mês consecutivo

A arrecadação de impostos e contribuições pelo governo federal, em outubro, bateu recorde pelo décimo terceiro mês consecutivo. Segundo a Receita Federal, R$ 74,425 bilhões entraram no caixa do governo no mês passado.
A quantia é 2,89% superior ao montante registrado em outubro do ano passado, levando em conta a inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
De janeiro a outubro, a arrecadação somou R$ 658,319 bilhões, alta real de 11,87% em relação ao mesmo período de 2009, ou seja, com a correção pelo IPCA.
Apesar do recorde, o crescimento da arrecadação perdeu força em outubro. Se forem consideradas apenas as receitas administradas pela Receita Federal, que exclui dividendos de estatais e royalties, o crescimento real de janeiro a outubro foi de 11,23%. De janeiro a setembro, a alta acumulada foi de 12,23%.
De acordo com a Receita, o resultado decorreu fundamentalmente da recuperação dos indicadores econômicos. De dezembro de 2009 a setembro deste ano, a produção industrial cresceu 13,68%, o volume geral de vendas aumentou 14,20% e a massa salarial ficou 12,01% maior.
Portal Economia SC

Corrêa e Côrte tomam posse na CNI, ao lado de Robson Braga

O presidente da FIESC, Alcantaro Corrêa, e o 1º vice-presidente da entidade, Glauco José Côrte, tomaram posse no último dia 17, nos cargos de vice-presidente e diretor, respectivamente, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A entidade nacional da indústria brasileira passa a ser comandada pelo empresário mineiro Robson Braga de Andrade, que classificou o dólar desvalorizado como o problema mais urgente a ser resolvido no Brasil.
Em seu discurso de posse, defendeu a necessidade de um regime de urgência na adoção de reformas estruturais no governo Dilma Rousseff, vitimadas, segundo ele, "pelo mais nocivo corporativismo e pelo mais deletério fisiologismo". A proposta de rapidez nas reformas tributária, trabalhista, previdenciária e política foi feita na solenidade de posse, na noite desta quarta-feira, 17 de novembro.
"Pagamos um alto preço por postergar a realização das reformas estruturais no passado um pouco mais distante; pagamos preço elevado por fazê-las apenas parcialmente no passado recente; pagaremos um preço ainda mais alto se não as fizermos agora", enfatizou Andrade para uma platéia de mais de mil convidados no Centro de Convenções Brasil XXI, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Alinhou "quatro pilares fundamentais" na agenda das reformas a ser cumprida no próximo governo: imposição de limites às expansão dos gastos correntes; revisão do sistema de vinculação de despesas; implantação de critérios de eficiência aos programas governamentais e adoção de um sistema previdenciário adequado à elevação da expectativa de vida da população.
O presidente da CNI apontou a reforma tributária como a principal prioridade, com o objetivo de desonerar completamente os investimentos e as exportações e simplificar e reduzir a burocracia do sistema tributário.
A reforma trabalhista, na sua visão, é necessária para eliminar incertezas legais, reduzir os custos do trabalho e estimular a criação de empregos. A reforma política, por sua vez, de acordo com Robson Braga de Andrade, "é essencial diante da constatação de que a qualidade da governança pública e do sistema de decisões políticas é crucial para o adequado funcionamento da economia e da sociedade".
"Fazer o que precisa ser feito, com coragem e determinação, eliminando obstáculos muitas vezes endêmicos na vida política e econômica do nosso país é a melhor forma de ampliar a nossa competitividade", destacou o presidente da CNI.
Robson Braga de Andrade é o 13º presidente da CNI. Mineiro de São João Del Rey, preside a Orteng Equipamentos e Sistemas, empresa sediada em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, que produz equipamentos para os segmentos de energia, petróleo, gás, mineração, siderurgia, saneamento, telecomunicações e transportes.
Fonte: Fiesc

Indústria produz abaixo do esperado em outubro, diz CNI

A produção da indústria cresceu abaixo do esperado em outubro último, aponta a pesquisa Sondagem Industrial, divulgada nesta quarta-feira, 24, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A produção subiu de 53 para 53,6 pontos entre setembro e outubro, mas a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) caiu de 50,4 pontos em setembro para 48,9 pontos no mês passado, puxada pelas pequenas indústrias, fugindo ao habitual no período, como confirma o economista da CNI Marcelo Azevedo. "As fábricas estavam preparadas para uma produção maior", completa ele.
Valores acima de 50 pontos da UCI indicam evolução ou expectativa positiva. A UCI abaixo do usual indica que a indústria esperava um crescimento maior da produção no período, caracterizado pelas encomendas do final do ano.
A Sondagem Industrial revela que o crescimento da produção industrial não alcançou as pequenas empresas em outubro. Enquanto o índice da produção das grandes empresas subiu de 53,6 pontos em setembro para 56,1 pontos, a das pequenas recuou de 52,5 para 51,2 pontos.
Ao mesmo tempo, a UCI das pequenas indústrias ficou abaixo do usual para os meses de outubro, com 47,9 pontos, enquanto a UCI das grandes foi de 50,2 pontos, patamar habitual no período. "As pequenas puxaram o UCI para baixo", constata Azevedo.
Otimismo menor
As expectativas de demanda e de compra de matérias-primas em novembro para os próximos seis meses continuaram positivas, mas são as menos otimistas desde julho de 2009, informa a Sondagem Industrial.
Além disso, são menores do que a média histórica. As perspectivas do empresário sobre a demanda atingiram 57 pontos, quando a média histórica, que começa em abril de 2007, é de 59,8 pontos. As expectativas de compras de matérias-primas, por sua vez, foram de 54,4 pontos, para uma média histórica neste item, iniciada em outubro de 1999, de 55,9 pontos.
A desvalorização cambial trouxe impactos negativos nas expectativas de exportação das pequenas empresas. Em novembro, enquanto as grandes empresas esperavam manutenção da quantidade exportada para os próximos seis meses, as pequenas empresas prevêem queda. Com isso, as expectativas de exportação ficaram abaixo do usual, em 47,7 pontos. "As pequenas empresas têm maior dificuldade de lidar com o câmbio", explica Marcelo Azevedo.
Fonte: Portal EconomiaSC

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Exportações do Sul crescem 13% em relação ao ano passado

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), divulgou, nesta sexta-feira (12/11), os dados referentes ao comércio exterior dos estados e municípios brasileiros no período de janeiro a outubro de 2010. Nos 208 dias úteis desse intervalo do ano, foram contabilizadas informações das 27 unidades da Federação e dos mais de 2.300 municípios que operaram no comércio internacional. Todas as regiões registraram crescimento nos embarques internacionais.
As exportações da Região Sul obteve crescimento de 13%, acarretado pelo aumento de US$ 27,4 bilhões para US$ 31,1 bilhões. Já na Região Norte, onde houve o maior crescimento, o valor subiu de US$ 8,3 bilhões, entre janeiro e outubro de 2009, para US$ 11,9 bilhões, no mesmo período deste ano, um crescimento de 42%. No Sudeste, as vendas externas subiram de US$ 66,4 bilhões para US$ 91,7 bilhões, elevação de 38%.
Na Região Nordeste, a vendas que passaram de US$ 9,4 bilhões para 12,9 bilhões, crescimento de 37%. Já Na Região Centro-Oeste, os embarques internacionais que passaram de US$ 12,2 bilhões para US$ 13,3 bilhões, com crescimento de 8%.
No comparativo do mês de outubro de 2009 com o mesmo período de 2010, a Região Norte também apresentou o maior crescimento nas exportações (73%), com vendas de US$ 1,6 bilhão este ano, contra US$ 970 milhões no ano passado. Logo após, aparece o Sudeste, com embarques de US$ 10,5 bilhões e crescimento de 35%. Na sequência, estão as Regiões Sul (US$ 3,3 bilhões), com aumento de 16%; Centro-Oeste, com embarques de US$ 1,2 bilhão e aumento de 13,9%; e Nordeste (US$ 1,3 bilhão), com crescimento de 13,8%.
Estados
Dentre os estados, no acumulado de janeiro a outubro de 2010, o que mais exportou foi São Paulo, com embarques de US$ 42,4 bilhões. Minas Gerais aparece em seguida, com US$ 24,9 bilhões. O Rio de Janeiro apresentou o terceiro melhor desempenho (US$ 14,8 bilhões), seguido do Rio Grande do Sul (US$ 12,9 bilhões), Paraná (US$ 11,8 bilhões) e Pará (US$ 9,9 bilhões). No período analisado, somente o Mato Grosso, Piauí e Roraima não apresentaram crescimento nas vendas ao exterior (queda de 2%, 10%, 15%, respectivamente).
Nas importações, São Paulo também aparece na primeira colocação (US$ 55,7 bilhões), seguido de Rio de Janeiro (US$ 13,6 bilhões), Paraná (US$ 11,3 bilhões) e Rio Grande do Sul (US$ 10,9 bilhões). Apenas os estados do Amapá (-5%) e Roraima (-31%) apresentaram queda nas compras externas, de janeiro a outubro deste ano.
Municípios
Na balança comercial por municípios, entre janeiro e outubro de 2010, Angra dos Reis (RJ) apresentou o melhor desempenho, com vendas de US$ 6,8 bilhões; vindo acompanhado de Parauapebas (PA), com exportações de US$ 6,1 bilhões; São Paulo (SP), com US$ 5,1 bilhões; e Itabira (MG), com US$ 4,7 bilhões.
Nas importações no acumulado do ano, o município de São Paulo (SP) aparece como maior comprador no mercado externo, com aquisições de US$ 11,4 bilhões; seguido de Manaus (AM), com US$ 9,2 bilhões; e Rio de Janeiro (RJ), com US$ 5,7 bilhões.
Portal Economia SC

Aço importado entra no país custando até metade do nacional

A maior valorização do real em relação ao dólar ampliou a diferença de preço entre os produtos siderúrgicos oferecidos por fabricantes nacionais e os importados. Os setores importadores relatam que produtos como vergalhões, fio-máquina e aços longos chegam ao país, já colocados no mercado nacional, com o custo do frete e impostos já pagos, 40% mais baratos do que os oferecidos pela indústria doméstica.
José Velloso Dias Cardoso, diretor de mercado interno da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq), diz que 40% é a diferença de preço quando se compara o aço longo brasileiro com o que vem da Europa. "Com outros países a diferença é maior. O preço do fabricante nacional chega a ser o dobro do aço chinês."
Com a diferença, as atenções se voltam ao fornecedor externo, seja de onde for. "Os grandes fabricantes de máquinas aumentaram a fatia de aço comprado do exterior e a importação só não é maior porque o fornecedor de fora ainda não é tão acessível às pequenas e médias empresas", diz Velloso.
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) indicam que não é somente a indústria de máquinas que tem optado mais por fornecedores externos. De janeiro a setembro a importação brasileira de produtos siderúrgicos atingiu US$ 3,95 bilhões, quase o dobro dos US$ 2,06 bilhões desembarcados nos primeiros nove meses de 2009. Os produtos siderúrgicos representam 42,3% das importações totais do setor metalúrgico.
A indústria metalúrgica ainda tem superávit na balança comercial, mas o saldo positivo teve redução significativa este ano. Segundo dados do MDIC, o superávit do setor caiu de US$ 3,66 bilhões de janeiro a setembro de 2009 para US$ 689,7 milhões nos três primeiros trimestres de 2010. O setor metalúrgico foi responsável por 13% do aumento do déficit total da balança comercial da indústria de janeiro a setembro deste ano.
Segundo estimativas do Instituto Aço Brasil (IABr), que reúne fabricantes nacionais de aço, a taxa de penetração dos importados no consumo nacional de produtos siderúrgicos subiu para 20% de janeiro a agosto deste ano. Historicamente o índice varia entre 4% e 6%. Com a maior penetração do aço importado, o IABr tem levantado discussões sobre benefícios fiscais concedidos para a importação. A Secex mantém duas investigações em curso para pedido de medida antidumping. Uma é para prorrogar a aplicação da sobretaxa antidumping já existente para tubo de aço carbono originado da Romênia. O outro pedido é para aplicação do direito antidumping sobre laminados planos de baixo carbono e baixa liga vindos da Coreia do Norte, Coreia do Sul, Espanha, México, Romênia, Rússia, Taiwan e Turquia.
O IABr também chegou a questionar judicialmente a importação de vergalhões e pleiteou à Receita Federal a aplicação de mecanismos de valoração aduaneira para o desembaraço de produtos siderúrgicos. Importadores ouvidos pelo Valor não acreditam, porém, que a valoração atingirá volume considerável das importações. Procurado para comentar a diferença de preços entre os produtos siderúrgicos nacionais e os importados, o IABr não se pronunciou.
Rubson Lopes Nogueira, presidente da Cobraço, distribuidora de aço que representa a fabricante espanhola Celsa, diz que os preços dos produtos siderúrgicos no mercado internacional sempre foram mais atraentes, mas os fornecedores de fora ficaram mais acessíveis somente no cenário pós-crise.
"Quando os Estados Unidos e a Europa cresciam, os produtores de fora não se interessavam muito em vender aço em volumes menores", diz Nogueira. "Mas com a crise foi possível encontrar fornecedores de aço de qualidade que se dispunham a vender para nós e adequar-se às especificações técnicas exigidas pelo Brasil. Eles precisavam de novos mercados para tornar seu negócio viável."
No começo de 2009, conta Nogueira, a Cobraço começou a buscar parceiros para importação de vergalhão e fio-máquina, desembarques que se efetivaram somente este ano. Ele diz que o desembaraço de vergalhão chegou a ser alvo de ação judicial por parte do IABr, que questionou a certificação técnica do material importado. Nogueira não revela o volume de importação, mas diz que as compras do exterior devem continuar no próximo ano, com maior diversificação de produtos siderúrgicos. A Cobraço atualmente importa vergalhão para a construção civil e fio-máquina para pequenas e médias indústrias.
Segundo ele, no início do ano, a diferença de preço entre o produto nacional e o importado da Turquia e da Espanha chegava a 40%. Atualmente, diz, a diferença é menor, perto de 10%. "Não houve reajuste pelos fabricantes nacionais em julho e o preço de mercado caiu no segundo semestre", diz. Mesmo assim, diz, a Cobraço não pretende trocar imediatamente o aço comprado do grupo Celsa pelo fabricado no mercado interno. Para ele, é importante manter o canal das importações. "Se pararmos de importar, o preço do nacional vai voltar a subir."
O preço do aço medido pelo IGP-DI ainda acumula alta de 3,72% de janeiro a outubro deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado. Salomão Quadros, coordenador de análises econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), lembra, porém, que a partir de junho o aumento de preços perdeu força e desde agosto apresenta variação negativa na ponta. O aço teve deflação de 0,38%, de 2,48% e de 1,51% nos meses de agosto, setembro e outubro, respectivamente.
Dentro do aço, alguns produtos específicos, como o vergalhão, por exemplo, tiveram quedas maiores de preços na ponta, o que faz a variação do ano ficar negativa em 3,18% no acumulado de janeiro a outubro deste ano, na comparação com o mesmo período de 2009. As bobinas e chapas grossas de aço ou carbono, porém, somam ainda alta de 11,2% no acumulado até outubro, embora tenham tido queda de preço na ponta em setembro e outubro, de 3,08% e de 1,04%, respectivamente.
As variações medidas pelo IGP-DI, explica Quadros, refletem os preços do aço produzido no Brasil. Segundo ele, a redução de preços é resultado da pressão das importações no mercado interno. "Há evidências de que a demanda internacional de aço não está firme, o que resulta em queda de preços no mercado internacional." Essa redução, diz, combinada com o real valorizado em relação ao dólar, facilita as importações.
Também atraída pela redução de preço propiciada pelo câmbio, a Metal Mecânica Maia é um exemplo de como a importação de produtos siderúrgicos também está sendo realizada por empresas do próprio setor metalúrgico. A empresa fabrica tradicionalmente autopeças, além de estampados, aramados e gabinetes diversos.
Em 2009, a indústria, diz o seu diretor-administrativo-financeiro, Daniel Barreto, passou a produzir treliças, telas e vergalhões. Para isso, importou 10 mil toneladas de fio-máquina. Este ano, as importações de produtos siderúrgicos da metalúrgica somaram 35 mil toneladas distribuídas entre fio-máquina e vergalhões. A aposta numa nova linha de produção aconteceu como resultado de "uma convergência de fatores", diz Barreto.
A empresa, diz o diretor, opta por trazer fio-máquina da Turquia em vez de comprar no mercado interno em função da diferença de preço provocada pelo câmbio. No mercado interno, diz ele, a empresa pagaria perto de R$ 2,5 mil por tonelada do produto. A empresa importa por cerca de US$ 650 a tonelada.
Barreto diz que a nova linha demandou investimento. "Para se importar fio-máquina, por exemplo, é preciso comprar 3 mil toneladas para ser viável. Levando em conta o preço, já são US$ 2,1 milhões só para começar a brincadeira." Atualmente, porém, com o câmbio mais favorável, diz, alguns fabricantes têm conseguido compras em volumes menores por meio de tradings e distribuidoras. A importação da Metalúrgica Maia também foi alvo de ação judicial do IABr.
Fonte: Valor Econômico

Documento oficial alerta para desindustrialização

O país vive um processo de desindustrialização? O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio tomou partido nesse debate em documento no qual afirma que o processo existe, é preocupante e ameaça as contas externas. O trabalho, que circula reservadamente na equipe econômica e foi obtido pelo Valor, sugere que o governo deveria criar uma "diretriz" para elevar o saldo comercial, hoje em torno de 9% das exportações, para um nível mínimo de 14%.
No primeiro semestre, o superávit comercial foi de US$ 7,9 bilhões. Para eliminar a necessidade cobrir as contas externas com investimento do exterior, seria necessário saldo de US$ 19,5 bilhões. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, o governo deveria estimular exportações, numa clara oposição às intenções do Ministério da Fazenda, que tem proposto controle de importações.
O documento sustenta que é evidente a "reprimarização" da pauta de exportações. No primeiro semestre, a participação dos manufaturados foi de 40,5%, abaixo dos 43,4% dos produtos básicos, "composição que retrocede ao patamar de 2008". A indústria de transformação, que chegou a ter superávit de US$ 31,9 bilhões em 2005, registrou déficit de US$ 13,9 bilhões no primeiro semestre deste ano. Setores como têxteis, confecções, móveis e veículos, que eram superávitários, operam com déficit. O setor de veículos passou de superávit anual médio de US$ 9,1 bilhões (2004-2007) para déficit de US$ 3,1 bilhões em 2009.
O déficit da indústria cresce à medida que aumenta a valorização do real em relação ao dólar. José Velloso Dias Cardoso, diretor da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq), diz que o aço longo de países europeus, por exemplo, chega ao país com preço 40% inferior ao do produto nacional. A mesma tendência ocorre em outros produtos siderúrgicos, como vergalhões e fio-máquina. O preço do aço nacional chega a ser o dobro do chinês, diz Velloso.
De janeiro a setembro, a importação de produtos siderúrgicos somou US$ 3,95 bilhões, quase o dobro dos US$ 2,06 bilhões do mesmo período do ano passado. A indústria metalúrgica ainda tem superávit, mas o saldo caiu de US$ 3,66 bilhões de janeiro a setembro de 2009 para US$ 689,7 milhões nos três primeiros trimestres deste ano.
Fonte: Valor Econômico

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Sucata: Exportação é a melhor saída

Embora não haja mais notícias de chegada de novos carregamentos de sucatas estrangeiras nos portos brasileiros, o setor de sucata continua amargando uma das piores crises de sua história, que pode se agravar com uma possível nova queda no preço do insumo.
Segundo Elias Bueno, representante do Sindinesfa - Sindicato do Comércio Atacadista de Sucata Ferrosa do Estado de São Paulo, esta possibilidade de nova redução ainda não é descartada, uma vez que nenhuma das reduções anteriores foi previamente anunciada por parte das siderúrgicas, “então, a qualquer momento nova baixa pode acontecer”.
Para Bueno, a solução para amenizar os efeitos da crise instalada no setor, é continuar investindo na exportação da sucata nacional, que hoje se encontra em grande estoque. E, embora não tenha prévia concreta de melhoras, afirma que havendo um aumento na produção do aço nacional - esperado para o primeiro trimestre de 2011 -, o setor de sucata também será beneficiado.
Fonte: Infomet

Crise na economia ainda afeta setor de ferro-gusa

A crise financeira mundial de 2008 ainda mantém seus efeitos negativos no setor de ferro-gusa. No Maranhão, as sete siderúrgicas, que já chegaram a produzir 1,8 milhão de toneladas, mantêm, atualmente, uma capacidade que não ultrapassa 30%, ou seja, em torno de 540 mil toneladas.
“Vivemos uma crise profunda. Nem mesmo se a Vale nos desse o minério de ferro de graça não teríamos como sobreviver”, afirmou o presidente do Sindicato das Indústrias de Ferro-Gusa (Sifema), Cláudio Azevedo, definindo assim a atual situação do setor.
O grande problema hoje do setor de ferro-gusa, além dos fatores câmbio e preço elevado do minério de ferro, é a falta de mercado, principalmente dos Estados Unidos, que eram o maior comprador do produto exportado pelas siderúrgicas maranhenses.
A situação é tão crítica, que, hoje, as quatro siderúrgicas ainda com fornos em operação no estado estão com disponibilidade de 250 mil toneladas de ferro-gusa em estoque, nos pátios, mas sem comprador. A expectativa do setor, de que o mercado americano reagisse e voltasse a importar ferro-gusa a partir do segundo semestre deste ano, não se confirmou. “Não temos mercado nem comprador”, lamentou o presidente do Sifema.
Segundo o Sifema, das sete usinas instaladas no estado, que, juntas, reúnem 19 altos-fornos, três estão com as atividades paralisadas – Simasa, Pindaré e Cosima - e as quatro restantes (Gusa Nordeste, Viena, Margusa e Fergumar) estão operando com oito altos-fornos, ainda assim com metade da capacidade de produção.
Para compensar a perda das exportações para o exterior, o setor até tentou, no auge da crise financeira mundial, redirecionar a produção de ferro-gusa para o mercado interno, especialmente para o eixo Minas Gerais/São Paulo. A alternativa, porém, encontrou entraves, como o elevado valor do frete no transporte por rodovias.
Para piorar o cenário, o setor de ferro-gusa reclama que a taxa cambial brasileira tem prejudicado o valor das exportações do produto. Há quatro anos, quando o dólar era cotado a R$ 3,00, a tonelada de ferro-gusa era vendida para o mercado internacional por R$ 1.200,00. Hoje, não passa de R$ 660,00 a tonelada.
Outro fator que agrava a crise das siderúrgicas maranhenses é a questão do alto preço do minério. Hoje, o principal insumo para a produção de ferro-gusa é comprado por US$ 93,00 a tonelada, sem falar no aumento do preço da energia elétrica e outros itens consumidos pelas usinas.
Os prejuízos causados pela crise no setor siderúrgico não se restringe somente aos empresários do setor. Toda a cadeia perde – produção de ferro-gusa, carvoarias, reflorestamento –, com impactos na economia.
Antes da crise, o setor chegou a gerar 31 mil empregos diretos e indiretos em toda a cadeia produtiva. Atualmente, o quadro de mão-de-obra está limitado a 5 mil trabalhadores. “Nas siderúrgicas, onde já tivemos seis mil empregados, o quadro foi reduzido para duas mil pessoas”, calculou Cláudio Azevedo.
Números
1,8 milhão de toneladas era a produção de ferro-gusa antes da crise;
540 mil toneladas é o atual nível de produção das guserias;
250 mil toneladas é a produção em estoque sem mercado
Fonte: Arrara Azul

Produção industrial de SC cai 0,5% em setembro, aponta IBGE

LEONARDO GORGES
Após divulgar na semana passada que a produção industrial brasileira havia recuado 0,2% no mês de setembro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou nesta quarta-feira os dados regionais do estudo. E eles não são bons para Santa Catarina. Entre agosto e setembro, a produção da indústria catarinense sofreu recuo de 0,5%, acima da média da média nacional.
Na comparação com setembro de 2009, o resultado é de alta de 0,4% para a indústria do Estado. A média de expansão brasileira, por sua vez, é de 6,3%. No total do terceiro trimestre, a indústria catarinense produziu 4,5% a menos do que no segundo trimestre do ano.
Nos noves primeiros meses de 2010, a produção industrial no Estado acumula uma variação positiva de 8,3%. Já nos últimos doze meses, a expansão é um pouco menor, de 7,2%. Em ambos os casos, a base de comparação é igual período do ano anterior e os valores catarinenses ficam abaixo da média de crescimento da indústria do País.
Outras regiões
Das 14 regiões pesquisadas pelo IBGE, nove registraram queda na produção da indústria entre agosto e setembro. A maior queda (2,3%) foi registrada no Rio Grande do Sul devido a paralisação do refino do petróleo e da produção de álcool. Entre os Estados que apresentaram alta, o maior destaque foi o Paraná (5,7%).
De acordo com o documento do IBGE, o ano de 2010 tem sido bom para a indústria nacional, em especial "pelo maior dinamismo da produção da indústria automobilística (automóveis, caminhões e autopeças), de setores produtores de eletroeletrônicos (eletrodomésticos da "linha branca" e "linha marrom") e de máquinas e equipamentos, além das atividades associadas às commodities exportadas (minérios de ferro e siderurgia)."
Portal Economia SC

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Vendas da indústria de SC crescem pelo 3º mês consecutivo

Depois de um período de retração, em setembro as vendas da indústria catarinense cresceram pelo terceiro mês consecutivo. De janeiro a setembro de 2010 sobre o mesmo período em 2009, o faturamento real registrou alta de 2,1%. Pesquisa da FIESC mostra que no acumulado do ano houve desempenho positivo nas horas trabalhadas na produção, com alta de 6,3%, na massa salarial real (6,6%) e na capacidade produtiva das fábricas, que ficou em 85,9%, com alta de cinco pontos ante 2010.
No ano, os setores com melhor desempenho foram metalurgia básica (alta de 40%), material eletrônico e equipamentos de comunicação (36,6%), produtos de metal (36,3%), produtos químicos (23%), móveis (21,3%), confecções e artigos do vestuário (12,8%) e produtos de madeira (10,6%).
Para o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e do Material Elétrico de Jaraguá do Sul, Célio Bayer, o bom desempenho nas receitas do segmento metalúrgico tem como base o mercado interno. "Durante a crise, o setor que tem grande mercado nos Estados Unidos e na Europa, foi buscar alternativas em países da África e da América Latina, mas o forte mesmo é a demanda interna", afirmou.
Bayer disse que o ano está muito positivo para o setor, mas que a moeda americana em queda é um fator que preocupa as empresas. "Para 2011 acredito em desenvolvimento econômico favorável, mas será preciso valorizar o dólar, caso contrário teremos dificuldades para exportar", ressalta. Bayer também mostrou-se preocupado com o crescimento das importações, especialmente dos produtos de países asiáticos.
Outro setor que em 2010 segue forte em Santa Catarina é o de autopeças. Segundo o presidente da Câmara de Desenvolvimento da Indústria Automotiva da FIESC, Hugo Ferreira, o faturamento da atividade cresceu 58% de janeiro a outubro desse ano em comparação com 2009. O estado vem liderando as exportações do segmento no Brasil. Os dados acumulados até setembro mostram que já foram exportados US$ 370 milhões enquanto o setor no país deve fechar o ano com um déficit comercial de aproximadamente US$ 4 bilhões.
Ferreira afirma que o bom momento da atividade se deve ao crescimento de 11% na produção das montadoras brasileiras e do mercado interno de reposição. O mercado internacional também foi favorável ao setor, especialmente nos países da América do Sul, onde o crescimento foi maior. Para ele, a tendência é que melhore cada vez mais as vendas ao exterior.
Apesar do bom desempenho, Ferreira destaca que hoje a desvalorização do dólar, o preço do aço e o alto custo da mão de obra são fatores que preocupam o setor.
Fonte: Fiesc

Debate sobre retorno da CPMF é retrocesso, avalia FIESC

A Federação das Indústrias (FIESC) considera um retrocesso a discussão sobre a recriação da CPMF. "Nem começou o novo governo e este tema está outra vez em pauta. É lamentável que o setor público volte a apertar na mesma tecla, quando a questão foi amplamente debatida e a sociedade deixou claro que não aceita mais essa taxa", disse na sexta-feira (5), o presidente da Federação, Alcantaro Corrêa. "A sociedade vai se mobilizar novamente para impedir a volta da CPMF", acrescentou.
A exemplo da posição defendida pela Confederação Nacional da Indústrias, a FIESC defende que é necessário melhorar a gestão, buscando maior eficiência nos gastos públicos, em vez de insistir em aumentar a carga tributária.
Após reunião da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), realizada em São Paulo na sexta-feira (5), diversas lideranças empresariais se posicionaram sobre o assunto. Luiz Fernando Furlan, presidente do conselho de administração da Brasil Foods, disse ser surpreendente que o primeiro tema discutido no período pós-eleitoral seja a criação de um tributo.
"Onde está a agenda positiva? Seria importante discutir medidas que dessem competitividade às empresas, porque, no final, o custo com a nova CPMF vai para o preço do produto", salientou Furlan, ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (2003-2007).
Presidente da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) e membro do conselho de administração da Klabin, Horácio Lafer Piva afirmou que a tentativa de se recriar a CPMF é paradoxal com tudo o que diz respeito à competitividade. "O Brasil aceitou o desafio da competição global e não pode ter mais essa carga nas costas", enfatizou.
"Vejo de forma lamentável essa tentativa (de recriar a CPMF). Já se verificou no passado que foi totalmente descabida", avaliou por sua vez o presidente da Siemens, Adilson Antonio Primo. "Precisamos de reformas, como a tributária e a trabalhista, e não de criar imposto adicional", complementou. Para Primo, a sociedade brasileira e, sobretudo, o setor industrial, não aguentam mais o peso dos impostos.
Fonte: Fiesc

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Faturamento cresce 78% e Schulz antecipa expansão

Júlia Pitthan | De Florianópolis
A meta orçamentária da fundição Schulz, de Joinville, era alcançar crescimento de 35% em 2010. Com nove meses de balanço fechados e crescimento de 78,1% no faturamento, a empresa se prepara para antecipar os planos de expansão da capacidade de produção. A companhia registrou R$ 429,6 milhões em receita líquida no acumulado dos nove primeiros meses do ano.
"O projeto inicial era estarmos com o novo forno operando no fim de 2011, mas o crescimento nos fará antecipar o investimento para o primeiro semestre do ano que vem", diz Ovandi Rosenstock, presidente da companhia. O projeto prevê a instalação de um forno de fusão que irá ampliar a atual capacidade produtiva em 25%.
Hoje, há capacidade para a produção de 90 mil toneladas por ano. Com o novo forno, será ampliada para 110 a 115 mil toneladas. Segundo Rosenstock, a ampliação vai colocar a Schulz em segunda posição como fundição de mercado no Brasil, atrás da Tupy, também com unidade em Joinville. O valor do investimento será de R$ 25 milhões.
A visão de reaquecimento do mercado interno e externo fez com a que a companhia retomasse os planos de investimento. Nos primeiros nove meses, a Schulz investiu R$ 28,3 milhões - R$ 8,8 milhões no ultimo trimestre. Os valores foram aplicados no desenvolvimento de produtos, ferramentais, máquinas e equipamentos. O crescimento resultou na contratação de 687 pessoas no período. Hoje, a Schulz conta com 2.438 funcionários em suas unidades.
Para dar agilidade no atendimento aos clientes do Sudeste, a Schulz inaugurou uma filial em Jundiaí (SP). Em 2009, a empresa tinha inaugurado uma filial em João Pessoa (PB).
Segundo Rosenstock, as vendas para o exterior tiveram retomada de 83,8% no primeiros nove meses de 2010 na comparação com 2009, em reais. No mesmo período, as vendas para o mercado brasileiro somaram 78,1% de crescimento. Os países da Europa - principalmente Alemanha e França - puxaram a recuperação, de acordo com o presidente da Schulz. O mercado americano tem uma recuperação mais lenta.
Hoje, o faturamento da Schulz está 80% concentrado no mercado interno. Rosenstock acredita que em 2011 será possível para a companhia retomar os 30% de vendas para o exterior, nível pré-crise.
No terceiro trimestre, a companhia registrou crescimento no lucro liquido antes dos efeitos tributários em 71,2% em relação a 2009, em um total de R$ 27,6 milhões.
Valor Econômico

Exposição externa define planos da indústria

Chico Santos | De São Paulo
O maior ou menor grau de exposição ao mercado externo está determinando os planos de diferentes setores da indústria para os últimos meses do ano. Enquanto setores de bens duráveis e semi-duráveis que usam insumos importados e ancoram vendas no mercado interno ampliam a produção para atender à demanda do Natal, o ritmo da retomada em setores intermediários, acossados pela nova concorrência e com perdas na exportação, é incerto.
As importações, turbinadas pelo dólar barato, seguem pressionando setores vitais, especialmente a produção doméstica de aço que caiu 7% em setembro, em relação a agosto, e não deve crescer em outubro. A indústria de papelão também não espera resultado positivo no mês passado. Esses dois setores também têm dificuldades na exportação. No terceiro trimestre, os embarques do segmento de metalurgia básica foram 2% menores, em volume, que os registrados no segundo trimestre, enquanto no setor de papel e celulose, a queda foi de 4,5% na mesma comparação, segundo dados da Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex).
Em setembro, dos 23 nos quais a Funcex divide a exportação e que são relacionados à indústria, 17 embarcaram, em volume, uma quantidade inferior a de agosto. Na comparação com setembro de 2009, quando a economia mundial ainda estava em um ritmo mais recessivo que o atual, a queda foi observada em oito setores.
As expectativas quanto à retomada da produção industrial brasileira transferiram-se de setembro, quando houve surpreendente queda de 0,2% em relação a agosto, para outubro. "Outubro é a chave para entendermos se há uma queda permanente da produção, provocada pelas importações, ou se houve apenas um ajuste passageiro de estoques e depois virá uma retomada", diz Silvio Sales, analista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) que durante muitos anos coordenou a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do IBGE.
Se depender do setor siderúrgico, a expectativa de Sales será frustrada. Segundo Carlos Loureiro, presidente do Instituto Nacional das Distribuidoras de Aço (Inda), os estoques das distribuidoras não devem ter caído em outubro (o dado oficial sai esta semana) em comparação aos 3,9 meses de setembro. Havia uma expectativa de que eles baixassem um pouco, para 3,6 meses. "A entrada forte de importados não permitiu", disse Loureiro, que já advoga medidas para conter a avalanche de aço importado (a expectativa para este ano é de 5,7 milhões de toneladas). "Talvez seja necessário mexer alguma coisa no comercial, impor alguma barreira, além de tentar conter [a valorização] do câmbio".
Outubro, lembra Sales, é tradicionalmente um mês forte para a indústria, mas o setor de papelão, outro clássico indicador antecedente das estatísticas da atividade industrial como um todo, também não tem razão para comemorar. De acordo com a empresária carioca Ângela Costa, presidente do Sindicato das Indústrias de Artefato de Papel, Papelão e Cortiça do Estado do Rio de Janeiro, o crescimento do setor, que alcançou 15,32% de janeiro a setembro, estancou em outubro e deve entrar em ritmo de redução em novembro, fechando o ano com crescimento de 12%.
Mesmo levando em conta que dezembro é historicamente fraco para a indústria de papelão ondulado, a empresária considera que o último trimestre deste ano está trazendo decepção. Sua empresa, a Papillon, está produzindo a um ritmo de 800 toneladas de papelão por mês, mas já se prepara para pisar no freio. Ângela não arrisca mencionar uma causa para o fenômeno. Para o economista Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do Banco Central, não há dúvida: enquanto a política monetária americana seguir expansionista o real tende a seguir valorizando-se e as importações, crescendo.
Freitas não vê alternativas a não ser a imposição de mais medidas de controle da entrada de capitais, além da incidência de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), somadas a medidas de aperto monetário via aumento dos recolhimentos compulsórios de depósitos bancários ao Banco Central (BC), ainda que tais medidas possam provocar alguma contenção no ritmo da atividade econômica.
O economista, hoje comandando a Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio (CNC), adverte que será necessária uma sintonia fina para que essa contenção não se transforme em retração até que uma "política fiscal saudável" torne possível a redução da taxa de juros.
Apesar das importações crescentes, há sinais que podem temperar as indicações negativas de setores como aço e papelão. A produção de veículos, após queda em setembro (304, 9 mil contra 339 mil em agosto), deve aparecer positiva nos dados a serem divulgados esta semana pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), segundo expectativa do setor.
A Braskem, amplamente majoritária na produção de resinas termoplásticas e soberana no Brasil na produção de eteno (principal petroquímico básico), com capacidade para quase 4 milhões de toneladas por ano, informou que "outubro foi muito forte". Segundo Manoel Carnaúba, vice-presidente de Petroquímica da empresa controlada pelo grupo Odebrecht, todas as centrais petroquímicas atuaram a plena capacidade, devendo ter ocorrido o mesmo na segunda geração.
Carnaúba disse que desde agosto que os clientes da Braskem vêm fazendo estoques para compensar a parada para manutenção programada em uma das unidades da empresa na Bahia, a maior de todas, com capacidade para 600 mil toneladas anuais. A parada, que vai durar 40 dias, começou na quinta-feira passada, devendo afetar fortemente o mercado este mês. O executivo também informa que em resinas o setor já começa a sentir a pressão dos importados.
Fora dos segmentos mais visíveis, há empresas nadando de braçada. Em Teresópolis, no Rio de Janeiro, a Alterdata, fabricante de softwares, com 21 anos de idade, vai crescer este ano 35%, bem acima da já fantástica média de 25% dos últimos 15 anos, devendo faturar este ano R$ 58 milhões. Segundo Ladmir Carvalho, fundador e presidente da empresa, as grandes empresas estão investindo fortemente em tecnologia da informação (TI), sinalizando confiança na continuidade do crescimento.
Fonte: Valor Econômico

Indústria tem crescimento moderado no 3º trimestre

07/11/2010) - O contraste entre o aumento do faturamento real e a queda nas horas trabalhadas e na utilização da capacidade instalada em setembro, em comparação a agosto, mostra que a indústria registrou desempenho moderado no terceiro trimestre. A constatação é da pesquisa Indicadores Industriais, divulgada quinta-feira passada (4 de novembro), pela CNI - Confederação Nacional da Indústria.
Segundo o levantamento, o faturamento voltou a crescer em setembro, com alta de 1,9% sobre agosto, no índice sem variações sazonais. As horas trabalhadas, contudo, recuaram 0,4% na mesma base de comparação, enquanto a utilização da capacidade instalada (UCI) também caiu em setembro, pelo quinto mês consecutivo. A UCI ficou em 81,9% pelo índice dessazonalizado, queda de 0,3% em relação ao mês anterior.
“O comportamento dessas variáveis caracteriza, assim, o desempenho moderado da atividade industrial no terceiro trimestre”, diagnostica a pesquisa Indicadores Industriais. Segundo o gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, uma das causas do comportamento moderado da indústria foi o crescimento menor da demanda pelo fim das desonerações tributárias em setores como automóveis e eletrodomésticos. “A indústria perdeu a velocidade de crescimento que vinha experimentando desde o final de 2009 e início deste ano, mas continuará crescendo, embora em ritmo menor”, assinalou Castelo Branco.
Apesar do desempenho moderado da indústria no terceiro trimestre, o mercado de trabalho continuou em expansão em setembro. O emprego industrial cresceu 0,5% sobre agosto, no índice sem variações sazonais, e houve elevação também na massa salarial real, de 1,1%, e no rendimento médio real, de 0,5%.
Na comparação entre o terceiro e o segundo trimestres, o faturamento cresceu 3,9%, as horas trabalhadas subiram 1,8% e foi de 1,5% a elevação do emprego. A massa salarial se ampliou 7,8% no terceiro trimestre em relação ao trimestre anterior.
Os Indicadores Industriais da CNI revelam também que, dos 19 setores pesquisados, sete ainda não registram plena recuperação no faturamento comparativamente ao período pré-crise econômica, em setembro de 2008. Estão em pior situação em relação a antes da crise os segmentos de madeira, refino e álcool, metalurgia básica e material eletrônico e de comunicação.
Fonte: Usinagem Brasil

Importados enfrentam novas barreiras no Brasil

Barreiras são adotadas por pressão dos empresários brasileiros, que estão preocupados com o ritmo das importações – que avançaram 43,8% este ano
Da Agência Estado
Desde o dia 13 de outubro, os fiscais da Receita Federal verificam com lupa todo o aço que chega aos portos do País. Os técnicos agora dispõem de parâmetros para tentar avaliar se o preço declarado está correto. Na dúvida, desconsideram o valor da nota fiscal e cobram os impostos com base em preços mais altos, o que aumenta o custo do importador.
Esse procedimento é conhecido como valoração aduaneira e sua adoção para o aço é a mais recente medida que o Brasil tomou para, sem alarde, conter a enxurrada de importados. O governo quer fugir do rótulo de protecionista e tem evitado simplesmente elevar tarifas de importação. Lançou mão de outras estratégias, mais sofisticadas, que produzem o mesmo efeito.
Desde o início da crise global, setores importantes da economia já foram atingidos pelas medidas de proteção, como aço, autopeças, químicos, têxteis, calçados e alguns bens de consumo. As barreiras são adotadas por pressão dos empresários brasileiros, que estão preocupados com o ritmo das importações, que avançaram 43,8% de janeiro a outubro comparado com igual período de 2009.
Um levantamento identificou sete estratégias que têm sido adotadas para brecar a entrada de importados. As táticas incluem sobretaxas, exigências de licença e certificados de qualidade. Duas delas são novidade: um imposto extra para coibir operações triangulares e regras mais duras para determinar a origem de um produto. O último mecanismo ainda está em tramitação na Câmara. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Revista Amanhã

Abimaq muda estratégia de combate à importação

(07/11/2010) - Há algumas semanas a Abimaq defendia o aumento das alíquotas de importação de máquinas e equipamentos de 14 para 35%.  Hoje, essa medida não faz mais parte da estratégia da entidade para combater o crescente aumento da importação de máquinas e equipamentos (principalmente da China que, em setembro, superou a Alemanha e passou a ocupar a 2ª posição entre os maiores exportadores desses itens ao Brasil).
“Foi apenas um alerta”, explica Fernando Bueno, vice-presidente e coordenador da área de Competitividade da Abimaq. Na verdade, o aumento de alíquota pouco efeito teria sobre importações da China, por exemplo, tamanha é a diferença entre os preços praticados no Brasil e no mundo e o dos exportados pelo país asiático.
Segundo Bueno, a entidade preparou um plano de defesa do setor e só está aguardando um sinal de Brasília para apresentá-lo ao governo. Neste novo plano, o ponto principal é o estabelecimento de um preço médio de referência por quilo de máquinas e equipamentos importados pelo País. “Hoje, alguns produtos chineses chegam ao mercado brasileiro com preço muito inferior a média internacional”, observa. Enquanto o preço médio internacional de algumas máquinas é de US$ 25/kg, máquinas chinesas similares chegam ao Brasil por US$ 6/kg, o que, na opinião da entidade, caracteriza a prática de dumping.
A intenção da Abimaq é o que o governo adote o preço médio mundial como preço de referência. Assim, qualquer produto importado por valor inferior à média internacional seria taxado pelo preço de referência. “Essa medida não fere os critérios da OMC”, diz Bueno, lembrando que medidas semelhantes já estão em vigor nos setores de brinquedos, têxtil e de calçados.
Segundo o vice-presidente, a entidade realizou o levantamento de preços médios internacionais (e a respectiva comparação com os importados) de 1.500 tipos de máquinas. “Para Brasília, vamos levar as comparações referentes a cerca de 150 tipos, que reúnem os exemplos mais flagrantes”.
“A situação é grave”, diz Bueno, lembrando que a importação de máquinas e equipamentos cresceu 32% em 2010 na comparação com 2009, levando o déficit da balança comercial do setor para a faixa de US$ 15 bilhões. Para o vice-presidente da Abimaq, há quatro meses o governo não demonstrava “sensibilidade” para acolher medidas nesse sentido. Agora, o cenário mudou, ampliando as chances de a entidade ter seu pleito aprovado, “já que as contas externas estão se deteriorando muito rapidamente”.
Fonte: Usinagem Brasil

Máquina importada sustenta investimento

Denise Neumann | De São Paulo
As máquinas importadas ocuparam o espaço do bem nacional no investimento produtivo durante o terceiro trimestre deste ano. Enquanto a produção doméstica de bens de capital encolheu 2,2% de junho a setembro em relação ao período abril-junho na série que desconta influência sazonais, o volume importado dos mesmos itens aumentou expressivos 16,1% em igual comparação. Assim, sustentado pelos importados, o consumo aparente de bens de capital cresceu 3,8% no terceiro trimestre, o quinto período consecutivo. Se a comparação for com o mesmo período do ano passado, a importação de bens de capital foi 75,8% maior, segundo cálculos do Departamento Econômico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
"A expectativa é de crescimento da formação bruta de capital fixo [FBCF] no terceiro trimestre, puxada pela importação de bens de capital. Os dados de produção, que apresentaram queda, tornaram-se pouco importantes frente à expansão robusta da importação de bens de capital", observa Marcelo Nascimento, economista do BNDES. O resultado de queda da produção doméstica, diz ele, é um sinal de acomodação, mas não de retração, mesmo que tenha acontecido antes da produção de bens de capital voltar ao patamar pré-crise. A produção em setembro foi 8,7% inferior a de setembro de 2008, recorde histórico de produção do setor, segundo os dados do IBGE.
"Não temos um cenário de acomodação do investimento. A importação está crescendo muito forte, e não só a de máquinas, mas também de insumos da construção, como cimento", observa Fernando Puga, chefe do Departamento Econômico do BNDES. Para ele, a valorização do real reduziu o preço das máquinas importadas e ajudou, inclusive, a acelerar o investimento doméstico. "No mundo, as decisões de investimento foram postergadas, o que fez aumentar a oferta mundial de máquinas a preços muitas vezes, menores", argumenta.
Rogério César de Souza, economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento industrial (Iedi), não avalia que a retração na produção de bens de capital no segundo trimestre seja um sinal de acomodação do ritmo de investimento. "Ainda não estamos vendo isso", observa ele. "O que parece claro é o aumento da importação de máquinas. É o crescimento da concorrência que afetou a produção", acrescenta.
Souza avalia que um conjunto de máquinas e equipamentos foram incorporados às linhas de produção nos últimos meses e ajudam a explicar a queda no nível de utilização da capacidade instalada na série da Confederação Nacional da Indústria (CNI). "Esse indicador [utilização da capacidade] está em queda desde maio e isso reflete a maturação dos investimentos feitos pelo setor industrial. Esse é o lado bom", pondera o economista do Iedi.
Os dados de produção de bens de capital do IBGE permitem desdobrar a produção destes itens por setor, mas sem ajuste sazonal. Nessa série, a produção total de bens de capital em setembro recuou 1,6% sobre agosto, queda puxada pela produção de máquinas para agricultura (10%), construção (-12%) transportes (- 9,7%) e energia (-9%), enquanto a fabricação de bens de capital para uso industrial cresceu 3% em igual comparação.
Puga, do BNDES, espera que a taxa de investimento do país em proporção do Produto Interno Bruto (PIB) cresça de novo no terceiro trimestre. Após recuar no auge da crise externa, o investimento cresce acima do resto da economia há cinco trimestres. A diferença, contudo, recuou fortemente no segundo trimestre quando o investimento cresceu 2,4% sobre o resultado do primeiro trimestre de 2010 e a alta do PIB foi de 1,2% na mesma comparação. Nos três trimestres anteriores, o investimento subiu sempre acima de 7% e o PIB, entre 2,1% e 2,7%.
Nos levantamentos do BNDES com base nas intenções futuras de investimento, informa Puga, o setor de petróleo e gás vai atingir, em breve, 15% de participação na formação bruta de capital fixo, o indicador que mede o consumo de máquinas e equipamentos e em projetos da construção civil no país.
Fonte: Valor Econômico

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Faturamento e emprego crescem em ritmo moderado

Luciana Otoni | De Brasília
O setor industrial registrou em setembro aumento de 1,9% no faturamento e retração de 0,4% nas horas trabalhadas. O comportamento dos dois indicadores, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), reflete moderação no ritmo de expansão. Além desses dois indicadores, o setor apurou alta de 0,5% no emprego e redução no uso da capacidade instalada, que passou de 82,2% em agosto para 81,9% em setembro.
Com esses resultados, a CNI analisa que o setor industrial encerrou o terceiro trimestre com menor taxa de crescimento em comparação ao primeiro e ao segundo trimestres. A CNI chama a atenção para o fato de os dois indicadores mais relacionados à produção, o faturamento e as horas trabalhadas, terem apresentado ao longo do ano um comportamento errático, com altas e quedas intercaladas.
O gerente da Unidade de Pesquisa da CNI, Flávio Castelo Branco, analisa que essa trajetória irregular é, em parte, resultado da retirada dos estímulos tributários que impulsionaram e anteciparam o consumo nos primeiros meses do ano. O economista cita também os efeitos do câmbio. Por um lado, a desvalorização do dólar acentua a perda de competitividade das exportações. Por outro, acirra a concorrência entre produtores nacionais e estrangeiros no mercado doméstico.
Para Castelo Branco, o comportamento errático do faturamento e das horas trabalhadas na produção indica que o setor industrial tenta encontrar um novo padrão de crescimento em meio a um mercado aquecido, em que não há mais estímulos tributários e no qual a taxa de câmbio desponta como um dos fatores da formação de preços.
"O aumento da produção não acompanha o crescimento da demanda e, em parte, a explicação se deve à valorização do câmbio, que desloca parte da demanda para o setor externo da economia", comentou Flávio Castelo Branco ao se referir ao aumento das importações.
Apesar de exibir uma trajetória irregular, com forte impulso no início do ano e menor ritmo de expansão no terceiro trimestre, o setor industrial faz um balanço positivo no resultado acumulado, com taxas elevadas de expansão para a maioria dos indicadores. De janeiro a setembro, as altas foram de 11,3% no faturamento, de 8% nas horas trabalhadas na produção, de 5,3% no emprego, de 6,1% na massa salarial real e de 0,7% no rendimento médio real.
Para o último trimestre de 2010, a estimativa é de acomodação. "Os dados mostram que o setor industrial deve continuar crescendo, mas a taxas mais modestas, sustentado pelo crédito, renda e benefícios sociais. Mas parte dessa demanda será atendida por fornecedores estrangeiros e um contexto em que as empresas exportadoras enfrentam dificuldades", diz. Depois de queda de 4,3% no PIB industrial no ano passado, a CNI estima para 2010 um crescimento de 12,3% para o setor.
Em termos setoriais, a CNI observa que alguns subsetores de atividade ainda não se recuperaram plenamente dos efeitos da crise. Em relação ao faturamento, dos 19 segmentos pesquisados, em sete não houve recuperação plena, entre os quais os de madeira, refino e álcool, metalurgia básica e material eletrônico e de comunicação.
Fonte: Valor Econômico

Produção industrial cai 0,2% no mês de setembro, aponta IBGE

SÃO PAULO - A produção industrial brasileira recuou 0,2% entre agosto e setembro, mas apresentou elevação de 6,3% no comparativo com o nono mês de 2009, apontou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em nota. No terceiro trimestre, perante um ano antes, o setor industrial teve expansão de 7,9%.
Olhando para os nove primeiros meses deste calendário, houve alta de 13,1% na atividade fabril. No acumulado de 12 meses, o avanço foi de 11,2%, o mais expressivo desde o começo da série histórica do IBGE.
Na passagem de agosto para setembro, 15 segmentos tiveram queda na produção industrial, como outros produtos químicos (-4%), material eletrônico e equipamentos de comunicações (-11%), alimentos (-1,7%), metalurgia básica (-2%), veículos automotores (-0,9%) e refino de petróleo e produção de álcool (-1,5%). Em sentido oposto, 12 verificaram alta na atividade fabril, como edição e impressão (15,5%), farmacêutica (6,3%), indústrias extrativas (2,5%) e bebidas (4%).
Considerando a comparação com setembro de 2009, 22 dos 27 ramos estudados tiveram incremento na produção, com destaque para veículos automotores (19,8%). Também mereceu menção o desempenho de máquinas e equipamentos (13,1%), edição e impressão (17,6%), indústrias extrativas (13,5%) e alimentos (5,8%).
Por categorias de uso, de agosto para setembro, bens de capital declinaram 2,6% e bens de consumo duráveis diminuíram 1,3%. O decréscimo foi menor em bens intermediários (-0,5%). No campo positivo, apareceu a produção de bens de consumo semiduráveis e não duráveis, com elevação de 1,3%, e bens de consumo, com alta de 0,9%.
Ante setembro do ano passado, sobressaiu o caso de bens de capital, com ampliação de 15,9%. Bens intermediários subiram 5,9% e bens de consumo semiduráveis e não duráveis, 5,8%. Na contramão, ficou a produção de bens de consumo duráveis, que encolheu 0,2%.
(Juliana Cardoso | Valor Econômico)

Exportações crescem mais do que importações pela 1ª vez desde janeiro

Vendas externas cresceram principalmente no caso dos produtos básicos.
Governo diz que preço dos produtos subiu por conta de demanda asiática.
O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral, informou nesta quarta-feira (3) que o crescimento das exportações brasileiras em outubro deste ano (+37,1%) foi maior do que a expansão das importações (+35,2%) pela primeira vez desde janeiro, no início do ano. A comparação foi feita com outubro do ano passado.
Segundo números do Ministério do Desenvolvimento, as vendas externas somaram US$ 18,38 bilhões em outubro, com média diária de US$ 919 milhões por dia útil. Este é o maior valor, pela média diária, não somente deste ano, mas também desde agosto de 2008 - quando as vendas externas totalizaram US$ 19,74 bilhões, ou US$ 940 milhões por dia útil.
De acordo com Barral, o crescimento das exportações, em outubro deste ano, na comparação com o mesmo mês de 2009, se deve, principalmente, ao crescimento do preço de produtos básicos (minério de ferro, celulose, milho, açúcar e farelo de soja, entre outros), cujas vendas externas avançaram 58% - a maior variação de todas categorias.
Ele observou que os preços destes produtos subiram muito contra outubro do ano passado, principalmente pela alta demanda de países asiáticos. O preço do minério de ferro, por exemplo, subiu 202%, enquanto o preço do milho em grão avançou 178%, e o do café subiu 78%. "Está subindo muito de preço os produtos básicos por conta da demanda asiática", afirmou Barral.
Para os próximos meses, porém, ele disse que deve haver uma "pequena queda" das exportações por conta do fim de ano, quando normalmente as vendas externas normalmente recuam. "Deve ter uma acomodação no fim do ano, mas menos do que em 2008", afirmou ele. Na comparação com o final de 2009, porém, as vendas devem continuar avançando, acrescentou.
Para manter as exportações elevadas, o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento afirmou que é preciso aumentar a competitividade das vendas externas brasileiras. "Temos a questão da logística, na qual há uma sobrecarga. Há a questão tributária [pagamento de créditos de exportações], que precisa ser resolvida. Para mantermos a exportação, precisamos aumentar a competitividade, inclusive câmbio, mas não exclusivamente", disse ele.
Fonte: G1

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Custo de energia e gás afeta indústria brasileira

Com o aumento dos preços dos insumos, competitividade do produto nacional tem perdido cada vez mais espaço para os importados
Da Agência Estado
O avanço no preço da energia elétrica e do gás natural tem provocado uma queda gradual na competitividade da indústria brasileira. Ao lado do câmbio valorizado, os dois insumos se tornaram os principais vilões das empresas na hora de traçar suas estratégias. Algumas desistiram de ampliar suas fábricas, outras perderam mercado para os importados e há ainda aquelas que já estudam alternativas nos países vizinhos.
Em seis anos, o preço do gás nacional subiu 266%, segundo a Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), e o da energia elétrica avançou 51%, enquanto a inflação somou 40%. No caso da eletricidade, o período avaliado não inclui o grande salto verificado entre 2002 e 2003, quando o governo iniciou o processo de realinhamento tarifário e elevou o preço médio para a indústria em 40%, numa única tacada. Se for considerado esse período, o aumento até agora soma 154%.
"O resultado desses números é a redução da competitividade do produto nacional, que tem perdido cada vez mais espaço para os importados", diz o presidente da Abrace, Paulo Pedrosa. Ele destaca que o preço do gás natural brasileiro custa quase o dobro do valor cobrado nos Estados Unidos, em torno de US$ 6,6 o milhão de BTU (Unidade Térmica Britânica).
Em 2007, com uma crise de abastecimento, a Petrobras renegociou os contratos com as distribuidoras e os preços subiram cerca de 30%, diz o presidente da consultoria Gas Energy, Marco Tavares. Embora o balanço entre oferta e demanda tenha se equilibrado, os preços continuaram elevados. A tarifa de energia não fica atrás. É a terceira maior do mundo, segundo dados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Revista Amanhã

Venda de máquinas e equipamentos cai em setembro

(31/10/2010) - O faturamento do setor de máquinas e equipamentos caiu em setembro, em relação ao mês anterior. A queda foi pequena, de apenas 0,5%. Para a Abimaq, essa queda se deve “às ações adotadas pelo governo que vão na contramão do desenvolvimento do setor produtivo, quebrando com a competitividade do produto nacional frente aos importados de menor valor agregado”.
Em comparação com o mesmo período de 2008, ano de melhor desempenho do setor, o faturamento nos novos meses do ano apresenta queda de 13,90%. Na comparação setembro de 2010 com setembro de 2008, a queda é bastante expressiva: 27,5%.
“Com o Custo Brasil, uma carga tributária perversa para a indústria nacional, além da manutenção da taxa elevada dos juros, a situação só piora e a queda é uma conseqüência inevitável”, afirma Luiz Aubert Neto. Para o dirigente empresarial, a solução do problema passa pela adoção de medidas antidumping e a flexibilização da política cambial.
Embora o faturamento bruto real do setor ao longo dos nove meses do ano registre crescimento de 11,6% em comparação com o mesmo período do ano anterior, a tendência é de queda, “que aliás vem se acentuando desde o início do segundo semestre”, segundo avaliação da entidade.
A principal preocupação do setor está na importação de máquinas e equipamentos, que “desde o início do ano registra o mesmo cenário deficitário”. O déficit na balança comercial do setor já está em US$ 11,7 bilhões, devendo chegar ao volume recorde de US$ 15 bilhões.
No período, o volume de importações do setor chegou a US$ 18,2 bilhões, marca 32% acima do registrado no mesmo período de 2009. Em setembro, a China ultrapassou a Alemanha entre os principais exportadores de máquinas e equipamentos ao Brasil, ficando agora atrás apenas do Japão.
Já as exportações do setor em 2010 somaram US$ 6,5 bilhões, 15,4% mais que no mesmo período de 2009. Os principais importadores de produtos brasileiros foram EUA. Argentina, México e Holanda.
Fonte: Usinagem Brasil

Justiça libera contribuição ao INSS sobre hora extra

Adriana Aguiar | De São Paulo
Para o advogado Maurício Faro, não se pode confundir o conceito trabalhista de remuneração, com o previdenciário
As empresas já conseguiram excluir, nos tribunais superiores, a incidência de contribuições previdenciárias sobre diversas verbas pagas ao trabalhador. Dentre elas, o auxílio doença ou acidente, o adicional de férias e o aviso prévio indenizado. Nessa mesma linha, agora tentam também não recolher a contribuição sobre as horas extras. Algumas liminares concedidas com essa finalidade já foram confirmadas pela primeira instância de Juiz de Fora (MG), Aracaju, João Pessoa e Rio de Janeiro.
As decisões proferidas têm sido baseadas em um julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF), de junho de 2009, que analisou o caso de um servidor público do município de Belo Horizonte. Na ocasião, os ministros entenderam que não incidiria a contribuição sobre as horas extras, pois essas teriam caráter indenizatório. Segundo a decisão, apenas as verbas incorporáveis ao salário do servidor, para fins de cálculo da aposentadoria, sofrem a incidência da contribuição previdenciária. Os juízes têm aplicado o mesmo raciocínio para as companhias.
Ainda que existam alguns precedentes desfavoráveis às empresas no Superior de Justiça (STJ), quando se trata de horas extras, os advogados têm esperança de reverter esse entendimento a exemplo do que ocorreu com o terço de férias. Para a questão, o STJ alterou seu entendimento depois que o Supremo analisou o tema em 2006, em um recurso de uma associação de servidores públicos. A Corte entendeu que o terço constitucional não tem natureza salarial e, portanto, não estaria sujeito à incidência das contribuições previdenciárias.
O advogado Maurício Faro, do Barbosa, Müssnich & Aragão, que já obteve decisões favoráveis em diversos Estados, afirma que tem pedido para excluir a contribuição sobre o total das horas extras pagas. Para ele, não se pode confundir o conceito trabalhista do que seria remuneração, com o conceito previdenciário. "Nosso pedido se baseia no próprio entendimento do Supremo". Nesse sentido, Faro diz que não deve existir distinção, do ponto de vista previdenciário, entre servidor público e trabalhador celetista.
A mudança de entendimento, a partir de decisão do STF, tem sido construída pelos juízes federais, o que seria importante, segundo Faro, para que a discussão possa chegar mais madura ao STJ. Para o advogado Alessandro Mendes Cardoso, do Rolim, Godoi, Viotti & Leite Campos, há chances de que a nova tese seja aceita no STJ. "O STJ, em geral, tem incorporado entendimentos firmados no Supremo e na jurisprudência trabalhista". Para ele, como as horas extras não integram os cálculos para fins de aposentadoria, não se poderia considerar a verba como remuneração, assim como decidiu o Supremo.
Os valores envolvidos na não incidência da contribuição sobre essas verbas são significativos para as empresas, de acordo com Cardoso. Isso porque elas pagam como contribuições previdenciárias 20% sobre a folha de salários, além do Seguro Acidente de Trabalho (SAT) e contribuições a terceiros, como o sistema S - Sesi, Senac, Senai. "Em tempos de aquecimento da economia, como o atual, as horas extras têm sido muito utilizadas pelas empresas para atender a demanda".
Em todas as decisões, com exceção da Justiça de Sergipe, a contribuição foi excluída sobre o total pago com horas extras. No caso de Sergipe, a juíza só retirou a contribuição sobre o adicional pago nas horas extras.
Para o advogado Leonardo Mazzillo, do WFaria Advocacia, a distinção seria importante, pois apenas o adicional pago seria indiscutivelmente indenizatório. A hora extra, segundo ele, é dividida entre o valor fixo, calculado pelo valor hora de trabalho, e o adicional, uma porcentagem que varia de 50% a 150%, correspondente à indenização paga pelo ato de fazer horas extras. "Isso porque os limites da jornada de trabalho, previstos na Constituição, foram extrapolados".
Fonte: Valor Econômico