sexta-feira, 25 de junho de 2010

Empregos em expansão: veja o mapa da mina em SC e no país

A região Norte busca engenheiros mecânicos e profissionais da área de tecnologia. No Sul, costureiras e técnicos operacionais têm espaço no mercado têxtil. Analisando os quatro cantos do Estado, vemos que Santa Catarina oferece empregos em diferentes setores. A boa notícia é que as empresas, em maio, abriram um número recorde de vagas para o mês: 5.438 novos postos de trabalho.
Osnildo Vieira Filho, técnico do Sistema Nacional de Empregos (Sine/SC), se surpreendeu com o resultado. “Se considerarmos os últimos 15 anos, maio não é bom na geração de trabalho. Apenas em cinco anos dentro desse período o saldo de emprego foi positivo neste mês.
Normalmente, há um fechamento grande de vagas na área da fruticultura nesta época, quando são dispensados os trabalhadores temporários. Neste ano, a quantidade de empregos gerada pela indústria e pelo comércio compensou os 2 mil postos fechados pela fruticultura", explica Vieira Filho.
O emprego em SC está em expansão. Nos primeiros cinco meses de 2007, foram abertas 43 mil vagas. Nesse mesmo período de 2008, foram aproximadamente 48 mil. A crise econômica interrompeu a sequência e fez os empregos despencarem para quase 10 mil no ano passado. “Com o clima de crise, o medo foi tão grande que as empresas dispensaram mais que deviam, agora estão recontratando”, analisa o técnico do Sine. De janeiro a maio de 2010, retomamos o ritmo e superamos o patamar anterior à crise, com a criação de 60.197 vagas.
Onde estão os empregos
Na região de Blumenau, a expectativa é que sejam abertos mais de 2 mil postos de trabalho no próximo ano por causa da inauguração de dois novos shoppings na cidade. Na agência de empregos Gelre de Blumenau, a média de oportunidades oferecidas por dia é em torno de 60 vagas.
Para a gerente da agência, Alessandra Buzetto, os efeitos da crise já passaram e nem a elevação da taxa de juros deve prejudicar o bom momento para os que estão à procura de emprego. “Aqui está a pleno vapor, existem muitas oportunidades, principalmente na indústria, no comércio e na prestação de serviços.”
A gerente da unidade de Florianópolis, Vanessa Smanioto, também afirma que a taxa de juros não terá impacto na geração de empregos, já que o consumo e a oferta de crédito estão aquecidos. “Dessa forma, as empresas terão que continuar produzindo nos mesmos níveis atuais para dar conta da demanda”, avalia. A Gelre de Florianópolis disponibiliza cerca de 50 vagas/dia. Os cargos mais freqüentes são: auxiliar de produção, motorista, promotor de vendas, vendedor, auxiliar administrativo, auxiliar de serviços gerais, auxiliar de cozinha, operador de telemarketing.
Osnildo Vieira Filho discorda. Para o técnico do Sine, qualquer elemento que limite o consumo interno pode afetar as contratações. “Essa intensa geração de empregos é consequência do processo de retomada de exportação, mas também é influenciada pelo consumo interno”, explica.
Falta mão de obra
Apesar da grande oferta, a reclamação geral das empresas é que falta mão de obra. Segundo Alessandra Buzetto, na região de Blumenau a carência é maior nas áreas operacionais para atender a demanda da indústria têxtil e metalúrgica. Essas vagas são para auxiliar de produção, costureiras, manual, revisoras, bordadeiras, serviços gerais, operação de máquinas. A escassez de trabalhadores também existe no comércio, que tem aumentado muito o número de contratações.
Na Grande Florianópolis, o setor da construção civil é um dos que mais sofrem com a situação. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Construção Civil da Grande Florianópolis (Sinduscon), Hélio Bairros, os empreendimentos estão diminuindo o ritmo, realocando funcionários e introduzindo máquinas para que consigam completar o trabalho.
Segundo Vanessa Smanioto, a indústria também sente a falta de mão de obra, principalmente os segmentos de metalurgia básica, máquinas e equipamentos, plásticos e borracha, e têxtil.
Para a gerente da Gelre de Blumenau, outro problema é a qualificação dos que chegam ao mercado de trabalho. Na região da cidade, o nível não atende as necessidades da indústria e do comércio para a área de vendas.
Vieira Filho considera o tema polêmico. “Os empresários dizem que tem emprego, mas não tem mão de obra especializada. Isso pode ser verdade em alguns casos, mas não podemos generalizar. Muitas vezes, o empregador exige do funcionário um nível maior de qualificação do que o trabalho realmente requer”, justifica. O técnico do Sine cita como exemplo o cargo de secretária, que, muitas vezes, pode ser ocupado por uma pessoa que tenha nível fundamental, mas para o qual as empresas pedem que se tenha nível médio ou superior.
Para Vanessa, uma saída é aumentar a quantidade de cursos técnicos, principalmente aqueles voltados para a indústria em geral.

Concursos públicos
Em Santa Catarina, também há oportunidades fora da esfera privada. Quem gosta de estudar pode concorrer a cargos públicos. De janeiro a junho deste ano, foram abertas 200 mil vagas por concursos federais no país, segundo a Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos (Anpac). No segundo semestre, o número deve baixar para 40 mil por causa da lei eleitoral.
Nesse período, algumas limitações são impostas aos concurseiros. A partir de 3 de julho, aqueles que forem aprovados em concursos federais – não homologados até a data – não podem ser nomeados. A nomeação poderá ser feita somente em janeiro de 2011, após a posse dos políticos eleitos.
Como as eleições são para cargos federais e governamentais, os concursos municipais e do poder Judiciário têm funcionamento normal.
Portal EconomiaSC

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Negociações garantem 2% de aumento real de salário

Os sindicatos de trabalhadores já começaram as negociações para garantir aos salários uma parte do aumento da produtividade obtida pela indústria e outros setores desde a recuperação da economia. Segundo levantamento do Valor, alguns sindicatos com data-base nesse primeiro semestre já conquistaram acordos reais superiores aos 2% médios de 2009.
O setor de construção civil, principal eixo motor da recuperação econômica desde 2009, surge com acordos importantes. Em São Paulo, os 370 mil trabalhadores em canteiros, pintura e hidráulica receberam aumento de 2,4% acima da inflação. No Rio de Janeiro, os trabalhadores do setor negociaram índices reais maiores - 3,2% para a categoria e 5,5% para o piso. O movimento de alta, no entanto, não é restrito a esse setor.
Os cerca de 12 mil trabalhadores em padarias de sete cidades do ABC paulista atingiram ganho real de 3,2%, além do abono de R$ 120, no acordo selado em maio. Com data-base no mesmo mês, os mais de quatro mil trabalhadores da indústria do suco em São Paulo ampliaram os pisos salariais em 2,5% além da inflação - para o restante da categoria, o aumento real foi de 1,6%. Em março, os cerca de 30 mil funcionários de tecnologia da informação em São Paulo atingiram aumento real de 1,9% e 8,4% para os piso, além da redução da jornada de trabalho, de 44 para 40 horas semanais a partir de 2011.
O sindicato dos trabalhadores na indústria de calçados de Franca, no interior de São Paulo, conquistou reajuste real de 2%, que será repassado aos cerca de 30 mil operários da região. Os 16 mil trabalhadores na indústria de plásticos de Joinville (SC) tiveram aumento real de apenas 0,7%. O valor, por outro lado, foi superior aos 0,3% de 2009. Para Isaias Silva, diretor do sindicato, "a melhora da economia ajudou muito nas negociações".
No segundo semestre concentram-se as negociações de categorias mais fortes e organizadas, como os metalúrgicos de montadoras e autopeças, químicos, papeleiros, petroleiros e bancários, entre outros. O Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta que 79,9% dos acordos coletivos realizados no ano passado registraram aumento real de renda, com reajuste médio de 2% acima da inflação. O Dieese avalia que o número de categorias com ganhos reais será maior nesse ano.
Os sindicalistas usam duas bandeiras no momento de sentar para negociar. O crescimento da economia - no primeiro trimestre o Produto Interno Bruto (PIB) atingiu crescimento anualizado de 11% - e os ganhos de produtividade. Nos dados calculados pelo Valor, com base no cruzamento da Pesquisa Industrial Mensal e na de Emprego Industrial, ambas do IBGE, o aumento da produtividade do trabalhador na indústria foi de 4,7% nos 12 meses encerrados em abril em relação aos 12 meses anteriores, percentual 60% superior ao aumento de 1,9% na folha de pagamentos (na mesma comparação).
Para José Silvestre Prado de Oliveira, coordenador de relações sindicais do Dieese, os sindicatos têm muita margem de manobra. "Os ganhos de produtividade são muito superiores ao que é efetivamente repassado aos trabalhadores, o que, aliado ao forte ritmo da economia e ao fato de que é a indústria quem está puxando o PIB dão aos sindicatos força para pedir mais", raciocina Oliveira.
A movimentação no meio sindical é de unir-se para fortalecer as demandas. O presidente em exercício da Força Sindical, Miguel Torres, que também preside o sindicato dos metalúrgicos de São Paulo, propôs na terça-feira às outras cinco centrais reconhecidas pelo Ministério do Trabalho - CUT, UGT, CTB, NCST e CGTB - que os sindicatos pertencentes às entidades cuja data-base ocorre entre julho e dezembro atuem em conjunto nas negociações. "Já que as centrais estão unidas em torno de bandeiras consensuais, como redução de jornada, por que não unirmos os sindicatos para conseguirmos acordos mais relevantes e reajustes maiores?", diz Torres.
Os metalúrgicos de São José dos Campos e Campinas definem uma pauta conjunta de acordos na semana que vem. No ano passado, os sindicatos conquistaram, respectivamente, reajustes reais de 3,7% e 5,3%. Segundo Antônio Ferreira de Barros, o Marabá, operário da GM e diretor do sindicato de São José, "os trabalhadores estão atentos ao crescimento econômico, principalmente o da indústria automobilística. Então, vamos negociar um acordo maior que o de 2009".
Algumas categorias não fecharam bons acordos. Wagner Gomes, presidente do sindicato dos metroviários de São Paulo, avalia que o acordo fechado no mês passado - que prevê apenas recomposição da inflação - deixa os trabalhadores "descontentes". "Todo mundo está vendo a economia crescer e o desemprego cair, mas não têm jeito. A negociação no Estado não ultrapassa inflação", diz.
O espaço dado pela produtividade, dizem os economistas, indica que os salários podem ser corrigidos sem pressionar a inflação. Para Alcides Leite, professor de economia da Trevisan Escola de Negócios, a indústria está sofrendo com falta de mão de obra qualificada na medida que precisa dela para continuar investindo e ampliando sua produtividade. "Isso quer dizer que a tendência é os salários aumentarem, principalmente naquelas categorias representadas por sindicatos fortes".
Para ele, no entanto, os salários não estão por trás do aumento inflacionário. "São muitas variáveis em jogo, como a taxa de câmbio, as oscilações nos preços das commodities e os preços administrados. Uma das coisas são os salários, mas sozinho ele não é capaz de gerar inflação no país, não é isso o que está ocorrendo".
Rogério Cesar de Souza, economista do Iedi, refuta a ideia de que a correção dos salários esteja pressionando a inflação. "Todos viram que foram fatores sazonais que pressionaram os preços no começo do ano, tanto que agora já estão caindo forte", diz ele, em referência a queda do IPCA verificada em maio e junho.
Fonte: Valor

Produtividade sobe mais que salários na indústria

No ano passado, 80% dos acordos coletivos registraram aumento real de renda, com reajuste médio de 2% acima da inflação
Os salários estão subindo, mas a produtividade na indústria cresceu muito mais. Nos 12 meses encerrados em abril, a indústria de transformação ampliou sua produtividade em 4,7%, enquanto o custo salarial médio por trabalhador aumentou 1,9% no mesmo período. Na avaliação de economistas ouvidos pelo Valor, o crescimento mais intenso da produtividade em relação ao custo da folha de pagamentos cria uma folga para que a indústria acomode reajustes sem pressionar a inflação.
No primeiro semestre, algumas categorias importantes já negociaram acordos salariais com reajuste real superior a 2%, como os 2,4% dos trabalhadores da construção civil de São Paulo e os 3,2% dos operários da mesma categoria no Rio. Outros sindicatos menos representativos, como os trabalhadores nas indústrias de suco, negociaram ganhos reais de 2,5% para o piso salarial e 1,6% para os demais empregados.
Categorias mais fortes, como metalúrgicos e químicos, têm data-base no segundo semestre, período em que a pressão por reajuste real deve ser ainda mais intensa que em 2009. No ano passado, 80% dos acordos coletivos registraram aumento real de renda, com reajuste médio de 2% acima da inflação.
Na comparação entre os primeiros quatro meses de 2010 e igual período de 2009, a diferença entre a produtividade e os salários é muito maior - os ganhos de eficiência subiram 15% e os dos salários, 2,5%. Nessa comparação, em 15 segmentos analisados pelo Valor (a partir do cruzamento de duas pesquisas diferentes do IBGE), em somente três o aumento da folha de pagamento real por trabalhador superou os ganhos de produtividade. Para Flávio Castelo Branco, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o custo salarial cresceu menos porque durante a crise a indústria não cortou mão de obra na mesma proporção em que derrubou a produção.
Para Rogério Cesar de Souza, economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), os investimentos que estavam sendo realizados em 2008, antes da crise, maturaram ao longo de 2009 e permitiram à indústria aumentar sua produtividade, abrindo espaço para os salários.
Fonte: Valor

Setor empresarial pede à Fazenda revisão da Substituição Tributária

O Conselho das Federações Empresariais de Santa Catarina (COFEM), que reúne todos os setores da economia do estado, entregou na terça-feira, dia 22, uma proposta ao secretário da fazenda, Cleverson Siewert, solicitando que a secretaria tome medidas para limitar a lista de produtos sujeitos à Substituição Tributária e busque uma solução para que as empresas que se enquadram no Simples Nacional não sejam prejudicadas por esse regime tributário.
Durante reunião na Fazenda, em Florianópolis, Siewert e sua equipe técnica se comprometeram em analisar os pedidos dos empresários, e na próxima terça-feira, dia 29, haverá novo encontro para que a Secretaria dê seu posicionamento em relação às proposições do COFEM.
O primeiro vice-presidente da FIESC, Glauco José Côrte, destacou que, inicialmente, a Substituição Tributária abrangia uma pequena lista de produtos como combustíveis e cigarros, mas que agora engloba praticamente todos os produtos. "O que era para ser a exceção acabou se generalizando e na prática significa aumento da carga tributária, especialmente para a indústria que está no primeiro elo da cadeia produtiva", avalia Côrte. Por meio da substituição tributária, o imposto que deveria ser recolhido ao longo de toda a cadeia é pago no momento em que a indústria realiza a venda de seus produtos.
Para o presidente da FCDL, Sérgio Medeiros, que também participou da reunião, o regime Substituição Tributária tira muitos benefícios conquistados pelas empresas enquadradas no Simples Nacional.
Siewert afirmou que o regime é uma tendência no país, mas que precisa de ajustes. Segundo ele, muitas das decisões do estado sobre a questão precisam ser debatidas no âmbito do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).
Os empresários pediram que a Secretaria da Fazenda olhe para o que é melhor para a sociedade e para o setor produtivo, que gera emprego e contribui para o desenvolvimento econômico do estado.
Fonte: Fiesc

Indústria de SC confia na retomada da exportação em 2010

Depois de um ano difícil par a exportação, a indústria catarinense está otimista quanto às perspectivas de retomada dos embarques. É o que mostra o estudo Diagnóstico do Setor Exportador Catarinense, lançado nesta quarta-feira (23) pela Federação das Indústrias (FIESC) com o apoio do Figwal Transportes Internacionais. Em relação às projeções dos embarques para 2010, 64% das empresas acreditam em perspectivas de crescimento, segundo o levantamento, realizado com 146 companhias ouvidas pela Federação.
Entre as empresas que preveem incremento nas exportações, 29% acreditam em alta de até 10% em comparação com 2009, 22% projetam aumento de 11% a 30% sobre o ano passado, enquanto que para 13% das companhias ouvidas, as exportações devem crescer mais de 30% em comparação com 2009. Por outro lado, 25% das empresas projetam estabilidade nos valores exportados e 11% estimam queda. Das companhias que preveem redução, 10% acreditam que a queda seja de até 30% quando comparadas a 2009.
Entre os motivos que levam as empresas pesquisadas a projetarem alta nas exportações estão a recuperação gradual da economia, diminuição do impacto da crise mundial, maior nível de confiança dos clientes externos, prospecção e abertura de novos mercados de exportação, aumento da carteira de clientes e mais investimentos no parque fabril e em inovação tecnológica.
Para as empresas que acreditam que as exportações serão inferiores ao ano passado, os motivos apontados são redução das compras por clientes estrangeiros, baixa generalizada nos preços internacionais dos produtos, queda do dólar frente ao real e falta de efetividade na aplicação dos incentivos fiscais.
Para as empresas que acreditam que as exportações serão inferiores ao ano passado, os motivos apontados são redução das compras por clientes estrangeiros, baixa generalizada nos preços internacionais dos produtos, queda do dólar frente ao real, falta de efetividade na aplicação dos incentivos fiscais e aquecimento do mercado interno.
Participação menor na receita: apesar do otimismo dos exportadores, a pesquisa traz um dado que deve ser avaliado com atenção, segundo a FIESC. O peso das exportações no total dos embarques está em queda. Para 49% das empresas ouvidas, o mercado externo representa atualmente menos de 10% do faturamento total. Em 2006, apenas 23% das empresas exportadoras pesquisas tinham menos de 10% de sua receita no mercado internacional.
Segundo o estudo, esse cenário se deve à perda de rentabilidade das companhias no exterior em função da valorização do real e pelo próprio aquecimento do mercado interno, que levou as empresas a redirecionar as vendas para atender as demandas domésticas.
De outro lado, o levantamento mostra que para 18% das empresas, as exportações representam mais de 50% do total faturado, enquanto 33% afirmaram que as vendas externas contribuem com valores entre 11 e 50% do faturamento global.
Quanto ao valor exportado, os cinco setores com mais participação na economia do estado em 2009 foram alimentos e bebidas, fumo, máquinas e materiais elétricos, móveis e madeira.
Emergentes: o estudo também mostra que os mercados emergentes devem ser o foco das ações de prospecção do grupo pesquisado, devido as estimativas de crescimento desses países acima da média mundial. O levantamento mostra que 59,5% das empresas devem investir em nações da América do Sul (23,5%), América Central (13%), Oriente Médio (12%) e África (11%). Mercados tradicionais com o europeu ocupam o segundo lugar no plano de expansão dos negócios com 16,5% e a América do Norte ocupa a terceira posição com 15,5%. Em seguida aparecem a Ásia com 7% e a Oceania com 1,5%.
Outro tema abordado no estudo é a efetividade da atual política de comércio exterior. Para 65% das empresas, esse modelo não atende as necessidades e expectativas. Somente 35% das companhias consideram a atual política adequada. Sobre esse tema, a maior insatisfação dos empresários é com relação à política cambial vigente, que vem afetando a rentabilidade e a competitividade das empresas brasileiras em mercados externos. Também aparecem os custos elevados de produção, inadequação da infraestrutura logística e de transporte dos embarques.
Diagnóstico: O trabalho é realizado anualmente desde 1999 e tem o objetivo de acompanhar o desempenho do setor exportador do estado.
Fonte:
Fiesc

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Metodologia alemã de preservação ambiental chega à indústria de SC

O SENAI de Santa Catarina e a Universidade de Stuttgart, da Alemanha, fecharam acordo para a realização conjunta de consultoria ambiental em indústrias catarinenses. O primeiro trabalho está sendo planejado em junho e julho e terá aplicação prática a partir de agosto em dez empresas nas áreas de têxtil, metalmecânica e de aterro industrial do Vale do Itajaí. Serão implantadas melhorias em tratamento de efluentes, matriz energética, geração de resíduos sólidos, reciclagem de água, remoção de cor, redução de custos com tratamento de efluentes, entre outros.
A parceria entre o SENAI e a universidade alemã foi fechada depois de dois anos de trabalhos em conjunto, chamados de ações de curta duração. Os trabalhos permitiram o conhecimento da forma de atuação e a identificação de potenciais clientes. As dez empresas selecionadas devem ser as mesmas nas quais foram realizadas as atividades que antecederam a formalização da parceria. As consultorias, com duração prevista de dois anos, identificarão oportunidades de refinar o uso dos recursos naturais e energia, com repercussão na redução de efluentes, resíduos sólidos economia de energia.
Os projetos serão financiados pelo instituto DEG, ligado ao governo alemão e que financia projetos de ciência e tecnologia. As empresas brasileiras beneficiadas deverão participar com quase 50% do valor do projeto, por meio de contrapartidas econômicas, aquelas que não representam desembolsos. Na prática, serão calculados os custos que as empresas terão, por exemplo, com horas de trabalho de sua equipe, na execução dos projetos. O SENAI, por sua vez, terá seus consultores recebendo treinamento. Os alemães têm interesse na prospecção de projetos futuros de melhorias da produção e economia de energia. Além do SENAI, da Universidade de Stuttgart, e do instituto DEG, a parceria conta com a participação da LVI (câmara de meio ambiente ligada ao Ministério da Economia de Baden Württemberg) e das empresas Wehrler Umwelt (de consultoria e projetos ambientais) e Arqum (que gerencia projetos do DEG).
A parceria com a Universidade de Stuttgart também facilitará a transformação do núcleo ambiental do SENAI em Blumenau em Centro de Referência Ambiental. O núcleo oferece serviços laboratoriais e de consultoria.
O SENAI de Santa Catarina também mantém parcerias com instituições alemãs nas áreas de logística, e está negociando outros projetos nas áreas metalmecânica, educação a distância, entre outros.
Fonte: Fiesc

Analistas preveem ‘pouso suave’ para economia brasileira

Isso quer dizer que, embora não deva ser nada desastroso, o cenário a partir do fim do ano - e, especialmente, em 2011 - será bem menos propenso à euforia
A economia brasileira deve fazer um "pouso suave" depois do superaquecido início de 2010, na visão predominante entre os analistas. Isso quer dizer que, embora não deva ser nada desastroso, o cenário a partir do fim do ano - e, especialmente, em 2011 - será bem menos propenso à euforia. Afinal, a economia deve desacelerar de um ritmo anual entre 7% e 8% para algo entre 3,5% e 5%, os juros devem subir bastante, a inflação permanecerá ainda num nível elevado e o déficit em conta corrente pode crescer.
Além disso, 2011 pode ser o ano em que o novo governo aproveitará para tentar conter o ritmo de crescimento do gasto público, o que significa segurar o reajuste do funcionalismo e do salário mínimo (que indexa milhões de benefícios previdenciários e sociais), mexendo no bolso de boa parcela da população. "O Brasil vai ter de trazer essa economia aquecida para um nível de crescimento mais razoável, para poder controlar a inflação e o déficit externo", diz o economista Armando Castelar, da Gávea Investimentos.
Ao contrário de outros momentos do passado, quando o País era obrigado a frear violentamente em função de crises, desta vez a desaceleração tem tudo para ser um processo civilizado, na aposta da maioria dos analistas. "Pouso forçado é coisa do passado, quando o Brasil tinha problemas de solvência. Hoje, nós parecemos mais os países desenvolvidos de antigamente, já que os desenvolvidos agora têm problemas parecidos com os que a gente tinha no passado", resume André Loes, economista-chefe do HSBC no Brasil.
O País cresceu 2,7% no primeiro trimestre, em relação ao último trimestre de 2009 (tirando a variação sazonal), o que significa um ritmo anualizado de expansão de 11,2%. Para os próximos trimestres, a maior parte das projeções é de uma cadência bem mais modesta, equivalente a algo entre 4% a 5% ao ano. Por questões estatísticas, mesmo com essa desaceleração, o crescimento anual deve fechar entre 7% e 8%, segundo boa parte das estimativas do mercado financeiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Amanhã

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Retomada reduz folga, mas importação ajuda indústria

Em abril (último dado disponível), oito de dez importantes setores para a oferta interna de bens e serviços já operavam no mesmo nível de produção do período pré-crise ou com uma folga inferior a 5%. Ao mesmo tempo em que praticamente alcançaram os picos anteriores de produção, a importação desses setores aumentou e a exportação encolheu. Os dados mostram que há exceções, mas a corda está esticando para a maioria da indústria.
O Valor escolheu nove setores industriais e analisou a evolução da produção industrial, do emprego e do volume exportado e importado de cada um deles, comparando o momento atual com o auge atingido no pré-crise (para todos, isso ocorreu em algum momento entre o segundo e o terceiro trimestre de 2008), sempre em séries com ajuste sazonal. Depois, a mesma comparação foi feita para avaliar o nível de utilização da capacidade instalada, dado que permite agregar à análise um importante setor para a oferta interna - a construção civil. Por esse dado, a indústria que fornece bens para esse setor já não conhece mais a palavra ociosidade - a folga acabou.
Olhando apenas a produção dos nove setores (fora construção), três deles produziram, em abril, mais do que no auge do pré-crise. E todos esses três - alimentos, calçados e químicos - fizeram isso com um menor número de funcionários, indicando ganhos de produtividade. Esses setores foram capazes de aumentar a oferta com menos funcionários, um sinal de elasticidade de oferta.
"A produção caiu muito mais do que o emprego na indústria, durante a crise. Como é muito caro demitir e contratar no país, o ajuste acontece primeiro na utilização do fator capital", avalia Bernardo Wjuniski, economista da Tendências Consultoria. Assim, a retomada da produção acaba por elevar muito rapidamente a produtividade. Para o economista-chefe da LCA Consultores, Bráulio Borges, os ganhos de eficiência são importantes, mas o ritmo dos primeiros meses de 2010 não deve ser extrapolado para o resto do ano. "A produtividade é altamente pró-cíclica, acelerando-se quando a economia se recupera. A questão é que não me parece ter havido aí uma mudança estrutural", afirma ele.
Na indústria de veículos, a produtividade também aumentou, embora o setor ainda não tenha voltado ao mesmo nível de produção de antes da crise, apesar de sucessivos recordes de venda no mercado interno. O problema são as exportações, prejudicadas pela demanda global ainda fraca por produtos manufaturados. O auge alcançado pelas montadoras foi em setembro de 2008, quando atingiu 203,3 pontos.
Em março, último mês de vigência do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) reduzido para o setor, o nível de produção atingiu 198,6 pontos, recuando em abril para 195,3 pontos. Ainda parece haver folga na capacidade instalada, uma vez que o nível de utilização da indústria de material de transporte (onde se encontra o setor de veículos) ficou em 88,6% em maio, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). É um número mais de quatro pontos percentuais inferior ao pico do pré-crise. O aumento de produção e a redução da ociosidade nas fábricas ocorreu simultaneamente a um forte aumento das importações, que saltaram 11,3% em abril desde ano sobre o mesmo mês de 2008.
Borges considera a expansão das importações como o fator mais relevante para aumentar a oferta na economia brasileira e, com isso, conter eventuais pressões inflacionárias. Para ele, o aumento das compras externas, impulsionado pelo câmbio valorizado e pela forte demanda interna, é uma alteração estrutural ocorrida nos últimos anos, e que se dá não apenas no caso dos bens finais. Para elevar a sua competitividade, as empresas também compram mais insumos do exterior. "Isso vale basicamente para os setores produtores de bens comercializáveis internacionalmente", diz Borges, ressaltando, porém, que alguns fabricantes de bens não comercializáveis no exterior podem importar parte de seus insumos, beneficiando-se da oferta estrangeira para reduzir custos.
O caso das montadoras de veículos pode ser estendido a outros setores tradicionais do parque industrial brasileiro, como as fábricas de calçados, têxteis e vestuário. O estoque de emprego - que soma os recém-contratados com os já empregados no setor - aumentou do fim de 2008 a abril deste ano, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento.
O segmento de calçados já superou o nível recorde de produção, alcançado em junho de 2008, em 0,7 pontos percentuais. O setor, no entanto, conta com vantagens comerciais frente a outros segmentos - é o único dos dez levantados pelo Valor cujo saldo comercial se ampliou neste ano em relação ao auge, em 2008. A explicação, por outro lado, transcende os investimentos realizados: desde maio de 2009 os calçados chineses recebem sobretaxa para competir no mercado nacional.
"Uma pessoa que está comprando um apartamento não está ruim de dinheiro. Da mesma forma, a indústria que investe, aumenta produção e contrata pessoal não está mal", afirma Fernando Puga, economista do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "As elevações dos investimentos e da produção industrial são fatores muito mais determinantes que a queda do saldo comercial da indústria para analisar os efeitos do crescimento", avalia Puga, para quem a economia brasileira passa por um período transitório, em que a demanda das famílias, que ampliam o consumo de bens finais, manufaturados, pressiona a produção nacional e transborda para os importados.
A redução do saldo comercial em nove dos dez setores industriais decorre de um fenômeno triplo, segundo Rogério César de Souza, economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi): demanda externa, interna e câmbio. A demanda externa é menor que a vigente antes da eclosão das turbulências mundiais, enquanto o mercado brasileiro se expandiu - como os números de consumo das famílias contidos no Produto Interno Bruto (PIB) do ano passado evidenciam.
A série da Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex) sobre volume importado indica que todos os nove setores analisados (não há dados separados na Funcex sobre material de construção) estão enviando uma parcela menor de sua produção ao exterior do que já fizeram em algum momento do passado. Em uma série mensal com ajuste sazonal, o dado indica que em abril o volume exportado ficou entre 7,6% (alimentos) e 30,6% (automóveis) menor do que o pico de bens embarcados para o exterior pelos setores.
"O fabricante nacional acabou sendo incentivado a realocar suas vendas para o mercado interno, porque aqui há demanda e no exterior não", diz Souza. O terceiro fator, o câmbio valorizado, encarece o produto nacional no exterior. A cotação do dólar estava ainda mais desvalorizada no pré-crise - quando rodava a R$ 1,56, menos que os atuais R$ 1,80 - mas essa melhora é contrabalançada pelos descontos nos importados. "Como está todo mundo procurando comprador, as empresas exportadoras estão oferecendo preços mais baixos, especialmente os chineses", diz.
Fonte: Valor

Vetos reduzem o festival de benefícios da MP 472

Muitas empresas que usaram o benefício em período posterior foram autuadas pela Receita
Com 140 artigos e 31 vetos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Medida Provisória 472 - convertida na Lei nº12.249 - e conteve parte do festival de benefícios anteriormente concedidos às empresas, principalmente em relação ao "Refis da Crise" e ao crédito-prêmio do IPI. Foram vetados, por exemplo, todos os dispositivos que permitiam o parcelamento do benefício, com descontos de até 100% nas multas e juros para contribuintes devedores. No ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o crédito-prêmio deixou de existir em 1990. Muitas empresas que usaram o benefício em período posterior foram autuadas pela Receita e aguardavam uma solução para o problema.
Em outro veto, foi derrubada a possibilidade de as empresas poderem participar de licitações mesmo com limites de endividamento acima do permitido. Além disso, o presidente Lula barrou a possibilidade de os participantes do Refis usarem precatórios próprios ou de terceiros para amortizar os débitos inscritos no programa de parcelamento, como previa a MP.
Por outro lado, foi mantido o artigo que cria um limite para o abatimento de juros pagos em empréstimos contraídos no exterior no cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) - limitação que não existia até então.
A Lei nº12.249, que trata de programas de regimes especiais para setores como informática, petróleo e financeiro, tem 79 artigos a mais do que a MP original - conhecida por suas inúmeras concessões. Apesar dos 31 vetos, a norma ainda traz em seu texto inúmeras concessões fiscais e benefícios. Permaneceram, por exemplo, medidas que permitirão a renegociação de dívidas relativas a operações de crédito rural inscritas na dívida ativa da União, a subvenção extraordinária para produtores independentes de cana-de-açúcar no Nordeste e um parcelamento especial para contribuintes que devem multas e taxas a autarquias federais.
No texto, foi mantido um artigo que estabelece a suspensão das cobranças judiciais movidas contra contribuintes que aderiram ao Refis. Sem previsão na lei, procuradores da Fazenda Nacional estavam solicitando à Justiça a continuidade dos processos de execução fiscal.
Fonte: Valor

Justiça condena siderúrgicas por prática de cartel

CSN, Usiminas e Cosipa multadas em 1% de seus faturamentos de 1996, o que totaliza R$ 51 milhões
A 6ª Turma do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região condenou, por unanimidade, as empresas CSN, Usiminas e Cosipa por prática de cartel. Em 1999, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) havia feito a condenação, mas as siderúrgicas recorreram em primeira e, agora, segunda instância. As empresas foram multadas em 1% de seus faturamentos de 1996, o que totaliza R$ 51 milhões (R$ 22 milhões para a CSN, R$ 16 milhões para a Usiminas e R$ 13 milhões para a Cosipa). A Cosipa foi incorporada pela Usiminas no ano passado.
O procurador-geral do Cade, Gilvandro Araújo, afirmou que os valores das multas serão atualizados pela taxa Selic. Segundo ele, essa atualização deve ser feita ainda esta semana.
"Esta decisão foi de um caso muito emblemático, um dos primeiros de cartel julgados pelo Cade", comemorou o procurador. Para Araújo, a possibilidade de as empresas recorrerem faz parte da regra do jogo, mas ele não tem dúvidas de que a decisão abre precedente para o julgamento de outras práticas de cartel.
Os advogados das empresas não têm permissão para falar com a imprensa sobre o resultado do julgamento. Mas, segundo a assessoria de imprensa da Usiminas, uma nota curta será divulgada ainda hoje sobre o assunto.
Fonte Amanhã

Importação de SC quase dobra em maio

Florianópolis, 11.06.2010 - As importações de Santa Catarina em maio de 2010 praticamente dobraram em relação ao mesmo período no ano passado. As compras externas do estado somaram US$ 919,6 milhões, com alta de 90,2%, puxada pela importação de insumos para a indústria como catodo de cobre refinado e seus elementos, laminados de ferro e aço e polietileno. Nesse mesmo período de comparação, o crescimento das exportações foi mais modesto, com embarques de US$ 701,3 milhões, e aumento de 15,7%, segundo dados divulgados pela FIESC nesta sexta-feira (11). O saldo negativo da balança comercial em 2010 se agravou e agora já acumula US$ 1,4 bilhão.
Para o diretor de relações industriais e institucionais da FIESC, Henry Quaresma, embora o valor das importações de bens de consumo também esteja aumentando, o fato de predominarem os insumos para a indústria na pauta de importação é um paliativo. "Significa que estas importações ainda serão beneficiadas pela indústria, que se adaptou à conjuntura de câmbio valorizado e passou a importar matérias-primas para compensar a perda de receita com as exportações. Ou seja, ainda será agregado valor a maior parte dessa pauta de importações" diz. "Contudo, está em curso também um salto na importação de itens destinados ao consumidor final e isso deve ser visto com atenção, pois estamos gerando postos de trabalho no exterior", acrescenta.
No acumulado do ano, as importações totalizaram US$ 4,3 bilhões, com elevação de 67,7% em comparação com o mesmo período em 2009. Entre os principais produtos importados pelo estado estão catodo de cobre refinado e seus elementos (179,7%), laminados de ferro e aço (120,7%) e polietileno (69,9%) e fios de fibras, poliésteres e artificiais (40%).
De janeiro a maio, dos dez principais países de quem Santa Catarina mais importou estão a China, com compras de (US$ 1 bilhão), Chile (US$ 546,6 milhões), Argentina (US$ 419,5 milhões), Estados Unidos (US$ 315,5 milhões) e Alemanha (US$ 154,4 milhões).
Nesse mesmo período, as exportações somaram US$ 2,9 bilhões, alta de 13,7%. Os produtos com aumentos mais expressivos foram blocos de cilindros e cabeçotes para motores (145,7%), grãos de soja (44,5%), motocompressores herméticos (41%), carne de frango (20,8%) e produtos de madeira (19,6%).
Quaresma lembra que a competitividade internacional da indústria catarinense é uma das questões centrais do documento Desenvolvimento SC: uma visão da Indústria, que será debatido com os candidatos ao governo do estado. "O estado precisa recuperar o tempo perdido e criar um ambiente favorável à produção. Do contrário, os déficits da balança seguirão crescendo e poderemos enfrentar a desindustrialização, voltando a ser produtores e exportadores de commodities", afirma.
Para a FIESC, o salto nas importações está relacionado também aos incentivos que o estado oferece às empresas que importam pelos portos catarinenses. Parte das compras fica em Santa Catarina, mas uma boa parcela é distribuída a outros estados.
Embora em ritmo bem inferior às importações, as exportações catarinenses vêm crescendo desde fevereiro. Os Estados Unidos lideram como principal comprador do estado, com compras de US$ 351,7 milhões. Na sequência aparecem Países Baixos, com embarques de (US$ 276,5 milhões), Japão (US$ 183,8 milhões), Argentina (US$ 182,1 milhões), Alemanha (US$ 123,3 milhões) e Reino Unido (US$117,2 milhões).
Fonte: Fiesc

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Evair Oenning assume cargo na ACIJ

O presidente do Sindimet Evair Oenning será o novo vice-presidente do CONSEP - Conselho das Entidades Patronais conveniadas à ACIJ. O industrial assume o cargo na gestão 2010/2011 da ACIJ que tem como presidente o industrial Carlos Rodolfo Schneider, juntamente com a nova diretoria, novo conselho e presidentes de nucleos setoriais. A posse se dará durante jantar de adesão que acontece no dia 18 de Junho, às 20 horas na Sociedade Harmonia Lyra. Mais informações pelo fone 34613333.

Agenda Legislativa da Indústria 2010 foi levada à Assembléia Legislativa

A Agenda Legislativa da Indústria 2010, documento que reúne o posicionamento da FIESC sobre projetos de lei que tramitam na Assembléia Legislativa (Alesc), foi apresentada aos deputados durante sessão na Assembléia, realizada na quarta-feira, dia 2 de junho. O documento foi apresentado pelo presidente da Federação, Alcantaro Corrêa, pelo primeiro vice-presidente, Glauco José Côrte e pelo diretor de relações industriais e institucionais, Henry Quaresma.
A agenda contempla quinze projetos da área ambiental, seis da tributária e econômica e dois da administração pública e políticas sociais. As proposições na área de meio ambiente abrangem temas como a produção, industrialização e comercialização de combustíveis biodegradáveis, autorização para instituir programa de recuperação e proteção das matas ciliares e a elaboração de programas de reciclagem para as empresas produtoras e distribuidoras de bebidas com garrafas PET e plásticos em geral."Atender a todas as exigências legais relativas ao meio ambiente é uma grande preocupação do setor empresarial, detectada também na pesquisa realizada pela Federação com os industriais para a elaboração da agenda Desenvolvimento SC: uma visão da indústria, apresentada ao setor industrial em maio, disse o presidente da entidade, Alcantaro Corrêa. "O conflito entre as legislações federal e estadual é um complicador e por isso o assunto é uma das prioridades da FIESC", acrescenta.
Para Côrte, a agenda é uma contribuição da entidade para ampliar e fortalecer o debate. "Reconhecemos o empenho dos deputados na avaliação dos projetos, mas é dever da FIESC acompanhar e tornar público e transparente o posicionamento sobre as questões que afetam o setor empresarial", afirma. "Um ambiente de negócios competitivo, com vistas ao crescimento de Santa Catarina, passa pela formulação de leis que garantam segurança jurídica às empresas", acrescenta Côrte, que também preside a Câmara de Assuntos Tributários e Legislativos da FIESC.
Ao longo de 2009, a entidade acompanhou e participou, no legislativo, de discussões sobre temas como o Código Estadual de Meio Ambiente, a instituição do salário mínimo regional, o Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro e a criação do Tribunal Administrativo Tributário.
Fonte : Fiesc

SESI/SC faz campanha para controle de peso corporal dos trabalhadores da indústria

O SESI Santa Catarina realizou nos restaurantes corporativos instalados em indústrias do Estado uma campanha informativa sobre o controle do peso corporal. Além da disposição de informações em displays de mesa, as nutricionistas da entidade entregaram aos trabalhadores folhetos com dicas para uma alimentação mais saudável e ofereceram o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) aos interessados.
Na empresa GTS do Brasil, fabricante de equipamentos agrícolas de Lages, a campanha ocorreu em parceria com a área de Lazer do SESI/SC e atendeu 64% dos trabalhadores da empresa, o dobro da meta estabelecida pela Coordenadoria de Alimentação e Nutrição do SESI/SC. "É importante incentivar os trabalhadores da indústria a adotarem hábitos alimentares saudáveis e incluir na rotina diária a prática de atividades físicas", relata a nutricionista Renata Picolli, responsável pelos restaurantes da GTS do Brasil e da Minusa, também em Lages.
Em Videira, 145 trabalhadores da Videplast também participaram da campanha. Segundo a nutricionista que atende a empresa, Rafaela Schindler, a campanha mostrou dados positivos. "Concluímos que o índice de obesidade é pequeno e a alimentação deles está equilibrada", conta a nutricionista. A equipe também incentivou a prática de atividades físicas e orientou para uma alimentação saudável, principalmente fora da empresa.
A campanha faz parte de uma programação prevista pela Coordenadoria de Alimentação e Nutrição e tem como objetivo incentivar uma alimentação mais saudável, equilibrada e consciente dentro e fora do ambiente laboral.
Fonte : Fiesc

Seminário mostra como ingressar no mercado Norte-americano

A Federação das Indústrias (FIESC) está com inscrições abertas para o seminário "Como ingressar no mercado norte-americano", que será realizado de 26 a 29 de setembro, em Miami. Esta é a sexta edição do encontro, que terá como temas os desafios, erros e acertos no processo de exportação, como ocorre a internacionalização de uma empresa, cases de companhias brasileiras que atuam no mercado norte-americano e a adaptação de produtos de acordo com as normas governamentais.
O encontro é promovido pela Brazilian-American Chamber of Commerce of Flórida, entidade que reúne 300 associados, e tem o objetivo de auxiliar empresas a aumentar as relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos.
Os painéis, ministrados em língua portuguesa, terão os palestrantes Claudio Almeida, da Odebrecht Construction, Paulo Miranda, da Akerman Senterfitt, Saulo Ferraz, do Citibank e José Lemos, da Universal Trading Corporation.
Os Estados Unidos são hoje o principal parceiro comercial de Santa Catarina. Em 2008, os embarques ao país somaram US$ 1,13 bilhão. Entre os principais produtos da pauta de embarques estão motocompessores herméticos, blocos de cilindros, produtos de madeira, fumo não-manufaturado, motores elétricos e peças para carros. Nesse mesmo período, as importações do estado somaram US$ 673,4 milhões. As compras catarinenses são de insumos para a indústria como polímeros de etileno, coque de petróleo, policloreto de vinila e circuitos elétricos.
As inscrições devem ser feitas pelo e-mail baccf@brazilchamber.org. Mais informações pelo telefone (48) 3231-4663.
Fonte: Fiesc

sexta-feira, 11 de junho de 2010

BC aumenta o juro básico para 10,25% ao ano

Banco Central deverá continuar aumentando os juros básicos
Boa parte da população não sabe de sua existência ou não conhece o seu alcance. Porém, todos são afetados por uma alteração da taxa básica de juros, a Selic, aumentada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na noite desta quarta-feira em 0,75 ponto percentual, de 9,5% para 10,25%.
Líderes e analistas catarinenses dizem o que pensam sobre a elevação adotada pelo governo federal para brecar o consumo no país e conter a pressão inflacionária. A Selic remunera os títulos públicos depositados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia, operação que permite atualização diária das instituições financeiras e reflete a média de remuneração dos títulos federais negociados com os bancos. Com isso, a taxa influencia os juros de toda a economia.
Depois de nove meses estável em 8,75%, a Selic teve o segundo aumento do ano. Em abril havia sido reajusta para 9,5% ao ano. Veja abaixo o ponto de vista dos líderes e analistas catarinenses.
Paulo Guilhon, presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon)
“O governo aumenta os juros porque gasta demais e precisa manter as contas em dia. Continuar com a carga tributária em quase 40% do PIB é inaceitável. Quem é penalizado é o cidadão comum, com uma economia que não consegue manter um bom ritmo de crescimento. Desde a década de 1980 crescemos a índices pífios. Acredito que não era o momento de se elevar os juros. O Brasil precisa ter vontade de crescer. A qualquer indício de aquecimento, o governo já puxa o freio da economia. A razão de que a economia crescendo demais aumenta a inflação de demanda é uma falácia. A indústria quer produzir, temos uma capacidade de produção ociosa.Com juros altos, o empresário não tem segurança para investir. Os grandes problemas são: gasta-se demais e não se investe no que realmente é necessário: infraestrutura e capacitação humana.”
Osmar Silveira, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas
“O aumento da taxa juros é ruim tanto para o consumidor quanto para os empresários. A alta da Selic impede que os empreendedores busquem dinheiro para fazer reformas e investimentos. Mais cedo ou mais tarde, os valores serão repassados para a mercadoria.“Esse aumento é desnecessário. No último mês, a inflação estava baixa. Precisamos manter uma tendência de baixas consecutivas na taxa de juros.”
Carlos Tramontin, professor de Teoria Econômica do Curso de Economia da Universidade do Estado Santa Catarina
“Não foi surpresa porque o ministro Guido Mantega (Fazenda) já havia dado sinal nesse sentido. A Selic é a taxa de juros mais baixa do país. Se ela sobe, as demais também aumentam e chegam aos consumidores. Após a alta da Selic crescem também os juros do cheque especial, do cartão de crédito das compras a prazo etc. E isso retrai o consumo, que é justamente o que o governo quer.O comércio tem liberdade até para manter a taxa de juros, mas, normalmente, o aumento da Selic tem efeito cascata e alcança o consumidor de forma imediata. Se você der uma volta por aí, hoje, já deverá sentir a diferença nos juros.”
Clovis Mena Dutra, presidente do Sindicato dos Bancários de Florianópolis e Região
“Se comparado com outros governos, a administração do Lula tem baixado a taxa de juros. O gráfico é decrescente. O governo poderia ter sido feito um esforço para não haver este aumento.É um assunto bastante complexo. Há muitas divergências entre os especialistas no quesito de qual é a melhor taxa de juros do país. No Japão, por exemplo, a taxa de juros é de 0,1%. Esperamos que nas próximas reuniões do Copom a nossa Selic diminua. Subir os juros é prejudicial para todos os negócios.”
Célio Spagnoli, vice-presidente da Federação do Comércio de Santa Catarina
“Esse aumento feito pelo Copom não era necessário. Não tem um motivo que justifique a atitude. A economia sofreu um impacto por razões pontuais, mas, de uma forma geral, está estabilizada e deve sofrer uma acomodação no segundo semestre.“Estamos saindo da crise e do fim de alguns incentivos que foram dados em produtos como automóveis e linha branca. Isso já reduziu um pouco o movimento do comércio. E agora, com essa nova taxa de juros, o impacto pode ser muito maior.”
A decisão do Copom
O Comitê de Política Monetária (Copom) não surpreendeu. Fez exatamente o que era esperado pelo mercado ao aumentar a Selic para 10,25% ao ano. Os analistas projetam novos ajustes na taxa neste ano, até o limite de 11,75%, como forma de conter as pressões inflacionárias.
Em nota curta divulgada à noite, o Copom declarou o seguinte: “Dando seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias ao cenário prospectivo da economia, para assegurar a convergência da inflação à trajetória de metas, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 10,25% ao ano, sem viés”, ou seja, sem a possibilidade de revisão até a próxima reunião daqui a 45 dias.
Indústria critica a decisão
Tão logo o Copom divulgou o aumento dos juros, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou nota na qual critica a posição do Banco Central e ressalta que vê com preocupação o retorno da taxa Selic ao patamar de dois dígitos.
De acordo com a CNI, a decisão é fruto de uma “avaliação equivocada” sobre a expansão da economia nacional. Ressalta que o “excepcional” crescimento de 9% no Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre “não deve orientar as expectativas para o restante do ano”, porque os incentivos fiscais criados para amenizar o impacto da crise internacional sobre a economia foram extintos em março.
A CNI lembra que o aumento do investimento foi mais intenso do que o do consumo para o crescimento da economia no primeiro trimestre, e entende que a maturação desses investimentos aumentará a capacidade de produção da indústria, com redução de pressões inflacionárias no futuro.
Além disso, os técnicos da entidade acreditam que a evolução recente dos preços aponta para o arrefecimento da inflação, especialmente dos alimentos. Portanto, há espaço para que o ciclo de alta dos juros seja mais curto e de menor intensidade que o inicialmente previsto.
Centrais sindicais são contra a medida
As duas principais centrais sindicais do país, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical criticaram, na noite desta quarta-feira, a elevação da taxa básica de juros.
“É uma insanidade a decisão dos membros do Copom em aumentar a taxa básica de juros. Lamentamos a insistência dos tecnocratas em travar o crescimento, utilizando métodos para conter supostas pressões inflacionárias que são perversos para com os trabalhadores”, diz a Força Sindical, em nota.
A central sindical ainda ressalta que medida do BC “bajula” os especuladores financeiros. “É frustrante, neste momento auspicioso da nossa economia, presenciarmos o Banco Central tomar medidas nefastas como esta, com o intuito de frear a produção e o consumo, e bajular os eventuais especuladores. Aliás, estamos virando um paraíso para os especuladores”, diz o texto.
A CUT afirmou que o aumento da Selic faz parte de uma política "assistencialista" para banqueiros. “Existe uma forte pressão por parte do setor financeiro e seus representantes para que esse ciclo de aumento da taxa básica de juros permaneça. Pelos cálculos do economista Amir Khair, se a taxa chegar a 11,75% até o final deste ano, o Brasil gastará a mais com a rolagem da dívida o equivalente a R$ 13 bilhões”, afirma a nota da CUT.
Economista não vê surpresa
Para o economista José Márcio Camargo, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), o aumento de 0,75 ponto percentual na taxa Selic já era esperado pelo mercado. “Não tem nenhuma surpresa. E o comunicado foi exatamente igual”, afirmou.
A decisão de elevar a Selic para 10,25% ao ano é justificada diante do crescimento da demanda que ocorre mais rápido do que a oferta, explicou. “O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mostrou isso claramente”.
Para José Márcio Camargo, a partir de agora, a economia vai apresentar um arrefecimento do crescimento nos próximos trimestres. “Isso, provavelmente, vai gerar menos pressão inflacionária e tenderá a levar a inflação para a trajetória de metas ao longo de 2011, porque isso demora para fazer efeito”.
Portal Economia SC

Crise na Europa afeta contratos de exportadores de SC

Setor moveleiro teve redução de contratos e busca alternativas.
A crise econômica na União Europeia (EU) está prevista para durar pelo menos dois anos e isso preocupa praticamente todos os países. Os setores da economia catarinense que mais poderão sofrer impacto nas exportações são a pecuária, especialmente as carnes de frango e de suíno, os móveis de madeira e o setor cerâmico, afirma o professor do curso de Comércio Exterior da Univali Luiz Carlos Coelho.
Mestre em Relações Econômicas Sociais Internacionais, Coelho acredita que o impacto sobre as exportações catarinenses pode ser amenizado à medida em que as empresas consigam direcionar a novos destinos maiores quantidades destes produtos que deixam de ser comprados pela Europa. “É necessário, portanto, um esforço conjunto ainda maior, tanto do setor público quanto do privado no sentido de aumentar os mecanismos que possam amenizar o impacto que a crise europeia causará as exportações catarinenses.”
Segundo informação da Federação das Indústrias do Estado (Fiesc), os números das exportações para a União Europeia tiveram reduções nos últimos meses. Em março, deste ano, o Estado exportou US$ 184 milhões. Já em abril, esse número caiu para US$ 177,1 milhões. Em peso, são 36.421 milhões de toneladas a menos.
O agente de exportações no mercado europeu da Associação Moveleiros do Oeste Santa Catarina, Jerry de Souza, revelou que houve redução de 40% nos contratos de exportação nos últimos seis meses e que é necessário encontrar alternativas de “preços X produtos” que possam ser competitivos no mercado para concorrer com as ofertas vindas da China. Ele ainda afirmou que é difícil explorar novos mercados agora, porque, para isso, são necessários grandes investimentos e, devido à crise, as fabricas estão sem capacidade de prospecção. “Nos últimos meses, muitas empresas fecharam as portas ou mudaram de foco de exportação migrando para o mercado interno”, conclui Jerry de Souza
Empresas bancam os prejuízos
Para o presidente da Associação Catarinense de Avicultura, Clever Pirola Ávila, os contratos com a EU são feitos há 30 anos e, por isso, algumas empresas do setor estão bancando alguns prejuízos para poder manter o trabalho construído em três décadas. “A produção de aves não se alterou por causa da crise. Vamos investir mais nos mercados que são nossos clientes, como Ásia, África e América do Norte.
Na Região Sul, o tabaco foi responsável por 9,2% do total exportado, sendo que no Rio Grande do Sul representou 13,9% e em Santa Catarina 12,7%. A União Europeia foi o principal destino do produto brasileiro (45%), seguida pelo Extremo Oriente (23%), África/Oriente Médio (10%), América do Norte (10%), Leste Europeu (9%) e América Latina (3%).
Iro Schünke é presidente Sindicato da Indústria do Tabaco da Região Sul do Brasil – (SindiTabaco) e afirma que no setor de fumo ainda é cedo para afirmar os resultados da crise.
“A previsão é de que o faturamento permaneça estável apesar da diminuição das toneladas exportadas. O real se valorizou e isso fará com que os rendimentos se mantenham. Só no segundo semestre do ano é que vamos ter um balanço mais preciso sobre a crise”, declara Schünke.
O presidente do Sindicato Patronal da Indústria Mecânica de Joinville e Região (Sindimec), Renato Gruhl explica que as empresas que investiram em capacitação e que ficaram atentas as mudanças do cenário econômico estão bem. Segundo ele, o mercado encolheu ano passado, gerando muitos prejuízos. No começo de 2010 houve uma leve recuperação. “Um ano ruim leva cinco anos para se recuperar completamente. Por isso, é necessário ficar atento e ter postura diferencias para buscar novas oportunidades.”
Portal Economia SC

quinta-feira, 10 de junho de 2010


Incentivo para pesquisa reduz carga de IR

A taxa de renúncia fiscal do Brasil em pesquisa e desenvolvimento (P&D) intensificou-se consideravelmente desde que o país ampliou o benefício por meio da Lei do Bem, em 2005. Com a mudança, a renúncia fiscal pulou de R$ 220 milhões, em 2006, para R$ 880 milhões no ano seguinte. Em 2008, a renúncia praticamente dobrou, para R$ 1,54 bilhão. A previsão para 2009 é de crescimento na mesma taxa ou maior, segundo o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Mota.
A taxa de renúncia fiscal associada ao valor total investido em P&D pela Lei do Bem também aumentou, de 14,4% em 2006 para 19% em 2008. Ou seja, o governo federal abriu mão de praticamente R$ 20 para cada R$ 100 aplicados em P&D em projetos aprovados pelo programa da Lei do Bem.
O fortalecimento de incentivos fiscais em P&D é uma das mais recentes tendências e tem contribuído para a redução da carga tributária total em diversos países. Essa é a conclusão de uma pesquisa da KPMG, que avaliou a carga tributária para este ano de 95 cidades em dez países.
A França, por exemplo, oferece um crédito de imposto de renda equivalente a 30% dos primeiros € 100 milhões gastos em projetos de pesquisa e desenvolvimento em um ano e 5% sobre o que ultrapassar o valor. Esses créditos permitem que a carga tributária em P&D da França seja 50% menor que a carga total sobre empresas e serviços de tecnologia da informação, reduzindo o custo tributário total da França.
De acordo com o levantamento da KPMG, entre os países com menor carga tributária sobre investimentos de P&D em 2010 estão Austrália, Canadá, Reino Unido, Holanda e México.
A Austrália estava em quinto lugar na classificação da menor carga tributária em P&D em 2008 e passou para o primeiro lugar no ranking para 2010. A mudança, segundo a pesquisa, acontece em razão de um incentivo que o país deve adotar a partir de julho, que concede 45% em créditos tributários reembolsáveis para empresas pertencentes a grupos com receita até 20 milhões de dólares australianos - cerca de R$ 30,3 milhões, segundo cotação do BC na sexta-feira.
O crédito fiscal é um instrumento comum no incentivo a P&D, mas é aplicada de forma diferenciada em cada país. O Canadá, segundo a pesquisa, oferece crédito de Imposto de Renda de 20% das despesas correntes e de capital em P&D. A maior parte das províncias canadenses também oferece incentivos locais adicionais para P&D, com créditos que variam de 10% a 20%.
O Reino Unido oferece às empresas um incentivo que combina deduções adicionais de impostos com créditos potencialmente restituíveis. As despesas com P&D podem ser beneficiadas com dedução equivalente a 130% dos gastos efetivos na área e chegam a 175% para pequenas e médias empresas.
Um dos incentivos considerados mais inovadores foi adotado na Holanda. A empresa pode deixar de transferir ao fisco holandês uma parte do imposto de renda retido sobre os salários de parte de seus empregados da área de P&D. O empregador deixa de transferir os valores para o governo, mas o imposto deduzido é considerado pago pelo funcionário.
No Brasil, o incentivo principal, diz Roberto Haddad, sócio da área de tributação internacional da KPMG no Brasil, é a dedução adicional entre 60% e 80% das despesas operacionais em P&D no cálculo do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). O incentivo brasileiro também permite depreciação acelerada de equipamentos e redução a zero do IR na fonte sobre remessas relativas a registro e manutenção de marcas e patentes, por exemplo. "O incentivo foi cada vez mais usado à medida que as empresas perceberam que o benefício era mais amplo e incluía também investimento em melhorias de processo."
Segundo o secretário Ronaldo Mota, a Lei do Bem ampliou o acesso de empresas ao incentivo. Em 2006, 130 empresas aproveitaram o benefício, número que saltou para 460 em 2008. Entre os setores que mais têm se beneficiado estão farmacêutica, eletroeletrônica, mecânica, metalurgia, alimentos e petroquímica.
Valor

Moradores da região Sul creem na estabilidade na economia

Dos entrevistados, 64% dizem que sua renda irá se manter.
Os moradores da região Sul do país são os mais conservadores, entre os brasileiros, quanto às mudanças na economia. É o que foi constatado na pesquisa divulgada nesta quarta-feira, 2, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Em perguntas que avaliam qual é a expectativa quanto à inflação, oferta de emprego, renda pessoal, situação financeira, endividamento e compras de produtos mais caros, a maioria dos sulistas respondeu que acredita na estabilidade do cenário.
Tanto os entrevistados que recebem 1 salário mínimo quanto aqueles que ganham mais de 10 seguiram a mesma tendência. A maior parte, 51%, acha que a inflação não vai mudar, 55% que o seu endividamento vai ser igual ao dos últimos 3 meses, e 67% que vão manter mais ou menos os mesmos hábitos de compra de bens de maior valor. Para 46%, a oferta de emprego também deve se manter, 64% dizem que sua renda pessoal será igual e 60% deram a mesma resposta para sua situação financeira.
Reflexo do aumento dos juros
Os dados nacionais indicam que, em comparação a abril, o otimismo dos brasileiros na economia subiu 1,8% em maio. O crescimento registrado no mês interrompe a sequência de duas quedas consecutivas.
Em maio, os consumidores estavam especialmente otimistas quanto ao emprego: o indicador subiu 4,8% em comparação ao mês anterior. Foi a maior alta desde 2007, o que indica que as pessoas estão mais confiantes no aumento da oferta de empregos.
As expectativas de queda da inflação e de crescimento da renda pessoal também tiveram elevação de 1,2% e 2,4% respectivamente.
Os consumidores afirmaram estar menos endividados e com situação financeira melhor. O índice de endividamento aumentou 1,8% e o de situação financeira, 2,1%.
Somente o indicador de compras de bens de maior valor teve recuo de 0,2% em relação a abril. O gerente executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, explica que a diminuição pode ser causada pelo aumento da taxa de juros. "Os juros têm impacto na situação financeira e na compra de bens de maior valor", completa.
Portal Economia SC

Carga tributária sobre energia salta para 45,08%

Um dos principais vilões do custo da energia no Brasil é a carga tributária, que saltou de 35,91% em 2002 para 45,08% em 2008, segundo estudo da PricewaterhouseCoopers. Nesse período, a arrecadação cresceu 115%, de R$ 21,4 bilhões para R$ 46,2 bilhões - resultado de 20 tributos e encargos sociais e setoriais. "A conta de energia virou um varal para pendurar todo tipo de encargo. A maior esperança para reduzir o valor da tarifa sempre foi eliminá-los", afirma o coordenador da Comissão de Energia da Associação Brasileira de Alumínio (Abal), Eduardo Spalding.
Ele destaca, porém, que a realidade tem se mostrado outra. Alguns encargos que deveriam ser extintos, conforme determina a lei, são sempre prorrogados por mais algum tempo. É o caso da Reserva Global de Reversão (RGR), que acabaria no fim deste ano, mas deve ser estendida. Outro exemplo é a Conta do Consumo de Combustível (CCC), usada para subsidiar a tarifa da Região Norte, onde a geração é térmica. Em vez de ser extinta, a cobrança praticamente dobrou de 2009 para cá. Este ano, serão recolhidos do consumidor R$ 4,8 bilhões.
O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, reconhece que a carga do setor é elevada. Mas avalia que o problema apenas seria resolvido com uma reforma tributária. Em relação aos encargos, ele diz que se trata de uma opção do governo. "O dinheiro da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), por exemplo, é usado para a universalização dos serviços de energia. Isso não é ruim."
Outro fator que tem pesado bastante nas tarifas é o custo do sistema de transmissão, que saltou 500% em dez anos. Esse foi o preço para expandir a malha nacional, que até 1999 contava com 67.048 km de extensão. Mas o aumento do custo da transmissão é um mal necessário. Em 2001, o Brasil entrou no racionamento porque não tinha transmissão suficiente para trazer energia do Sul para o Sudeste.
Concessões - Uma alternativa para reverter o quadro de alta das tarifas de energia é a renovação das concessões das usinas elétricas, que vencem em 2012. Como a maioria das unidades é antiga e já foi amortizada, o governo poderá definir uma tarifa (bem menor que a atual) para a empresa que quiser continuar com a concessão. A medida terá impacto direto na conta de luz de todos os consumidores brasileiros, avalia o coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Gesel/UFRJ), Nivalde de Castro.
Até 2015, vence a concessão de cerca de 20 mil megawatts (MW) de potência instalada. Hubner acredita que a renovação das concessões também possa permitir reequilíbrio de tarifas nas diversas regiões do País. Ele destaca, porém, que a medida dependerá de amparo legal e deve ficar para o próximo governo. O problema é que, em 2012, vencem vários contratos de energia velha, aquela que foi vendida no leilão de 2004. Se até lá a questão das concessões não estiver resolvida, o governo terá de fazer um leilão de médio prazo. "É aí que mora o perigo. Se essa energia for vendida a preços atuais, o aumento no custo da tarifa seria de 25%", calcula o diretor da Fiesp/Ciesp, Julio Diaz.
Fonte: Bem Paraná

Vendas de SC têm queda em abril, mas crescem 5,3% no quadrimestre

As vendas reais da indústria catarinense em abril registraram queda de 4,6% em relação a março, afetadas pela retração da demanda nos mercados europeu e interno. Contudo, no quadrimestre, o faturamento das 200 médias e grandes empresas pesquisadas pela FIESC teve variação positiva de 5,3% em comparação com o mesmo período em 2009.
Para o diretor de relações industriais e institucionais da FIESC, Henry Quaresma, no primeiro trimestre, as atividades industriais registraram expansão ainda puxadas pelos últimos meses de incentivos fiscais em setores como o automotivo e de máquinas e equipamentos. Para ele, a queda no faturamento de abril se deve à redução gradativa desses benefícios, que por um período ajudaram a aquecer a economia. "Março foi um mês atípico, com vendas acima da média, também em função do fim dos estímulos. Além disso, a situação de crise no mercado europeu também está diminuindo as demandas daquela região", disse Quaresma. Ele lembra que entre os principais parceiros comerciais de Santa Catarina estão países como a Alemanha e a Holanda, que integram a Zona do Euro.
Dos 16 setores pesquisados em abril, 15 tiveram queda nas vendas em relação a março. Entre as atividades industriais com maiores decréscimos estão produtos diversos, que contempla itens como equipamentos odontológicos, escovas, vassouras e pincéis, teve queda de 17,8%. Também foi registrada variação negativa nos segmentos máquinas, aparelhos e materiais elétricos, (-17,7%), produtos têxteis (-12,6%), metalurgia básica (-10,8%), móveis (-9,5%), produtos de madeira (-7,4%), artigos de plástico (-6,9%) e produtos minerais não-metálicos (-5,1%). Máquinas e equipamentos, com alta de 4,8% nas vendas, foi o única setor a registrar crescimento.
No acumulado do ano em comparação com o mesmo período de 2009, dos 16 setores pesquisados 13 apresentaram expansão no faturamento. Entre os segmentos com altas mais expressivas estão produtos metálicos (42,9%), metalurgia básica (34,7%), máquinas e equipamentos (34,2%), material eletrônico e equipamentos de comunicação (29,6%), móveis (27%), produtos químicos (25,4%), confecções e artigos do vestuário (14%), produtos não-metálicos (11,6%) e produtos têxteis (10,9%). Os três segmentos que apresentaram retração no período foram veículos automotores (-49,1%), alimentos e bebidas (-15,3%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-0,02%).
Em abril, as horas trabalhadas na produção reduziram 4,6% ante março, contudo, no acumulado do ano o indicador registra alta de 5,3% em comparação com mesmo período no ano passado. A massa salarial real (já descontada a inflação) fechou abril com decréscimo de 0,9% em comparação a março, mas de janeiro a abril, as remunerações pagas aos trabalhadores tiveram alta de 3,5%. Ainda em abril, a utilização da capacidade instalada teve ligeira queda de 0,03 pontos percentuais se comparada a março, ficando em 86,1%. De janeiro a abril, o indicador que mede a capacidade produtiva das indústrias fechou em 85,8%.
Fonte: Fiesc

PIB avança 9% no 1º trimestre ante o mesmo período de 2009

As principais alavancas da economia foram a indústria, a agropecuária e os serviços.
A economia brasileira cresceu 9% no primeiro trimestre, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Em relação ao quarto trimestre de 2009, o avanço do Produto Interno Bruto (PBI) foi de 2,7%, dentro da expectativa do mercado, que variava entre 2% e 3%.
O PIB é a soma de todas as riquezas produzidas no país. As principais alavancas da economia no início deste ano foram a indústria (4,2%), a agropecuária (2,7%) e o setor de serviços (1,9%).
Quanto à demanda interna, o consumo das famílias cresceu 1,5% no período. A formação bruta de capital fixo (investimento em máquinas e equipamentos), teve alta de 7,4%.
Como esperado, as exportações tiveram uma alta tímida, de 1,7%. Já as importações de bens e serviços tiveram elevação de 13,1%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Portal Economia SC

Exportações brasileiras sofrem com expansão chinesa

As exportações do setor de máquinas, aparelhos e materiais elétricos tiveram a maior perda líquida para a China.
A concorrência chinesa tirou da indústria nacional US$ 12,6 bilhões em exportações a seus três principais mercados, entre 2004 e 2009. A disputa com a China também custou à indústria local US$ 14,4 bilhões em vendas internas. Um estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) analisou os embarques para os Estados Unidos, União Europeia e Argentina.
O câmbio sobrevalorizado no Brasil em cerca de 16% e o câmbio chinês subvalorizado em torno de 40% podem ser apontados como principais responsáveis pelas perda de mercado internacional do Brasil para a China. Enquanto o cenário para a China foi de grande expansão das vendas de manufaturados para os principais mercados do mundo, o quadro para o Brasil foi de estagnação e, em alguns casos, até perda de mercado.
Perdas no mercado externo
Durante o período examinado, a participação da China nas vendas de bens industriais à EU dobrou, chegando a 22%, enquanto a presença brasileira passou de 1% para 1,2%. Foi no mercado europeu que o País teve as perdas líquidas mais significativas, da ordem de US$ 6,2 bilhões.
Nos EUA, a fatia chinesa subiu de 11% para 25%, enquanto a do Brasil teve queda de 1,2% para 1%, representando um decréscimo de US$ 5 bilhões. As perdas no mercado argentino foram as menos expressivas, de US$ 1,4 bilhão. O Brasil chegou a ser responsável por 37% das importações do país em 2005, mas terminou 2009 com 30,2%.
No setor externo, as maiores perdas ocorreram na penúltima comparação (2004/2005 x 2006/2007), num total de US$ 8,0 bilhões, ou 63,4% do total das perdas. Esta concentração de perdas no mercado externo neste período está vinculada ao grande crescimento das importações dos principais parceiros brasileiros, principalmente os EUA, mas que não foi plenamente aproveitado pelos exportadores brasileiros.
Principais deslocamentos nos três mercados
Na União Europeia, o deslocamento ocorreu principalmente no setor de ferro fundido, ferro e aço. Em segundo lugar, no setor de máquinas, aparelhos e materiais elétricos e, em seguida, no de máquinas e aparelhos mecânicos. Juntos, esses três correspondem a praticamente 60% das perdas líquidas na UE, ou US$ 1,1 bilhão. Outros setores de atividades relevantes para a economia brasileira, como móveis, madeira, produtos químicos,vestuário e veículos, também apresentam perdas, ainda que menores.
No setor de calçados, quase a totalidade das perdas (99%) se deu no mercado norte-americano. O setor de máquinas, aparelhos e materiais elétricos foi o segundo mais deslocado pelos chineses nos EUA, e o setor de máquinas e aparelhos mecânicos vem em seguida. Em quarto lugar, e ainda de grande importância para as exportações do Brasil, o setor de veículos e tratores representa 10,1% do total de perdas.
No mercado argentino, também as máquinas e aparelhos mecânicos e o setor de máquinas, aparelhos e materiais elétrico aparecem entre os principais setores que mais perderam mercado para a China. No entanto, o setor de produtos químicos orgânicos é o de maior perda, US$ 258 milhões em termos absolutos. Os veículos e tratores, setor no qual a Argentina configura-se como principal mercado brasileiro, também estão entre os maiores perdedores.
Perdas Líquidas do Brasil para a China no Mercado Externo:
1- Máquinas, aparelhos e materiais elétricos 17,1%
2- Máquinas e aparelhos mecânicos 15,6%
3- Ferro fundido, ferro e aço 12,0%
4- Móveis, mobiliário médico e colchões 6,8%
5- Veículos automóveis, tratores 6,2%
6- Madeira, carvão vegetal 5,7%
7- Calçados e artefatos semelhantes 5,5%
8- Outras confecções têxteis 3,5%
9- Obras de ferro fundido 3,3%
10- Produtos químicos orgânicos 2,9%
11- Demais setores 21,4%
Fonte: Portal Economia SC

Indústria agora projeta crescimento de 8%

Conjuntura: Faturamento do setor no primeiro quadrimestre teve alta de 12,1%, mas houve retração de 4,9% em abril
O faturamento da indústria aumentou 12,1% entre janeiro e abril deste ano em comparação com igual período de 2009. Esse crescimento ficou acima dos 10,6% de 2008, quando a expansão da economia era sustentada simultaneamente pelos mercados interno e externo. O forte avanço da receita, assentada sobre o dinamismo da demanda doméstica, fará a Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisar a projeção anual de crescimento do setor para algo acima de 8% este ano, apesar da desaceleração registrada em abril.
O setor industrial, na comparação entre abril e março, teve retração de 4,9% na receita, de 3,4% nas horas trabalhadas, e ligeiro aumento de 0,1% no emprego, num indício de acomodação em relação ao mês anterior.
Enquanto os principais indicadores caíram em abril, a utilização da capacidade instalada, que atingiu 83%, ante 82,2% em março, mostrando o uso do parque fabril em níveis próximos ao recorde de 83,8% em fevereiro de 2008, no período pré-crise.
Já na análise do primeiro quadrimestre, os indicadores refletem uma recuperação do setor industrial em relação à perda de 5% em 2009, como, também, uma expansão sustentada no consumo interno. De janeiro a abril o setor industrial apurou, além da alta no faturamento, acréscimos de 7% nas horas trabalhadas na produção, de 3,3% no emprego, de 3,8% na massa salarial. Cresceram também o rendimento (0,6%) e o uso da capacidade instalada (3%).
Para a elevação do faturamento contribuíram o aumento das vendas e, também, o efeito-preço gerado a partir de reajustes dos preços industriais frente ao dinamismo do consumo.
Ao comentar o efeito-preço, o gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, disse que a pressão sobre a inflação não está partindo dos preços industriais, mas dos alimentos e dos serviços.
Castelo Branco comentou que o dado relevante do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, que segundo informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi de 9% em relação ao mesmo período do ano anterior, e de 2,7% em relação ao trimestre anterior, foi a evolução do investimento. Segundo ele, independentemente da taxa, o ideal seria obter crescimento sem altos e baixos. "O investimento crescendo de forma robusta e o consumo em acomodação são dados positivos. A indústria vai continuar em expansão, sem pressionar a inflação", afirmou. "O importante é que haja uma sintonia fina, moderação do Banco Central em relação aos juros, para não arrefecer o crescimento em si", disse.
Castelo Branco espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) não sancione a alta de 0,75 ponto percentual na taxa Selic, hoje, conforme a média das apostas do mercado financeiro. Isso elevaria a Selic para 10,25% ao ano. Ele também quer que o ciclo de ajuste da Selic seja concluído no início do segundo semestre.(Colaborou Azelma Rodrigues)
Fonte - Valor

Indústria é responsável pela água que polui

De acordo com a Norma Brasileira — NBR 9800/1987, efluente líquido industrial é o despejo no ambiente de emanações de processo industrial, águas de refrigeração poluídas, águas pluviais poluídas e esgoto doméstico. A poluição ocorre quando esses efluentes modificam a aparência, a composição ou a forma do meio, já a contaminação existe quando é a saúde de homens, plantas e animais que está em jogo.
Por muito tempo não existiu a preocupação de caracterizar a geração de efluentes líquidos industriais e de avaliar seus impactos no meio ambiente. No entanto, a legislação vigente e a conscientização ambiental fazem com que algumas indústrias desenvolvam atividades para quantificar a vazão e determinar a composição dos efluentes industriais.
A grande diversidade das atividades industriais é uma das resposáveis pela geração de efluentes, os quais podem contaminar e poluir o solo e/ou a água. As diferentes composições físicas, químicas e biológicas, as variações de volumes gerados em relação ao tempo de duração do processo produtivo, a potencialidade de toxicidade e os diversos pontos de geração na mesma unidade de processamento devem ser considerados para que os efluentes sejam caracterizados, quantificados e tratados adequadamente antes da disposição final no meio ambiente.
Características dos efluentes industriais
As características físicas, químicas e biológicas do efluente industrial são variáveis de acordo com o tipo de indústria, com o período de operação, com a matéria-prima utilizada, com a reutilização de água, entre outros fatores. Com isso, o efluente líquido pode ser solúvel ou com sólidos em suspensão, com ou sem coloração, orgânico ou inorgânico e com temperatura baixa ou elevada.
Entre as determinações mais comuns para caracterizar a massa líquida estão as determinações físicas (temperatura, cor, turbidez, sólidos etc.), as químicas (pH, alcalinidade, teor de matéria orgânica, metais etc.) e as biológicas (bactérias, protozoários, vírus etc.).
O conhecimento da vazão e da composição do efluente industrial possibilita determinar as cargas de poluição, fundamental para definir o tipo de tratamento, avaliar o enquadramento na legislação ambiental e estimar a capacidade de autodepuração do corpo receptor. Quantificar e caracterizar os efluentes evita danos ambientais, demandas legais e prejuízos para a imagem da indústria junto à sociedade.
A prevenção à poluição inclui modificações nos equipamentos, processos ou procedimentos, reformulação ou replanejamento de produtos e substituição de matérias-primas e substâncias tóxicas que resultem na melhoria da qualidade ambiental.
Processos de tratamento
Os processos de tratamento utilizados são classificados de acordo com princípios físicos, químicos e biológicos.
No caso dos processos físicos, o tratamento depende de propriedades como tamanho de partícula, peso específico, viscosidade, etc. Alguns exemplos mais comuns são o gradeamento, sedimentação, filtração, flotação, regularização e equalização.
Os químicos já dependem das propriedades químicas dos contaminantes ou das propriedades químicas dos reagentes incorporados. É o caso da coagulação, precipitação, troca iônica, oxidação, neutralização, osmose reversa e ultrafiltração.
Já os processos biológicos utilizam reações bioquímicas para a eliminação dos contaminantes solúveis ou coloidais. Podem ser anaeróbios ou aeróbios. Alguns exemplos são os lodos ativados, lagoas aereadas, biodiscos (RBC), filtro percolador, valas de oxidação, reatores sequenciais discontinuos (SBR).
O tratamento físico-químico é o que apresenta maiores custos, em razão da necessidade de aquisição, transporte, armazenamento e aplicação dos produtos químicos. No entanto, é a opção mais indicada nas indústrias que geram resíduos líquidos tóxicos, não biodegradáveis.
Normalmente, o tratamento biológico é menos dispendioso, baseando-se na ação metabólica de microrganismos, especialmente bactérias, que estabilizam o material orgânico biodegradável em reatores compactos e com ambiente controlado. No ambiente aeróbio são utilizados equipamentos eletro-mecânicos para fornecimento de oxigênio utilizado pelos microrganismos, o que não é preciso quando o tratamento ocorre em ambiente anaeróbio.
Apesar da maior eficiência dos processos aeróbios em relação aos processos anaeróbios, o consumo de energia elétrica, o maior número de unidades, a maior produção de lodo e a operação mais trabalhosa justificam, cada vez mais, a utilização de processos anaeróbios. Assim, em algumas estações de tratamento de resíduos líquidos industriais são implantadas combinações de unidades anaeróbias seguidas por unidades aeróbias ou unidades anaeróbias seguidas de unidades físico-químicas (conheça melhor as operações de tratamento físico-químicas).
Na implantação e operação de indústrias, é inevitável a preocupação com o uso irracional da água, sendo fundamental a redução e o controle do lançamento de efluentes industriais no meio ambiente, como uma das formas de cooperação e participação no desenvolvimento sustentável. O setor industrial tem por obrigação minimizar ou evitar que o processo produtivo acarrete em impactos ambientais.
fonte: CIMM