terça-feira, 31 de agosto de 2010

Schulz prevê atingir receita de R$ 1 bi em 2012

Metalurgia: Faturamento no primeiro semestre cresceu 62,8% na comparação com mesmo período de 2009
Júlia Pitthan, de Florianópolis
31/08/2010
O empresário Ovandi Rosenstock prepara-se para levar a metalúrgica Schulz a ingressar no grupo de empresas brasileiras com receita bilionária. Até 2012, o presidente da companhia, instalada em Santa Catarina, prevê que o faturamento da metalúrgica alcançará R$ 1 bilhão.
O crescimento de 62,8% das vendas do primeiro semestre deste ano animou Rosenstock. A Schulz fechou o período com uma receita líquida de R$ 261,5 milhões, cifra superior ao esperado. Para o ano, a previsão é que a companhia alcance um aumento de 55% em relação a 2009 nas vendas de suas duas unidades de negócio: automotiva e de compressores.
O reaquecimento do mercado externo e um novo contrato de US$ 250 milhões de fornecimento para o grupo Volvo, fabricante de caminhões e que deve se estender de 2011 a 2015, animam Rosenstock. Segundo o presidente, a parceria com o grupo sueco no Brasil começou em 1996. Em 2005, houve um crescimento dos contratos, com a entrada no mercado europeu. A partir do ano que vem, com o novo pedido, a Schulz vai fornecer peças para uma nova linha de caminhões da Volvo na Europa. Para o executivo, o contrato recém-assinado foi um dos maiores negócios fechado com a fabricante de caminhões. Além desse, a Schulz detém contratos com clientes como a Scania, Mercedes Benz, MWM International, ZF, Caterpillar, John Deere, Eaton e MAN.
Em 2009, a empresa catarinense fechou o ano com uma receita bruta de R$ 477,5 milhões. Apesar da queda de cerca de 20% em relação ao ano anterior, provocada pelo freio nas vendas externas, a Schulz conseguiu apresentar lucro de R$ 35,2 milhões no período. Segundo o presidente da companhia, o enxugamento de gastos e a melhoria nos processos de produção permitiram que a empresa atingisse o resultado positivo.
A fabricação de autopeças corresponde a mais de 50% do faturamento da empresa. São cerca de 220 itens de segurança - de chassis e cabines - produzidos na unidade de Joinville. A fábrica ocupa uma área de 319 mil m2, sendo 76 mil m2 de área construída, e é a única unidade produtiva da empresa no Brasil. A Schulz detém unidades de negócio em Atlanta, nos Estados Unidos; em Frankfurt, na Alemanha; em Gotemburgo, na Suécia; e em Lyon, na França.
A recuperação das exportações também começa a apresentar sinais positivos para a Schulz. As vendas para fora do país cresceram 46,30 % em relação ao primeiro semestre de 2009. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a Schulz exportou US$ 23,9 milhões no primeiro semestre de 2010, contra US$ 10,1 milhões do mesmo período do ano passado. Os mercados de exportação mais expressivos para a Schulz continuam sendo os países europeus e os Estados Unidos.
Com visão otimista, a Schulz mantém um estudo para a compra de um novo forno de fusão e vai ampliar sua capacidade de produção. Com o investimento, a atual capacidade produtiva será ampliada em 25%. Hoje, há capacidade instalada para a produção de 90 mil toneladas por ano. Com o novo forno, será ampliada para 110 a 115 mil toneladas. Segundo Rosenstock, a ampliação vai colocar a Schulz em segunda posição como fundição de mercado no Brasil, atrás apenas da Tupy, que também possui unidade em Joinville. O valor do investimento será de R$ 25 milhões. O estudo deve ficar pronto nos próximos oito ou nove meses. No primeiro semestre, a Schulz investiu R$ 19,5 milhões em máquinas, equipamentos e melhoria dos processos para reduzir os custos de produção.
O aumento das receitas na primeira metade do ano significou aumento dos postos de trabalho. Segundo Rosenstock, foram contratadas 619 pessoas, elevando o quadro de trabalhadores para 2250. O presidente diz que a empresa não sente dificuldades em encontrar mão de obra qualificada porque há dois anos investe em formação. Dentro da unidade da Schulz há uma escola de fundição e usinagem que mantém entre 200 a 300 profissionais em treinamento. No primeiro semestre, a empresa investiu R$ 204,7 mil em formação de suas equipes.
Valor Econômico

Faltam 30 mil engenheiros no país. E o que o Estado tem a ver?

A Confederação Nacional da Industrial (CNI) divulgou um cálculo que aponta a falta de 30 mil engenheiros para o setor industrial, mas o panorama é diferente em Santa Catarina. Representantes ligados ao setor de engenharia no Estado afirmam que a situação é inversa porque SC dispõe de 51 escolas de engenharia. Só na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) há 17 cursos de engenharia.
O presidente do Sindicato dos Engenheiros do Estado de Santa Catarina (Senge), José Carlos Ferreira Rauen, revela que os catarinenses são exportadores de engenheiros. “Forma-se de 2,5 mil a 4 mil profissionais por ano no Estado. O número é maior se considerarmos aqueles que não se registram no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.”
Rauen ainda afirma que é difícil encontrar engenheiros desempregados, e os que estão assim é por falta de qualificação. “De acordo com a legislação vigente, a base salarial dos engenheiros, para oito horas de trabalho, é de oito salários mínimos e meio, o que dá cerca de R$ 4.335 mil. Isto é uma boa renda inicial, ou seja, ninguém fica sem emprego por causa de baixo salário”, avalia.
Segundo informações da CNI, a demanda anual por novos profissionais gira em torno de 60 mil pessoas, enquanto, hoje, são formados apenas 32 mil ao ano. Até 2012, haverá ao menos 150 mil vagas não preenchidas por profissionais devidamente capacitados, ou seja, por necessidade dos empregadores, parte destes postos poderão ser destinados a pessoas com outras formações acadêmicas.
Segundo o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), cerca de 10% de todos os alunos do ensino de 3º grau estão em cursos do setor. Nos demais países da América do Sul, a média é de cerca de 40% e, em países desenvolvidos, o índice de estudantes no segmento é de 70%.
A falta de profissionais pode aumentar o salário dos que estão entrando no mercado. As áreas que mais contratam são a industrial, civil e de agronegócio.
Bom, mas nem tanto
Apesar do otimismo, o diretor do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura, Agronomia de Santa Catarina (Crea-SC) Wilson Cesar Floriani acredita que a situação não é tão boa assim. Segundo ele, apenas 20% a 30% dos alunos que começam um curso de engenharia conseguem se formar.
“A situação não é tão favorável. Um exemplo é na Celesc, onde tenho envolvimento. Lá, há alguns anos havia 400 engenheiros; hoje, o número caiu para 100. Muitas pessoas que se formam não ficam no Estado e isso colabora para a escassez de profissionais”, comenta.
Portal Economia SC

Indústria catarinense está menos confiante na economia em agosto

Os empresários catarinenses reduziram sua confiança na economia em agosto. O índice pesquisado pela Federação das Indústrias (Fiesc), ficou em 60,2 pontos, 1,2 ponto abaixo do resultado de julho.
Apesar da diminuição, a Fiesc afirma que a taxa de confiança permanece alta. "A pequena queda registrada em agosto está relacionada à acomodação das atividades industriais no segundo semestre. Tivemos um crescimento bastante forte no primeiro trimestre, e essa desaceleração reflete na confiança registrada em agosto", explica o vice-presidente da Fiesc, Glauco José Côrte.
Côrte destaca, ainda, que a redução do índice não preocupa. "Vamos ter um final de ano com atividade industrial ainda forte. A indústria do estado deve crescer cerca de 9% neste ano, acima da previsão estimada para o PIB. Será um bom ano para a indústria de Santa Catarina", disse.
Construção civil está mais confiante
O índice de confiança da construção civil ficou em 62 pontos enquanto o do segmento de transformação registrou 59,6 pontos. A junção dessas taxas com seus respectivos pesos resultaram no índice geral de 60,2 pontos para Santa Catarina.
"A construção civil está vivendo um boom. Em todo o país o setor registra índices de crescimento expressivos. Por isso, o industrial está mais otimista que o da transformação", explica Côrte.
O vice-presidente da Fiesc também chama a atenção para o fato de a indústria de transformação sofrer concorrência de produtos importados, o que não acontece com a construção civil. Por isso, o ânimo deste setor, no momento, é maior que no segmento de transformação, avalia.
Confiança nos próximos seis meses diminui
A confiança nas condições atuais da economia alcançou 55,7 pontos em agosto, ligeira alta de 0,3 ponto em relação a julho. A expectativa dos industriais para os próximos seis dias é positiva, mas teve leve redução. Passou de 64,4 pontos em julho para 62,5 pontos em agosto.
Côrte afirma que a economia vive muito de expectativas. "No momento em que a confiança se torna mais pessimista, afeta o desempenho da economia, mas não é o caso atual". Ele lembra, ainda, que em Santa Catarina a indústria vem liderando a criação de novas vagas. "Foram gerados mais de 40 mil empregos com carteira assinada nos primeiros sete meses do ano, e isso mostra o bom desempenho e a confiança do empresário em relação à economia e à indústria nesse ano", disse Côrte.
O Índice de confiança varia de zero a 100. Acima de 50 indica confiança e abaixo, falta de confiança na economia. O índice é composto pelo nível de confiança do empresário em relação às condições atuais da economia e pela expectativa dos industriais para os próximos seis meses.
Portal Economia SC

Brasil perde dois anos de crescimento com crise econômica mundial

Marcelo de Ávila (à direita) diz que Brasil, China e Índia estão liderando crescimento mundial. Foto Carlos Rudiney/CNI
No período da crise mundial, em 2008, o Brasil perdeu o equivalente a dois anos de crescimento. Já em 2010, o país ainda não se recuperou totalmente dos efeitos econômicos. Segundo o documento Indústria Brasileira em Foco, divulgado nesta terça-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), nós devemos retomar em no máximo três meses os níveis de crescimento da indústria anteriores à crise.
Segundo a CNI, entre os países que compõem o grupo de países emergentes Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil foi o segundo mais afetado financeiramente.
A recuperação entre os Bric's está acontecendo em diferentes ritmos. A produção industrial russa de junho de 2010 ainda está 32,1% abaixo do nível pré-crise (setembro de 2008). No caso do Brasil, a indústria está quase no mesmo nível de antes da crise: 2,5% inferior à setembro de 2008.
Já a indústria da China e da Índia foram pouco afetadas. A produção chinesa em junho de 2010 cresceu 24,3% em relação a setembro de 2008. Na Índia, o aumento foi de 14,7%.
A CNI destaca que o Brasil, a China e a Índia apontam crescimentos similares. A diferença é que o impacto da crise no Brasil foi muito mais intenso, fazendo com que os números fiquem mais baixos.
O economista da CNI Marcelo de Ávila diz que a queda mais acentuada da indústria russa se deve à alta insegurança jurídica existente no país, por causa, ainda, dos efeitos do regime de transição do comunismo, que ocasionou a retirada de investimentos internacionais. "Houve fuga de capitais na Rússia para cobrir perdas no mercado internacional", explica.
Os efeitos praticamente nulos da crise na China são conseqüência do câmbio desvalorizado, que não afetou as exportações do país. "Quando se compara produtos chineses com os do restante do mundo, há uma vantagem para a China no mercado internacional, justamente pela taxa de câmbio desvalorizada", observa Ávila.
O economista da CNI lembra ainda que China, Índia e Brasil estão liderando o crescimento mundial, enquanto os países desenvolvidos ainda não se recuperaram dos efeitos da crise. "Essas três economias serão preponderantes no cenário futuro, não só pelo ritmo mais forte de crescimento, mas pela robustez que têm adquirido no cenário econômico mundial".
Portal Economia SC

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Depois do ajuste, PIB já evolui mais forte no 3º trimestre

Luiza Rodrigues, economista do Santander: crédito farto e massa salarial vão puxar economia até o fim do ano
Após o crescimento da economia brasileira desacelerar no segundo trimestre - algo entre 0,4% e 0,9% de expansão sobre o primeiro trimestre na série com ajuste sazonal, segundo analistas - a previsão é que o Produto Interno Bruto (PIB) volte a crescer em um ritmo mais robusto no segundo semestre, mas longe ainda do resultado verificado nos primeiros três meses do ano, de 2,7% na comparação com os últimos meses de 2009. Os economistas calculam um crescimento médio do PIB nos dois últimos trimestre entre 0,8% e 1,3%.
Segundo analistas ouvidos pelo Valor, o freio do segundo trimestre decorreu do fim dos incentivos ao consumo, como a redução de impostos sobre automóveis e eletrodomésticos, e também pelo início do aumento de juros em abril. O comportamento da política fiscal, pro outro lado, deve ter mais impacto contracionista sobre a atividade no segundo semestre, pois os governos anteciparam gastos para o começo do ano por conta de exigências do período eleitoral.
O resultado do segundo trimestre, no entanto, não deve impedir um crescimento forte do PIB no ano, projetado entre 6,5% e 7,8%, desempenho no limite da capacidade da economia brasileira, segundo os analistas. A retomada que se desenha já no começo do terceiro trimestre é verificada em vários indicadores mensais importantes da atividade econômica. Na indústria, a produção de veículos saiu de um desempenho negativo de 5,5% em junho para crescer 5% no mês seguinte. Em São Paulo, a produção industrial (INA) também se recuperou em igual intervalo, saindo de menos 1,9% para 1,2%.
Aurélio Bicalho, economista do Itaú Unibanco, destaca o avanço da massa salarial, que registrou avanço de 3% em julho sobre uma base de 0,3% no mês anterior. "A retirada dos incentivos fiscais, que determinou o desempenho bem mais fraco da economia no segundo trimestre, não terá efeito contracionista daqui para frente. Temos forte acesso à renda e confiança no crédito e no emprego, o que trará novos consumidores para o mercado, claro que sem o impulso do primeiro trimestre", pondera.
Para Bernardo Wjuniski, economista da Tendências Consultoria Integrada, o segundo trimestre foi um período de ajuste, já que nos primeiros meses do ano o consumo robusto das famílias impulsionou a atividade e, ao mesmo tempo, comprometeu a renda no médio prazo, já que há uma participação importante de financiamentos nessas compras. "É natural ter um resultado mais baixo após um primeiro trimestre tão puxado", diz. Para a Tendências, o PIB deve ter crescido 0,4% no segundo trimestre, e nos dois próximos períodos o avanço deve ser entre 0,8% e 0,9%, impulsionado principalmente pelo o incremento da renda.
Um dos indicativos para a queda do PIB no segundo trimestre é a produção industrial, que caiu por três meses seguidos: 0,8% em abril, 0,2% em maio e 1% em junho, sempre na comparação com o mês imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal. Nas contas da economista do Santander Luiza Rodrigues, a redução do número de horas efetivamente trabalhadas na indústria brasileira teve peso no desempenho negativo nestes três meses. "Questões temporárias afetaram vários setores. Alguns feriados no trimestre e as interrupções de produção durante a Copa do Mundo contribuíram."
Bráulio Borges, economista-chefe da LCA Consultores, explica que as vendas do comércio varejista, levantadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ilustram bem a freada da economia durante o segundo trimestre. Enquanto nos primeiros três meses as vendas subiram 4,4%, no segundo a alta foi de apenas 0,1%. "Foi uma redução de ritmo generalizada, com um impacto mais forte nos bens duráveis", explica Borges. Entre as quedas mais expressivas, estão as de móveis e eletroeletrônicos (0,5%) e de automóveis (9,2%). Segundo as projeções da LCA, o PIB cresceu 0,7% no segundo trimestre, e deve crescer na média 0,8% nos próximos dois trimestres.
Para Borges, esse desempenho traz tranquilidade em relação ao risco de aumento da inflação. "Não temos mais risco inflacionário. Seria preocupante para a economia se a taxa de crescimento do PIB mantivesse o ritmo do primeiro trimestre", diz ele.
Roberto Padovani, estrategista-chefe do banco WestLB do Brasil, também alerta para a insustentabilidade do crescimento no começo do ano. Segundo ele, o que ocorreu no primeiro trimestre foi o reflexo de políticas de incentivo ao consumo, e no segundo semestre a atividade deve chegar a um patamar mais próximo da realidade do país. "Um crescimento do PIB no ano acima de 5% gera gargalos na economia", diz ele.
Valor Econômico

Custo do capital de giro prejudica indústria brasileira

O peso da despesa com financiamentos nos preços dos produtos fabricados aqui é mais que o triplo do registrado em um grupo de cinco países, que inclui Chile, Itália, Japão, Malásia e Noruega
Da Agência Estado
O custo dos financiamentos para capital de giro - isto é, o dinheiro gasto com as despesas do dia a dia das empresas, como água, energia, salários e matérias-primas, entre outras - representa 6,7% do preço dos produtos industrializados fabricados no Brasil, revela um estudo inédito do Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O peso da despesa com financiamentos nos preços dos produtos fabricados aqui é mais que o triplo do registrado em um grupo de cinco países, que inclui Chile, Itália, Japão, Malásia e Noruega, cuja metodologia de cálculo de juros é compatível com a do Brasil.
Na média desse conjunto de países, a fatia do gasto com capital de giro no preço final dos produtos industrializados é de 1,97%. Os números se referem aos custos financeiros para o ano passado. Outro impacto do elevado gasto financeiro é a redução na capacidade de investimento das empresas, que passam a usar recursos próprios para financiar as despesas do dia a dia. Com isso, sobram menos recursos para ampliar a capacidade de produção ou aperfeiçoá-la.
O custo do capital de giro foi apontado pelos empresários como o segundo maior obstáculo ao crescimento da indústria. De acordo com pesquisa feita pela Fiesp no segundo trimestre deste ano, em mil indústrias, 11% delas informaram que juros e crédito são barreiras ao crescimento. Esse quesito só perde para a tributação, apontada por 65% das indústrias como o principal obstáculo para a expansão dos negócios. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Portal Revista Amanhã

Importadores reagem à proposta da Abimaq

(29/08/2010) - O presidente eleito da Abimei, Ennio Crispino, considera abusiva a reivindicação da Abimaq de aumento da alíquota de importação para máquinas com similar nacional de 14% para 35%. Para o dirigente, caso o governo ceda à solicitação da Abimaq, há risco de paralisação dos grandes projetos de infraestrutura previstos para o País. “A indústria nacional não tem condições de atender o ritmo atual de produção por falta de máquinas. Imagine o que acontecerá se o equipamento importado ficar inacessível”, adverte.
De acordo com Crispino, a alíquota proposta pela Abimaq teria impacto imediato de 25% a 30% sobre o custo da máquina importada. “Vai prejudicar ainda mais a pequena indústria, que trabalha hoje em ritmo pleno graças aos equipamentos importados adquiridos ou por terem prazo de entrega mais curto ou por estarem com preços mais competitivos”, afirma.
Para Crispino, falar em aumento do imposto de importação representa um retrocesso e não será a solução para a falta de competitividade alardeada pela indústria. “Os fabricantes reclamam que o produto importado está tirando a competitividade da indústria nacional, mas o que de fato impacta o setor é a diminuição no volume de exportações. Com a força e a representatividade que possui, a Abimaq deveria lutar pela desoneração tributária sobre as máquinas produzidas no Brasil que, junto com o Real forte, inibe a exportação”, sugere o presidente da Abimei.
PROTEÇÃO - Ennio Crispino se diz surpreso com a decisão da Abimaq. “Grande parte dos associados da Abimaq também importa máquinas e, principalmente, componentes que são incorporadas aos equipamentos nacionais. Se houver aumento da alíquota o produto nacional também sofrerá um impacto direto no seu preço final”, afirma.
Segundo ele, o Programa de Sustentação de Crescimento do BNDES já se caracteriza como um instrumento de proteção às máquinas nacionais. “O produto nacional pode ser adquirido pelo Finame PSI com prazo de 10 anos e taxa de 5,5% ao ano, juro menor do que o praticado por qualquer banco do mercado”, argumenta. Crispino lembra que o BNDES não oferece financiamento para máquinas importadas e que os poucos bancos privados que têm linhas para importação de bens de capital cobram em torno de pelo menos 7% ao ano mais variação cambial por financiamentos em moeda estrangeira com prazo de no máximo 5 anos.
Fonte – Usinagem Brasil

Abimaq quer alíquota de 35% para máquinas importadas

29/08/2010) - Nesta semana, a Abimaq pretende apresentar ao Ministério da Fazenda reivindicação para o aumento do Imposto de Importação de máquinas e equipamentos. A alíquota, hoje em 14%, seria elevada para 35% - a exemplo do que já ocorre com outros produtos, como veículos, calçados e tecidos.
Solicitação semelhante foi encaminhada recentemente pela Abinee, entidade que representa a indústria eletroeletrônica. Os motivos também são similares: os associados dessas entidades estão enfrentando forte concorrência externa, em grande parte devido à taxa de câmbio, resultando no crescente aumento dos respectivos déficits comerciais setorial. No setor eletroeletrônico o déficit em 2010 deve chegar a US$ 27,5 bilhões, segundo a Abinee. No caso de máquinas e equipamentos, a previsão da Abimaq é de US$ 13,8 bilhões.
“Esse nosso pleito, de aumento do Imposto de Importação, é uma tentativa de neutralizar parcialmente os efeitos do Custo Brasil e da taxa de câmbio sobre o nosso setor”, afirma Carlos Pastoriza, vice-presidente da Abimaq. Pastoriza salienta que a reivindicação da entidade não fere as regras da OMC. “Obviamente, a medida não iria atingir as máquinas e equipamentos sem similar nacional que gozam do regime de ex-tarifários”.
“É uma medida emergencial”, frisa Luiz Aubert Neto, presidente da Abimaq, que diz ser contra a manutenção da alíquota em 35% no longo prazo. “Nosso objetivo é o de estancar o processo de desnacionalização e de desindustrialização da indústria brasileira”, explica. “Queremos preservar o parque industrial brasileiro”.
Fonte- Usinagem Brasil

Aurora faz acordo sobre pausas com Ministério Público do Trabalho

Depois dos acordos feitos com agroindústrias de Guatambu e Xanxerê/SC, desta vez o ajuste foi celebrado na Vara do Trabalho de São Miguel do Oeste. Trata-se, como das outras vezes, de composição feita em Ação Civil Pública (ACP) promovida pelo Ministério Público do Trabalho contra mais um frigorífico catarinense.
Na ACP que tem como ré a Cooperativa Central Oeste Catarinense – Aurora, unidade do município de Maravilha, constaram vários pedidos de tutela antecipada, mas o principal foi sobre pausas durante a jornada de trabalho.
A proposta de pausas tem como base o resultado de perícia técnica em ergonomia e o método de análise ergonômica OCRA (Occupational Repetitive Actions). Segundo o método, os principais fatores de risco são analisados pela relação entre as ações observadas numa tarefa repetitiva e as ações recomendáveis em função de pontuação obtida para as variáveis analisadas.
No acordo, a Aurora se comprometeu a instituir 40 minutos de descanso durante a jornada, que podem ser distribuídos em quatro intervalos de 10 minutos ou em cinco de oito, dependendo da atividade desenvolvida. Essas pausas não poderão ocorrer no início ou no final da jornada, nem após o intervalo para refeição.
Para o procurador do trabalho Sandro Eduardo Sardá, que participou das negociações, a melhoria das condições de trabalho em frigoríficos exige um conjunto de providências, como redução do ritmo de trabalho, instituição de pausas de recuperação de fadiga (NR 17), adequação de postos de trabalho, vedação de horas extras e redução de jornada. “A implementação de quatro pausas diárias de 10 minutos é muito importante, demonstrando que as empresas reconhecem a necessidade dessas medidas e vêm atuando nesse sentido”, conclui Sardá.
O juiz Carlos Frederico Carneiro, titular da VT de São Miguel do Oeste, reconhece que o tópico principal da ACP está conciliado, mas adianta que dentro de um ano vai haver uma revisão que poderá sinalizar alguns ajustes. “O MPT de Santa Catarina tem demonstrado, através dessas ACPS, uma índole proativa e de caráter preventivo, que contribui para amenizar problemas já existentes, antecipando-se aos futuros”, comenta.
A empresa tem prazo de 80 dias para implantar as providências, estando sujeita à multa de R$ 15 mil por mês em caso de descumprimento. O procurador Oscar Antonio Trombetta informa que a equipe de engenharia de produção está analisando a melhor forma de adotar as pausas sem interferir na produção. “Não se descarta, inclusive, a hipótese de contratação de mais pessoal”, admite.
Segundo Trombetta, o acordo vai beneficiar cerca de 400 dos 900 trabalhadores da unidade de Maravilha. Sobre a adoção das pausas nas demais unidades da Aurora, ele adianta que há interesse da empresa em fazer uma avaliação, que levará em conta a similaridade de atividades e as diferenças de mecanização. “Estamos fazendo um estudo bem mais amplo, porque só a pausa não é suficiente”, assegura.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social do TRT/SC
ascom@trt12.jus.br - (48) 3216.4320/4303/4306

Mulher tem direito a intervalo antes de jornada extra

A mulher deve descansar 15 minutos antes da prorrogação da jornada de trabalho. O intervalo não concedido será pago como hora extraordinária. Com este entendimento, a 8ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho deu provimento ao recurso de revista de uma trabalhadora, que teve o pedido negado nas instâncias inferiores.
Na ação, ajuizada na 2ª Vara do Trabalho de Jaraguá do Sul, a autora pediu o pagamento do intervalo de 15 minutos, que deveriam ser concedidos para descanso antes do início da jornada extra, conforme o art. 384 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Nas decisões de primeiro e segundo graus o pedido foi negado. No primeiro, porque a jornada extra não justificaria a concessão do intervalo. No segundo, por ser considerado discriminatório o dispositivo legal - interpretação feita a partir do art. 5º, inciso I, da Constituição Federal - e porque seu descumprimento seria considerado mera infração administrativa.
A Ministra Dora Maria da Costa, relatora no recurso de revista, observou que homens e mulheres, embora iguais em direitos e obrigações, têm diferenças que devem ser consideradas, especialmente de caráter fisiológico. Segundo a ministra, merece a mulher um tratamento diferenciado quando o trabalho exige um desgaste físico maior, como nas ocasiões em que presta horas extras.
A discriminação alegada também foi rebatida, considerando o princípio da isonomia de tratar desigualmente os desiguais, na medida de suas desigualdades.
O recurso foi conhecido e, na decisão da 8ª turma, o TST mandou a empresa pagar o período referente aos intervalos não concedidos como horas extras, com o adicional legal e os reflexos cabíveis.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social do TRT/SC
ascom@trt12.jus.br - (48) 3216.4320/4303/43

Conclusão presumida de perícia deve ser rejeitada

A função do perito é técnica, exigindo racionalidade e observância de diretrizes cientificamente determinadas, não admitindo conclusões indutivas que lhe retirem a autoridade. Com esta interpretação, a 3ª Câmara do Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina deferiu adicional de insalubridade e reflexos a um grupo de trabalhadores de empresa fabricante de embalagens de São Ludgero, no sul de Santa Catarina.
O pedido foi feito em ação ajuizada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Plásticas Descartáveis e Flexíveis Químicas e Farmacêuticas de Criciúma e Região, que buscava o pagamento dos adicionais de insalubridade e periculosidade aos empregados da empresa.
O juízo da 1ª Vara do Trabalho de Tubarão determinou a elaboração de perícia técnica, que verificou a existência de ruídos acima dos limites toleráveis em todos os setores da empresa. Essa constatação indicava a necessidade do uso de protetores de ouvido por todos os funcionários. O laudo, no entanto, concluiu pela inexistência dos agentes insalubres, mesmo sem informar se a empresa havia fornecido o equipamento adequado.
Na sentença, o juiz titular da 1ª VT reconheceu que não houve a comprovação da entrega dos equipamentos de proteção a um grupo de trabalhadores. Mas, com base no laudo e nos procedimentos habituais da empresa, informados em outros processos que tramitam na mesma unidade judiciária, indeferiu o pedido do Sindicato.
O relator do recurso, juiz José Ernesto Manzi, concluiu que o julgamento foi baseado em premissa de caráter indutivo. Segundo ele, “o perito não faz prova de fatos; o perito indica para o juiz, a forma (ou fórmula) técnica com que devem ser interpretados e analisados os fatos, fazendo uma ponte entre o conhecimento leigo do juiz (em áreas não jurídicas) e o conhecimento técnico na área de autoridade (do perito)”.
Para o relator, o magistrado deve ter, nos próprios autos, os elementos que permitam reconhecer vícios nas premissas ou nas conclusões do perito.
Com base nesse entendimento, a decisão foi reformada para deferir o adicional de insalubridade aos trabalhadores que não tiveram comprovada a entrega dos equipamentos de proteção individual.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social do TRT/SC
ascom@trt12.jus.br - (48) 3216.4320/4303/4306

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Orçamento prevê correção do mínimo pela inflação

Ainda assim, está prevista uma negociação com as centrais sindicais para conceder aumento real (acima da inflação) para quem recebe o mínimo ou é aposentado do INSS
Da Agência Estado
Em 2011, o governo vai aplicar apenas a correção pela inflação para o salário mínimo e as aposentadorias do INSS, conforme deverá constar da proposta do Orçamento Geral da União que segue para o Congresso na terça-feira. Os valores que figurarão no projeto de lei, porém, são apenas uma formalidade. Está prevista uma negociação com as centrais sindicais para conceder aumento real (acima da inflação) a esses dois itens de despesa. Esse debate, no entanto, será feito mais tarde, provavelmente após as eleições.
Essa é a primeira vez que uma negociação com os sindicalistas para o salário mínimo e as aposentadorias está prevista formalmente em um instrumento legal, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). O texto prevê que será acordada com as centrais uma política de ganhos reais para esses dois itens de despesa. No caso das aposentadorias, a discussão envolverá também as associações de aposentados.
As duas decisões afetarão diretamente os gastos com a Previdência Social, que são o principal item de despesa do governo. No ano passado, dos R$ 730,8 bilhões gastos pelo governo, R$ 226,3 bilhões foram para aposentadorias e pensões, conforme dados do Ministério do Planejamento.
Os sindicalistas, porém, não querem esperar as urnas. "Quero ver se reunimos as centrais na semana que vem para tirar uma posição comum", disse o presidente em exercício da Força Sindical, Miguel Torres. Ele comentou que o fato de o governo enviar uma proposta de Orçamento com um valor baixo para o salário mínimo não preocupa, pois tudo será negociado no Congresso Nacional até o fim do ano. "Temos tempo até a votação", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Revista Amanhã

Massa salarial cresce 3% em julho e vai impulsionar consumo

O mercado de trabalho entrou no segundo semestre com desemprego em queda e renda em alta, quadro que cria um ambiente favorável ao aumento da demanda. No primeiro semestre, os sindicatos registraram o melhor saldo de negociações salariais em 15 anos, com 97% das categorias atingindo reajuste salarial igual ou superior à inflação na negociação da data-base. Apenas em julho, o rendimento médio real habitualmente recebido pelos trabalhadores aumentou 2,2% sobre junho. Com essa alta, ele atingiu R$ 1.452,50 - o maior registrado em toda a série histórica apurada pelo governo.
Associado ao aumento das contratações, essa alta salarial resultou em um aumento de 3% na massa salarial das seis regiões metropolitanas do país, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A taxa de desemprego manteve em julho a trajetória de queda retomada em maio. O índice calculado pelo IBGE referente à proporção da População Economicamente Ativa (PEA) que está sem emprego ficou em 6,9% em julho, um recuo de 0,6 pontos percentuais em apenas dois meses. Para economistas consultados pelo Valor, a taxa de desemprego vai manter o patamar inferior a 7% até o fim do ano, e, para Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, a taxa vai recuar a 5,7% em dezembro. "Nunca tivemos nada parecido com esse número e com esse ritmo", diz ele.
Ao mesmo tempo que o desemprego recua, o rendimento médio habitualmente recebido cresce. Na comparação anual, à exceção dos operários da indústria, todas as outras categorias apresentam avanços expressivos, tendo os 14,1% nos salários dos trabalhadores da construção civil à frente.
Os ganhos salariais em julho ampliam o fenômeno verificado no primeiro semestre do ano. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 281 dos 290 sindicatos que tem data-base entre janeiro e junho e registraram seus acordos trabalhistas no Dieese, obtiveram reajustes salariais iguais ou superiores ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), medido pelo IBGE.
Dos 290 sindicatos, o equivalente a 88% conquistou reajuste superior ao INPC, cuja média acumulada em 12 meses para cada data-base foi de 4,89%. A maior parcela, 40,3%, conquistou reajuste real entre 0,01% e 1%, mas o fator mais importante para sinalizar o ritmo da atividade é que os acordos mais vantajosos - superiores a 2% de aumento real - foram conquistados por um número recorde de categorias.
"Os sindicatos vivem seu melhor momento. A economia avança rápido e a inflação é inferior à dos últimos dois anos", diz José Silvestre, coordenador de relações sindicais do Dieese. Nos primeiros seis meses de 2010, a inflação média acumulada em 12 meses, medida pelo INPC, foi inferior à de 2008, quando a economia também crescia de modo acelerado, e à de 2009, quando se recuperava da crise mundial - 5,67% e 6,06% respectivamente. Para Silvestre, os resultados serão ainda mais favoráveis neste segundo semestre.
Segundo João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical, os sindicatos têm em mente o slogan eleitoral de Bill Clinton, quando se elegeu presidente dos Estados Unidos pela primeira vez, em 1992. "Dizemos à todos os nossos dirigentes sindicais: 'É a economia, estúpido'. Com o PIB crescendo a 7%, não podemos negociar reajustes pequenos", diz.
Divulgados ontem, os números do IBGE e do Dieese ajudaram a consolidar, entre os analistas, a percepção de que a atividade será mais aquecida no terceiro trimestre deste ano em relação ao período de abril a junho. O avanço da massa salarial no mês passado foi de 3% sobre junho, ritmo que liga o sinal de alerta dos economistas.
"Boa parte do que o Banco Central expressou na última ata quanto à desaceleração da economia, como crédito perdendo força, geração de emprego formal arrefecendo e rendimentos mais fracos, estão todos em alta. O cenário não é de estabilidade, mas de manutenção do ciclo de aperto de juros", avalia Bernardo Wjuniski, economista da Tendências Consultoria. A consultoria aposta que, embasados pelos resultados do mercado de trabalho, os diretores do BC vão elevar a Selic em mais 1,0 ponto percentual até o fim do ano, fechando 2010 em 11,75% ao ano. "Aumento de rendimento real e queda no desemprego é consumo na veia", diz Wjuniski.
Com estimativa de 7,5% para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, os economistas do Itaú Unibanco avaliam que o BC não vai alterar a Selic antes de dezembro pois a reunião da semana que vem ocorre após três meses consecutivos de inflação zerada. Para Aurélio Bicalho, economista do banco, o país já passou pela primeira fase de recuperação da crise. "O emprego acelerou primeiro, agora assistimos ao salto nos salários", diz.
Especialista em preços e mercado de trabalho da LCA Consultores, o economista Fabio Romão avalia que os ganhos continuarão crescentes em todas as categorias, "mas principalmente na construção civil". Trata-se, avalia Romão, do setor com maior demanda e, inclusive devido a isso, com grande escassez de mão de obra especializada. "Isso é tudo o que um sindicato quer. O país como um todo está crescendo, seu setor em particular, e há falta de trabalhadores".
Valor Econômico

Governo descarta adotar novas barreiras para conter importação

Deve ficar entre US$ 16 bilhões e US$ 18 bilhões neste ano o saldo comercial brasileiro - a diferença entre exportações e importações do país, previu o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, ao comentar, para o Valor, a demanda do presidente em exercício da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Benjamin Steinbruch, de novas barreiras a produtos importados. "São estimativas extra-oficiais", alertou o ministro, que não costuma fazer previsões sobre o saldo do comércio exterior. Ele rejeitou enfaticamente o pedido de "fechamento" da economia.
Jorge diz que os empresários preocupados com a concorrência desleal estrangeira deveriam questionar na Justiça o que ele considera "uma aberração": as vantagens fiscais concedidas por Estados como Santa Catarina e Espírito Santo para importação de mercadorias. É a decisão de reduzir o ICMS para 2% a responsável pelo acúmulo de estoques de aço em Santa Catarina, motivo de queixas de Steinbruch, comentou Jorge. "Os empresários deveriam se organizar e combater essa guerra fiscal que favorece importados, inclusive com medidas judiciais", critica o ministro.
Para o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, as queixas da Fiesp juntam problemas diferentes enfrentados pelos produtores brasileiros, nenhum deles solucionável com o aumento de tarifas de importação. "Não adianta fechar a economia", diz Barral. "Contrabando não se resolve com tarifa mais alta; fraudes, subfaturamento, contrabando se combatem com fiscalização", enumerou o secretário.
"Tem, ainda, distorção tributária nos Estados que reduzem o ICMS e um problema grave, que é o acúmulo de créditos não devolvidos aos exportadores", acrescentou Barral. Nesta semana, uma empresa do setor de papel comunicou ao Ministério do Desenvolvimento ter desistido de um investimento de US$ 500 milhões devido ao alto custo do ICMS. Os custos para levar uma tonelada de papel da Europa à Argentina chegam a US$ 40; para levar a mesma quantidade aos portos argentinos, saindo do Paraná, os custos sobem para US$ 120, compara Barral, citando dados levados pelos industriais ao governo.
Miguel Jorge e Welber Barral reconhecem que a valorização do real em relação ao dólar também desequilibra a competição em prejuízo aos produtores nacionais. "Apesar disso, se pegarmos o coeficiente de importação do Brasil, ele ainda é mais baixo que em países comparáveis", argumenta Miguel Jorge, exibindo um gráfico montado pelo ministério, segundo o qual as importações representaram, nos últimos anos, entre 9% a pouco mais de 11% do Produto Interno Bruto.
Mesmo a Argentina, após passar de 14,7% em 2004 para 17,5% em 2008, chegou a 12,6% com a crise no ano passado, nota o ministro. No México, está acima de 27,5% a proporção de importações em relação ao PIB, relação considerada um indicador importante da abertura da economia. E, na África do Sul, esse indicador ficou acima de 25%, após chegar a 36% em 2008.
"Temos o problema do câmbio", admitiu Barral. "Mas a proporção de bens de consumo importados é pequena, 17% do total", argumenta. "Não temos número significativo de setores ameaçados pelo aumento de importação", garante Miguel Jorge. "Quando vem aqui um setor ameaçado, em geral é subfaturamento ou fraude", complementou Barral, lembrando o caso de produtos como escova de cabelo ou óculos (estes últimos contrabandeados em quantidade equivalente a 70% do mercado nacional). "Ou falta de competitividade", critica o ministro.
Miguel Jorge nega que a competição estrangeira esteja gerando estoques de produtos sem mercado no país. O ministro e o secretário de Comércio Exterior garantem que, em novembro, deve entrar em funcionamento o novo sistema integrado de registro de exportações, que dará maior agilidade e reduzirá custos burocráticos nas vendas ao exterior. O governo, lembram eles, acelerou as barreiras anti-dumping, reforçou as alfândegas para fazer "valoração aduaneira" (estabelecimento de preços mínimos para tributar importações), aumentou gradativamente as alíquotas das autopeças e editou medida para reprimir a circunvenção - fraude para contornar barreiras anti-dumping, vendendo produtos chineses ao Brasil, por exemplo, como se fossem fabricados no Vietnã.
"Agora há importadores reclamando da medida anti-circunvenção; se estiverem importando mesmo de fábricas do Vietnã, não têm do que se preocupar", diz o ministro. "Mas quem estiver trazendo produto da China como se fosse da Malásia tem de se preocupar mesmo, vai sair do mercado".
Barral cita o exemplo do gradualismo nas autopeças como demonstração de que o governo dá prioridade à "previsibilidade" nas ações de comércio exterior. "O Brasil não entra em aventuras", diz ele. "É uma decisão do presidente da República; não cogitamos medidas fora de nossos compromissos com os tratados internacionais e a Organização Mundial de Comércio", endossa o ministro.
O diretor-titular do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex) da Fiesp, Roberto Giannetti da Fonseca, diz que Steinbruch foi mal interpretado pelos que o acusam de defender o protecionismo. "Benjamin não fala em voltar ao protecionismo geriátrico dos anos 80, faz uma defesa da industria por não estarmos em uma conjuntura competitiva, de cambio, tributos, logística e capital", argumenta Giannetti, que acusa o Ministério da Fazenda de impedir medidas de redução de tributos que prejudicam os produtores nacionais na competição com os importados.
A Fiesp apoia algumas reivindicações de aumento de tarifas, como a dos fabricantes de máquinas e equipamentos para a indústria, que querem elevar as tarifas de 16% para 35%, como forma de se proteger dos concorrentes chineses. "Teremos um déficit no setor de manufaturados de US$ 60 bilhões neste ano; em 2006 era um superávit de US$ 5,9 bilhões", critica, em referência ao estudo da Fiesp que considera o total das exportações e importações do setor industrial.
Valor Econômico

Falta de 30 mil engenheiros preocupa o setor industrial

Até 2012, haverá 150 mil vagas não preenchidas por profissionais devidamente capacitados.
A falta de engenheiros qualificados preocupa o setor industrial. O déficit anual está na casa dos 30 mil profissionais, segundo cálculo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), número que preocupa empresários e especialistas na área de educação.
"O país tem de formar mais engenheiros urgentemente, sob pena de vir a pagar um preço muito alto mais à frente", afirma o professor da Universidade Federal de Juiz de Fora Vanderli Fava. O diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Carlos Henrique Cruz, é ainda mais categórico. "Especialmente agora que o país está numa trajetória de crescimento econômico, que parece sólida, é essencial que existam mais e melhores engenheiros, pois são eles que fazem as indústrias funcionarem", disse Cruz.
Ao participarem, em São Paulo, de um evento realizado pela CNI para debater a formação dos engenheiros brasileiros, Fava e Cruz apontaram as carências dos ensinos fundamental e médio, a dificuldade de ingressar em uma faculdade pública ou de bancar os custos de uma instituição de ensino privada e o descolamento entre os currículos universitários e as necessidades das empresas como algumas das razões para a baixa procura pelos cursos de engenharia.
"Um engenheiro que esteja desempregado tem algum problema de formação porque nós inclusive já estamos recebendo engenheiros vindos de outros países para trabalhar aqui", disse Fava, mencionando que, num país como o Brasil, de 190 milhões de habitantes, a demanda anual por novos profissionais gira em torno dos 60 mil pessoas, enquanto, hoje, são formados apenas 32 mil ao ano.
De acordo com estimativa divulgada pela CNI, até 2012, haverá ao menos 150 mil vagas não preenchidas por profissionais devidamente capacitados, ou seja, por necessidade dos empregadores, parte destes postos poderão ser destinados a pessoas com outras formações acadêmicas.
Portal Economia SC

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Segmento de fundição cresce 53% no acumulado do ano

Publicada em 20/08/2010
O setor de fundidos fechou os sete primeiros meses do ano com produção de 1,818 milhões de toneladas. O número, 53% maior do que o registrado em 2009, ainda está 12% abaixo do alcançado em 2008, no período pré-crise. De acordo com a Associação Brasileira de Fundição, para o setor voltar aos níveis pré-crise é necessário frear a importação, principalmente a asiática. "Colocar uma tarifa de 35% na importação dos ferramentais não é o bastante para competirmos com a China, precisamos de mais", argumentou Devanir Brichesi, presidente da Abifa.
Em contrapartida, a exportação também obteve números importantes no acumulado de 2010: ao todo, já foram exportados este ano 239.818 toneladas, entre fundidos de aço, ferro e metais não ferrosos. Esse número representa 50,6% a mais do que o obtido em 2009. Em valores, a exportação soma U$ 630,883 milhões. "A América Latina vem sendo um mercado promissor para exportação." Para 2010, a expectativa da Abifa é de que o setor alcance U$10,3 bilhões, contra os U$6,9 bilhões de 2009 e abaixo dos U$11 bilhões conquistados em 2008.
O setor de fundição fechou os sete primeiros meses do ano com produção de 1,818 milhão de toneladas de material. O número foi 53% maior do que o registrado em 2009.
Fonte: DCI

Na segunda-feira, catarinenses terão pago R$ 7 bi em impostos

Na tarde desta quarta-feira, Impostômetro já marcava mais de R$ 6,8 bilhões
Na próxima segunda-feira, 30, às 11h50min, os brasileiros atingirão a marca de R$ 800 bilhões em impostos pagos desde o começo do ano. Santa Catarina terá alcançado R$ 7, 043 bilhões, conforme a ferramenta eletrônica que calcula em tempo real o valor arrecadado pelos governos Federal, Estadual e Municipal, o Impostômetro.
Com este valor, o Estado poderia construir 336.425 casas populares de 40 metros quadrados cada uma, 594.545 professores do ensino fundamental poderiam ser contratados por ano, compraríamos 275.869 carros populares, ou ainda, mais de 6.897 quilômetros de estradas seriam construídas.
Durante a apuração desta matéria, por volta das 15h, o país já tinha arrecadado R$ 785, 418 bilhões e Santa Catarina R$ 6,897 bilhões, de acordo com a ferramenta do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT).
Os impostos vêm batendo recordes cada vez mais rápido. Os R$ 800 bilhões que o país irá arrecadar até segunda-feira foi alcançada, em 2008, só em 8 de outubro. São 39 dias de antecedência para atingir a mesma quantidade.
A capital catarinense arrecadou, até a tarde desta quarta-feira, R$ 130,538 milhões e, até o último dia de 2010, terá arrecado R$ 207,475 milhões. São aproximadamente R$ 335 por segundo e R$ 18,117 milhões por dia. Se o governo catarinense decidisse distribuir tudo o que foi arrecado neste ano para cada habitante do Estado, cada pessoa receberia R$ 1.175,72.
Ficou curioso para saber mais sobre os impostos? O que poderíamos comprar com as arrecadações? Então acesse www.impostometro.com.br
Portal Economia SC

CNI questiona redução de tarifas para países pobres

A indústria é contra, porque teme que o benefício se torne um mecanismo de triangulação de produtos chineses
O Itamaraty e representantes da indústria estão travando uma queda de braço. O governo quer eliminar as tarifas de importação cobradas dos países mais pobres. A indústria é contra, porque teme que o benefício se torne um mecanismo de triangulação de produtos chineses. Em carta enviada ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) recomenda "fortemente" que a implementação do programa de benefícios seja "suspensa" até que as condições do mercado externo se tornem mais favoráveis. Procurada, a CNI não deu entrevista.

Conhecido como "Duty Free Quota Free", o programa surgiu em dezembro de 2005 na reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Hong Kong. Os países concordaram em zerar as tarifas de importação cobradas dos países pobres, como Angola ou Bangladesh. Com a paralisação da Rodada Doha, ficou decidido tirar pelo menos esse acordo do papel. A lista de nações de menor desenvolvimento relativo é elaborada pela Organização das Nações Unidas (ONU). São 49 nações: 33 africanas, 15 asiáticas e uma da América Latina, o Haiti.

Existe uma expectativa de que esse gesto de boa vontade ajude até a reativar a Rodada a partir de 2011. Fontes da indústria reclamam que o governo quer promover a figura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teria ambições de um posto em órgãos internacionais depois que deixar o governo. Segundo o diretor do departamento econômico do Itamaraty, Carlos Márcio Cozendey, "não há motivos para temor da indústria". Ele afirma que os produtos desses países, excluindo petróleo, representam menos de 0,1% das exportações brasileiras.
"É muito fácil fazer concessão com o bolso dos outros", reclama Mário Branco, gerente de comércio exterior da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). "Produtos feitos na China podem ser enviados como da Zâmbia. E, em três meses, as máquinas podem estar efetivamente lá", alerta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Portal Revista Amanhã

Adiamento das novas regras para o ponto é positivo, diz FIESC

A Federação das Indústrias (FIESC) avalia como positiva a decisão, anunciada no dia 18 de agosto pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), de adiar para 2011 a entrada em vigor das novas regras para o registro de ponto. O presidente da Câmara de Relações Trabalhistas da FIESC, Durval Marcatto Júnior, afirma que a medida, que passaria a valer a partir do dia 26 de agosto, vem preocupando o setor produtivo por aumentar a burocracia e elevar custos. "Esse tema precisa ser reavaliado. Da forma como está não atende nem às necessidades das empresas, nem o interesse dos trabalhadores", disse.
O presidente da Câmara destaca que a informatização do ponto é positiva, porém a portaria obriga a impressão do comprovante, e essa operação é três vezes mais demorada que a praticada hoje. A CNI tem sugerido que esse assunto seja discutido de forma ampla entre os trabalhadores, as empresas e o governo.
Os equipamentos que fazem a impressão do ponto custam até cerca de R$ 4 mil, sem considerar o custo do papel, e, além disso, estão em falta no mercado. Marcatto considera que a obrigatoriedade da impressão seria inócua. "A empresa que não cumpre as regras hoje, não cumpriria as novas também", diz.
Fiesc

Rodadas de negócios na Mercomóveis têm início nesta quinta-feira

A Federação das Indústrias (FIESC) inicia nesta quinta-feira (26) as rodadas de negócios na Mercomóveis, em Chapecó. A iniciativa busca novos negócios entre empresários brasileiros do setor de móveis e importadores da Europa e América Latina.
O presidente do Sistema FIESC, Alcantaro Corrêa, que participou da abertura do evento na segunda-feira (23), destacou a importância da feira para a consolidação do polo moveleiro da região e a possibilidade que as indústrias têm para iniciar negociações internacionais. "É o tipo de oportunidade que não deve ser perdida, pois a internacionalização amplia a competitividade das empresas, mesmo que elas mantenham o mercado doméstico como o seu foco principal", disse.
São 35 companhias brasileiras inscritas para as rodadas com compradores da Itália, França, Suécia, Chile e Paraguai.
Nesta quinta-feira serão realizadas palestras sobre tendências mundiais em design e as perspectivas do mercado brasileiro para o segmento moveleiro. Os painéis, promovidos pela Câmara de Desenvolvimento da Indústria do Mobiliário da FIESC, terão início às 16 horas.
O presidente da Câmara, Arnaldo Huebl, afirma que as rodadas de negócios são importantes especialmente para as empresas que ainda não vendem para o mercado externo. Para as companhias que já exportam, será uma oportunidade de conhecer as tendências internacionais para o setor, disse.
Huebl explica que vender para a Europa e para os Estados Unidos exige adaptação, pois o design dos móveis varia de país para país. Ele destaca que as palestras vão mostrar as linhas e as tendências que as companhias devem seguir para desenvolver os produtos.
Santa Catarina é o maior exportador de móveis de madeira do país, com embarques de US$ 260 milhões em 2009. São Bento do Sul e Rio Negrinho são as cidades com maior concentração de empresas, enquanto a região Oeste se destaca como segundo maior pólo fabricante de móveis do estado.
"O setor reduziu as exportações nos últimos anos não pelo fato de não ter mercado, mas pela questão cambial, que vem tirando a competitividade das empresas. Hoje, as companhias vêm buscando novos nichos de mercado no Brasil", disse Huebl. Para ele, a tendência é o setor destinar de 50 a 60% da produção para o mercado interno. "Faltam incentivos fiscais para alavancar o segmento e a logística para transportar os produtos é cara", ressalta ele.
A indústria do mobiliário emprega 26 mil trabalhadores nos dois mil estabelecimentos situados no estado. O setor tem participação de 2,1% no valor da transformação industrial catarinense e de 9,2% sobre o valor do setor no Brasil. No ano passado, os principais mercados compradores foram França (US$ 60 milhões), Estados Unidos (US$ 49 milhões) e Alemanha (US$ 30 milhões).
"O setor passou por dificuldades, mas vem se recuperando. É um segmento de pessoas muito competentes, que encontrou alternativas para sobreviver às oscilações", afirma o presidente da Câmara.
O Projeto Comprador é financiado pela Comissão Européia e tem o objetivo de fortalecer e internacionalizar as pequenas e médias empresas latino-americanas. No estado, a iniciativa tem o apoio da Confederação Nacional da Indústria, do Sebrae e do Simovale.
Fiesc

Encontro da Indústria deste ano terá feira de soluções para o setor

A Federação das Indústrias (FIESC) promoverá o Encontro Catarinense da Indústria 2010 nos dias 15, 16 e 17 de setembro. Em paralelo ao evento, que ocorrerá em Florianópolis, será realizada feira de infraestrutura e soluções para a indústria, com 32 estandes que vão apresentar o que há de mais moderno em termos de serviços voltados ao setor.
Nos três dias de evento serão realizadas palestras com especialistas renomados. Os temas abordados são a "arte da negociação intercultural", "qualidade de vida no mundo contemporâneo" "desafios e oportunidades nas estratégias de comunicação das empresas e na gestão de marcas", "grandes tendências e perspectivas da tecnologia para 2015" e "mais tempo, mais produtividade". Confira os nomes dos palestrantes abaixo.
Além dos painéis, serão ministrados cerca de 20 workshops sobre os mais diversos temas. As inscrições para participar dessas palestras devem ser feitas no próprio evento.
O encontro é voltado a industriais, empresários, executivos, fornecedores e prestadores de serviços à indústria. As inscrições para os painéis são gratuitas devem ser feitas no endereço www.fiescnet.com.br/60anos.
No dia 17 de setembro, será realizado o debate com os candidatos ao governo de Santa Catarina, tendo como base o documento "Desenvolvimento SC: uma visão da indústria".
Programação
15/09

13h30 - credenciamento
14 horas - visitação à Feira de Infraestrutura e Soluções Industriais
19 horas - solenidade de abertura
19h30
Palestra: "A arte da negociação intercultural".
Palestrante: Robert Wong, headhunter e consultor na área de gestão de pessoas, sócio da P&L (Partnership and Learning) e diretor da Robert Wong Consultoria Executiva
16/09
9h30 - credenciamento
10 horas
Palestra: "Qualidade de vida no mundo contemporâneo".
Palestrante: Nuno Cobra Ribeiro, preparador físico e mental, foi professor de personalidades como Ayrton Senna, Mika Häkkinen e Jaime Oncins.
13h30 - Credenciamento
14 horas
Palestra: "Ascensão econômica do Brasil: desafios e oportunidades nas estratégias de comunicação das empresas e na gestão de marcas".
Palestrante: Fernando Martins, vice-presidente de marketing do Banco Santander
16h30
Palestra: "Grandes tendências e perspectivas da tecnologia para 2015".
Palestrante: Ethevaldo Siqueira, colunista do jornal "O Estado de São Paulo" e da rádio CBN.
17/09
10 horas - credenciamento
10h30
Debate com os candidatos ao governo de Santa Catarina
14h - credenciamento
14h30
Palestra: "Mais tempo, mais produtividade".
Palestrante: Christian Barbosa, cientista de computação e o maior especialista, no Brasil, em administração de tempo e produtividade. É fundador da Triad PS, empresa multinacional especializada em programas e consultoria na área de produtividade, colaboração e administração do tempo.
Fiesc

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Sentenças favoráveis

A Justiça do Trabalho em Joinville proferiu nos dias 10 e 23 de agosto sentenças favoráveis às empresas do ramo metalúrgico de Joinville nas ações de Consignação de Pagamento da Contribuição Sindical Urbana, em que são consignados o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos na Fundição, na Siderurgia e na Indústria do Material Elétrico de Joinville e a Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado de Santa Catarina.
A expectativa do Sindimet - Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico de Joinville é de que, a partir da decisão proferida no dia 23 de agosto pelo juiz do Trabalho de Joinville, o impasse sobre o depósito da contribuição sindical seja resolvido. Nesta sentença, o juiz determinou a expedição de oficio ao Ministério do Trabalho e Emprego, para retificação do Cadastro Nacional de Entidades Sindicais para que passe a constar o código da Federação (163). Determinou ainda que a Caixa Econômica Federal faça a distribuição da importância arrecadada, conforme prevê o artigo 589 da CLT.
Depósito em Juízo
A decisão de depositar em Juízo a contribuição sindical foi tomada pelas empresas metalúrgicas, seguindo orientação do Sindimet, após terem sido notificadas pela Federação e como forma de se resguardar da possibilidade de ter de efetuar duplo pagamento, já que havia divergências em relação ao código sindical na Guia de Recolhimento, fornecida às empresas. A partilha do imposto sindical no sistema confederativo está definida no artigo 589 da CLT e é feita pela Caixa Econômica Federal.

Com o fim dos estímulos tributários, estoques da indústria sobem em julho

A retirada de parte dos estímulos tributários ao consumo e o arrefecimento da demanda interna provocaram elevação dos estoques em 16 dos 26 subsetores industriais em julho. Nem todo esse aumento, contudo, foi considerado ruim pelas empresas. Entre os setores, 14 classificaram o acumulo de produtos acabados como superior ao planejado e, portanto, indesejado. Em uma escala de zero a cem, na qual a pontuação superior a 50 é considerada elevada, a acumulação de produtos nas fábricas atingiu 51,3 pontos no último mês frente a 49,2 em junho. Foi a primeira vez em 2010 que o indicador superou a marca de 50 pontos.
A constatação faz parte da Sondagem Industrial apresentada ontem a partir de consultas a 1.472 empresas entre os dias 2 e 18 de agosto. De acordo com esse levantamento, a acumulação indesejável de estoques está concentrada nas grandes e médias empresas. Entre os setores (ver tabela) que informaram acúmulo de produtos por vendas que não se concretizaram. figuram montadoras de veículos, fábricas de vestuário, de limpeza e perfumaria, de móveis, indústria de refino de petróleo, metalúrgicas e fabricantes de máquinas elétricas, de comunicação e de transporte.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) classifica como "transitória" a ampliação indesejável de estoques. Mas lembra, por outro lado, que se a acumulação persistir em agosto será preocupante. Para a entidade, o movimento de acomodação do nível de atividade no parque fabril está sendo maior que o projetado.
Em meio a esse período de incerteza, em que a indústria tateia para detectar o ritmo de produção mais condizente com a demanda, o gerente-executivo da unidade de política econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, avalia que a probabilidade maior é que os estoques não sigam em nível superior ao desejado. A maioria dos industriais consultados respondeu que a demanda se manterá aquecida. Responderam ainda que pretendem ampliar as compras de matérias-primas. Para o economista, são duas informações que sinalizam que os empresários não veem obstáculos à desova das mercadorias.
Especificamente sobre a perspectiva para a demanda, o índice para agosto continua elevado em 63,1. Em relação a insumos para a produção, a pontuação também ficou alta, 60,7. Em termos de produção, a média das respostas foi de 53,4 pontos.
As projeções otimistas para demanda doméstica, compra de insumos e produção, em meio a um período em que os estoques estão elevados, se justificam, analisa Castelo Branco. Segundo ele, o segundo semestre é usualmente mais dinâmico que o primeiro e os fatores que estimulam o consumo interno se mantêm presentes na economia. "A acomodação do nível de atividade é temporária, o mercado de trabalho continua forte, a inflação voltou a baixar e o crédito não foi afetado pela elevação dos juros, processo que acreditamos ter chegado ao fim", diz.
Em contrapartida, os empresários continuam cautelosos em relação às exportações. A pontuação para as vendas feitas no exterior baixou de 52,2, em julho, para 51,8 pontos em agosto.
Valor Econômico

O debate da desindustrialização

Cristiano Romero
Vários dados desmentem a tese de desindustrialização, mas é importante ficar atento à indústria do pós-crise
Há sinais de que a indústria brasileira vem perdendo competitividade no pós-crise. Aparentemente, as exportações subsidiadas da China, principalmente para mercados tradicionais do Brasil na América Latina, e a valorização do real frente ao dólar explicam parte do problema. É cedo, no entanto, para falar em desindustrialização e, portanto, na necessidade de adoção de medidas anacrônicas, como o fechamento do mercado nacional sugerido pelo presidente da Fiesp, Benjamin Steinbruch.
Dados compilados pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI) mostram que, depois de gerar superávits comerciais por cinco anos consecutivos, a indústria começou a acumular déficits em 2008. No primeiro semestre daquele ano, o resultado negativo foi de US$ 997 milhões. No mesmo período de 2009, o déficit ampliou-se para US$ 2,1 bilhões e, entre janeiro e junho deste ano, saltou para US$ 14,3 bilhões, o maior desde 1989.
Estudiosos do assunto, os economistas Régis Bonelli e Samuel Pessoa, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas, afirmam que não dá para falar em desindustrialização no período que vai até 2008, ano em que o país sofreu os efeitos da crise financeira internacional. O processo de redução da participação da indústria no Produto Interno Bruto (PIB) resultou, nos últimos 40 anos, de fatores conjunturais e, especialmente, das transformações estruturais ocorridas na economia - aqui e no mundo.
Em 1947, a indústria de transformação respondia por 20% do PIB no Brasil. Em 1985, essa participação chegou ao pico - 36%. Em 2008, caiu para 16% do PIB. Para entender o contexto dessa mudança, Bonelli e Pessoa estudaram, de forma meticulosa, as experiências brasileira e internacional e constataram que o encolhimento da indústria é um fenômeno global.
Considerando um grupo de 185 países, portanto, quase a totalidade das nações, observa-se que, em 1970, o produto industrial era responsável por 25% do PIB mundial. Em 2007, a participação caiu para pouco menos de 17%. Ao analisar o que ocorreu em 16 países semelhantes ao Brasil, Bonelli e Pessoa concluíram que o país estava "sobreindustrializado" no início dos anos 70 do século passado, ou seja, tinha uma participação da indústria no PIB bem superior, na média, à das outras economias. Um das razões para isso foi o aprofundamento do modelo de substituição de importações nos anos 70 e 80.
No período 1970-1972, a indústria representava 25,3% do PIB brasileiro, face a uma média de 20,4% nos 16 países avaliados. Já em 2005-2007, os percentuais caíram, respectivamente, para 15,7% e 14,6% do PIB. É verdade que o recuo da indústria foi mais intenso no Brasil, mas o que Bonelli e Pessoa sustentam é que, enquanto esteve acima da média nos anos 70 e 80, o Brasil voltou à "normalidade" em termos de produção industrial nos anos 90, levando-se em conta suas características socio-econômicas e tecnológicas.
Quando se observa o comportamento recente, vê-se que o emprego industrial cresceu de 12,8% do total em 1992 para 14,4% em 2008, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). A Pesquisa Industrial Anual (PIA), feita também pelo IBGE, revela, por sua vez, que o emprego na indústria aumentou de 7,44% da população ocupada total em 1996 para 8,35% em 2008. No mesmo período, a participação do investimento da indústria na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) pulou de 14,4% para 18,5%. Tudo isso desmente a tese da desindustrialização.
Bonelli e Pessoa, que tratam do tema na Carta do Ibre que será divulgada nos próximos dias, reconhecem que é preciso examinar de forma rigorosa a tendência daqui em diante, ou seja, do pós-crise de 2008. No ciclo de crescimento iniciado em 2003 e interrompido em 2008 pela turbulência mundial, a economia brasileira acelerou puxada principalmente pela demanda externa. No ciclo atual, é o mercado interno que está liderando a alta do PIB.
Nesse contexto, o déficit em transações correntes está crescendo de forma acelerada - de 1,72% do PIB em 2008 para 2,5% do PIB em 2010, segundo projeção do Banco Central. Com déficits externos crescentes e com a valorização do câmbio, que permite o financiamento internacional do excesso de consumo e investimento, é "natural", assinalam os dois economistas da FGV, "que ressurjam preocupações sobre o impacto da moeda forte no setor industrial".
Bonelli e Pessoa lembram que, no pós-crise, a exportação brasileira de produtos manufaturados não retornou ao padrão de 2008, "o que é preocupante". "Como se sabe, a China reagiu à crise mantendo o nível do seu câmbio nominal, tanto no momento inicial de desvalorização das moedas em geral em relação ao dólar, quanto na subsequente reapreciação. À medida que os efeitos da turbulência foram se dissipando, processo particularmente rápido no mundo emergente, as moedas desses países - e, especialmente a daqueles, como o Brasil, que se beneficiam da alta das commodities - valorizaram-se ante o dólar, e, consequentemente, diante do yuan", explicam os economistas. "Por outro lado, com a retração do consumo nos países ricos, cujo tecido econômico foi danificado de forma mais duradoura pela crise, a China tende naturalmente a voltar suas baterias exportadoras para países emergentes."
O "efeito China" pode estar por trás da "primarização" da pauta de exportações do Brasil. A perda de competitividade, medida pelo déficit comercial no primeiro semestre, é maior nos bens de média-alta tecnologia e naqueles fabricados por atividades consideradas de alta intensidade. É prematuro, no entanto, afirmar que o Brasil sofre de desindustrialização. "Não se trata de uma sangria desatada, e reações precipitadas - especialmente no sentido de alterar o regime macroeconômico e o cambial - seriam certamente equivocadas", comentam Bonelli e Pessoa. O câmbio, como se sabe, é mais um sintoma do que a causa dos problemas estruturais da economia brasileira.
Cristiano Romero é editor-executivo e escreve às quartas-feiras.
Valor Econômico

Dados dos EUA desanimam e derrubam bolsas na Ásia

SÃO PAULO - Os mercados acionários na Ásia reagiram mal aos dados de vendas de imóveis residenciais usados nos Estados Unidos, divulgados ontem. As principais bolsas da região fecharam no vermelho, com quedas que chegaram a ultrapassar 2%, após o governo americano informar que a comercialização de casas usadas declinou 27,2% em julho, para uma taxa anualizada ajustada sazonalmente de 3,83 milhões de unidades.
Na China, o índice Shanghai Composite, da bolsa de Xangai, sofreu 2,03% de desvalorização, voltando aos 2.596,58 pontos, enquanto em Hong Kong, o índice Hang Seng recuou 0,11%, para 20.634,98 pontos.
Na bolsa de Taipé, o índice Taiwan Taiex perdeu 2,56%, aos 7.736,98 pontos, e em Seul, o índice Kospi caiu 1,46%, para 1.734,79 pontos. O índice S & P/ASX 200, da bolsa de Sydney, por sua vez, recuou 1,40%, para 4.320,10 pontos.
No Japão, os negócios ainda foram afetados pela apreciação do iene frente ao dólar, que pesa sobre as vendas dos exportadores. Ações de empresas como Toyota, Honda, Nikon e Canon recuaram mais de 2% neste pregão, contribuindo para a queda de 1,66% no índice Nikkei 225, da bolsa de Tóquio, que fechou aos 8.845,39 pontos.
A desvalorização se deu após o governo japonês informar que as exportações do país cresceram 23,5% em julho na comparação com o mesmo mês de 2009, porém o ritmo de expansão diminuiu pelo quinto mês consecutivo. As vendas ao exterior no mês passado totalizaram 5,98 bilhões de ienes (US$ 71,22 bilhões).
Valor Econômico

REEMBOLSO DO SUS

A Procuradoria da República (Ministério Público Federal) de Joinville abriu inquérito para apurar se as operadoras de planos de saúde ressarciram o SUS nos últimos cinco anos pelos atendimentos prestados pelo sistema público aos seus segurados. O MPF quer informações da Agência Nacional de Saúde Suplementar sobre os pagamentos e como está sendo feita a cobrança, em caso de confirmação das dívidas. Outro questionamento é saber que providências estão sendo tomadas para evitar a prescrição de eventuais atrasados. A investigação vale para Joinville e região.
Em várias outras cidades do País, procuradores estão apresentando ações semelhantes. No mês passado, o Hospital São José ingressou com ação para cobrar R$ 300 mil de plano de saúde. Joinville tem 187 mil segurados pelos planos privados de saúde.
A Notícia - coluna Jefferson Saavedra

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Além da China, mudança no consumo dos EUA afeta exportação brasileira

A mudança no padrão de consumo americano ajuda a explicar as perdas crescentes da fatia brasileira na importação dos Estados Unidos nos últimos anos. A influência na alteração da demanda americana é maior nas commodities e quase irrisória nos produtos mais elaborados. Na média, porém, explica quase um terço da redução de participação brasileira, segundo estudo do departamento econômico do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O levantamento aponta que de 2004 a 2009 as exportações totais brasileiras cresceram 58%. As vendas aos americanos no mesmo período, porém, aumentaram apenas 22%. A fatia brasileira nas importações americanas caiu de 1,41% para 1,04%, o que equivale a US$ 5,6 bilhões. Segundo o levantamento, de cada dez dólares desse valor, US$ 6,90 podem ser explicados por perda de competitividade e US$ 3,10 por queda de demanda do mercado americano.
De autoria dos economistas Fernando Puga e Pedro Quaresma, o estudo do BNDES mostra que no caso dos produtos elaborados, o efeito da perda de competitividade foi muito maior. De cada dez dólares do valor correspondente à redução da fatia brasileira nos desembarques americanos de produtos elaborados, US$ 9,50 - ou 95% - foram pela perda de competitividade e US$ 0,50 - ou 5% - pela redução de demanda americana. No grupo de commodities, porém, foi a demanda que respondeu por 70% da redução de participação brasileira nas importações desses produtos pelos Estados Unidos enquanto a perda de competitividade, por 31%.
Fernando Puga, chefe do departamento de economia do BNDES, lembra que o efeito da demanda na queda dos embarques brasileiros rumo aos EUA no caso de commodities está concentrado em madeira e produtos minerais e metálicos. A importação total dos Estados Unidos de madeira caiu 63% de 2004 a 2009. No mesmo período, as compras americanas de produtos minerais e metálicos tiveram queda de 31%. Nos dois casos, diz o economista, a redução foi concentrada em 2009 e deve-se à crise imobiliária americana.
No caso dos produtos elaborados, o fator que mais pesou na queda dos embarques aos EUA foi a perda de competitividade brasileira. O estudo mostra que a menor competitividade atingiu segmentos diversos como os de maior valor agregado, como máquinas e equipamentos, além de setores tradicionais como têxteis, couros e calçados. Produtos brasileiros do setor de couro e calçados, por exemplo, tinham fatia de 15,68% das importações americanas do setor em 2004. No ano passado, a participação caiu para 7,11%. Os equipamentos de transporte também tiveram redução, de 7,54% para 3,19%.
Segundo o estudo, essa diversidade revela que o problema de competitividade dos produtos mais elaborados não está restrito à concorrência com os asiáticos, mas pode estar ligado a outros fatores, como a taxa de câmbio. A China é considerada como a maior competidora por alguns setores, como têxteis e calçados.
Para Puga, a perda de mercado nos produtos elaborados mostra a necessidade de políticas de promoção às exportações. Ele lembra que as empresas estão trabalhando atualmente para atender preferencialmente um mercado doméstico. "Mas há no setor externo um mercado importante e difícil de conquistar", diz Puga. Para ele, é interessante ter crescimento de produção acima da demanda do mercado interno, o que gera não só melhoria de processos, como também ganho de escala e a maior competitividade necessária para o mercado internacional.
De 2004 a 2009 tanto os produtos elaborados como as commodities tiveram queda de participação nas importações americanas (ver quadro). A exceção ficou por conta do petróleo, que elevou sua participação de 0,65% para 1,01% das importações americanas do produto. Para Puga, trata-se de um aumento natural, em razão das recentes descobertas de petróleo no pré-sal e da perspectiva de forte investimentos do setor no Brasil. A tendência, diz, é que no curto e médio prazo aumente a participação de petróleo e derivados na pauta de exportações para os Estados Unidos.
Valor Econômico

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Cálculo da CNI mostra que empregadores terão gasto de R$ 6 bilhões

O novo ponto eletrônico é criticado por empresários e centrais sindicais, que pedem a revogação ou a suspensão da Portaria nº 1.510 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Em nota técnica, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulga contas que mostram "aumento de custos, desconforto para o trabalhador e retrocesso tecnológico, sem nenhuma contrapartida de melhoria das relações trabalhistas ou de diminuição de fraudes". A entidade estima que com a aquisição de equipamentos e instalação, as empresas do país terão que desembolsar cerca de R$ 6 bilhões.
Os novos registros eletrônicos de ponto são comercializados com valores entre R$ 2,5 mil e R$ 5 mil. Para evitar prejuízos com grandes filas de trabalhadores na entradas e saídas, os fabricantes estimam que o cálculo deve ser de uma máquina para cada 70 funcionários, de acordo com a CNI. Com isso, será necessário aproximadamente um milhão de novos equipamentos - troca de 600 mil mais 400 mil nas empresas que utilizam sistemas computacionais para marcar o ponto. A entidade calcula que cada companhia irá gastar cerca de R$ 6 mil, incluindo instalação e adaptação de sistemas de recursos humanos.
A CNI mostra ainda que cada trabalhador poderá gastar dez minutos na fila por dia para registrar o ponto. Ou 40 horas por ano. Os dez minutos são estimados considerando uma fila com 60 pessoas. O tempo para um empregado registrar, pegar o tíquete e sair é de, em média, dez segundos, o que representa, ao fim, cinco minutos gastos na entrada e outros cinco na saída.
Além disso, cada trabalhador, segundo a entidade, deverá guardar seus registros em pedaços de papel de cinco centímetros, que totalizam pelo menos 25 metros de papel por ano. Para a CNI, "sem dúvida, a impressão de comprovantes significa um consumo desnecessário de recursos como energia, papel e produtos químicos, que estão na contramão das tendências de racionalidade ambiental". Por esses motivos, a entidade entende que muitas empresas, especialmente as pequenas, serão desestimuladas a utilizar o registro eletrônico. (AR)
Valor Econômico

Fiesc aprova a decisão do governo de adiar o ponto eletrônico

Agora, nova regra só em março de 2011.
A Federação das Indústrias (Fiesc) avalia como positiva a decisão, anunciada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, de adiar para 2011 a entrada em vigor das novas regras para o registro de ponto. O presidente da Câmara de Relações Trabalhistas da Federação, Durval Marcatto Júnior, afirma que a medida, que passaria a valer a partir do dia 26 de agosto, vem preocupando o setor produtivo por aumentar a burocracia e elevar custos.
"Esse tema precisa ser reavaliado. Da forma como está não atende nem às necessidades das empresas, nem o interesse dos trabalhadores", disse ele.
O presidente da Câmara destaca que a informatização do ponto é positiva, porém a portaria obriga a impressão do comprovante, e essa operação é três vezes mais demorada que a praticada hoje. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) tem sugerido que esse assunto seja discutido de forma ampla entre os trabalhadores, as empresas e o governo.
Os equipamentos que fazem a impressão do ponto custam até cerca de R$ 4 mil, sem considerar o custo do papel, e, além disso, estão em falta no mercado. Durval Marcatto considera que a obrigatoriedade da impressão seria inócua. "A empresa que não cumpre as regras hoje, não cumpriria as novas também", diz.
A decisão
A decisão do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) foi na quarta-feira. A nova regra do ponto eletrônico valerá a partir de 1º de março de 2011, prazo para as empresas se adequarem à nova regulamentação do ponto eletrônico, prevista na portaria 1.510 de 2009.
De acordo como Ministério, a portaria com a ampliação do prazo será publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira. O inicio das fiscalizações estava previsto para começar no dia 26 mas, conforme o governo, estudo da Secretaria de Inspeção do Trabalho mostrou que poderia haver falta de equipamentos necessários para atender à nova regulamentação.
De acordo com o ministério, o estudo detectou que a média mensal de relógios eletrônicos de ponto produzidos no Brasil é de 184 mil. Os números da Relação Anual de Índices Sociais (Rais) mostram que pelo menos 700 mil empresas em todo Brasil já utilizam sistema de ponto eletrônico, disse o ministério.
Segundo o estudo, os fabricantes têm capacidade de produzir, em três meses, que é a data da obrigatoriedade do sistema de regulamentação, até 550 mil equipamentos, o que não seria suficiente, de acordo com o estudo, para abastecer todas as empresas.
Portal Economia SC

Empresas devem continuar a questionar o ponto eletrônico

O adiamento do prazo para a entrada em vigor do novo ponto eletrônico não deve reduzir o número de demandas na Justiça. Mas derruba um dos argumentos apresentados nos processos: a falta de equipamentos no mercado para as mais de 700 mil empresas que devem seguir a Portaria nº 1.510, de 2009. O problema levou o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) a alterar a data para o início de vigência da norma, que passou do próximo dia 26 para 1º de março de 2011.
A nova data está na Portaria nº 1.987, publicada ontem no Diário Oficial da União. A partir de 1º de março, as empresas terão ainda mais 90 dias para se adequar à norma. As mudanças no ponto eletrônico, que obrigarão os empregadores a adquirir novas máquinas, têm por objetivo evitar fraudes no controle da jornada de trabalho, segundo o ministério. O novo relógio emitirá comprovantes em papel em todas as entradas e saídas dos trabalhadores, que podem servir de provas em futuras ações judiciais. O equipamento deve conter ainda uma espécie de "caixa preta" para o registro de toda a movimentação de empregados, sem que haja - pelo menos em tese - a possibilidade de alteração. A máquina também deve conter uma entrada USB para que o fiscal do trabalho tenha acesso às informações.
As mudanças levaram diversas empresas e entidades de classe à Justiça. Nas ações, argumentam que a Portaria 1.510, de 26 de agosto de 2009, seria inconstitucional por estabelecer requisitos formais de validade para o registro eletrônico que não estão previstos em lei. Há liminares concedidas em diversos Estados, que adiam temporariamente a entrada em vigor da norma ou impedem sua aplicação. O Sindicato dos Lojistas (Sindilojas) de Porto Alegre, que congrega aproximadamente 16 mil estabelecimentos, obteve decisão que só obriga a adoção do novo ponto eletrônico a partir de 28 de junho de 2011. Para o juiz da 23ª Vara do Trabalho de Porto Alegre, as empresas não tiveram o prazo de um ano estipulado pela norma para adquirir o novo relógio.
No Paraná e no Espírito Santo, as federações das indústrias também conseguiram liminares contra a norma. No caso paranaense, o prazo passa para 12 de março de 2011. E é ainda maior para as micro e pequenas empresas, que terão até 12 de março de 2012 para se adequar à portaria. Já a decisão capixaba não estabeleceu uma nova data para as empresas filiadas à entidade.
No Rio Grande do Sul, no entanto, o Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis (Sescon-RS) teve pedido negado em primeira instância. O juiz entendeu que, como a norma ainda não estava em vigor e as empresas não foram autuadas, não haveria porque conceder a medida.
Para o advogado do Sindilojas e do Sescon-RS, Luiz Fernando Moreira, sócio do Flávio Obino Filho Advogados, a prorrogação de prazo não prejudica a tese principal das ações, que é tentar derrubar a nova exigência pelo princípio da legalidade. Segundo ele, o Ministério do Trabalho extrapolou seu poder de regulamentar ao editar essa portaria, que criou obrigações não previstas em lei. Isso porque, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) apenas obriga as empresas com mais de dez empregados por estabelecimento a registrar respectivos horários de trabalho, seja de forma manual, mecânica ou eletrônica. "A concessão de um novo prazo é apenas um paliativo e não é motivo para desistência das ações", afirma.
O advogado afirma ter entrado com mais duas ações. Uma delas reúne oito sindicatos varejistas de Porto Alegre. A outra é do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Estado do Rio Grande do Sul. Já o advogado Marcelo Ricardo Grünwald, do Grünwald e Giraudeau Advogados Associados, que obteve liminar que favorece a CBS Companhia Brasileira de Sandálias - conhecida como Dupé - diz que pretende prosseguir com as cerca de 40 ações judiciais que entrou nas últimas semanas. " A ideia é derrubar a exigência do novo ponto eletrônico", afirma. Na liminar que beneficia a CBS, o juiz Ibrahim Filho, da Vara do Trabalho de Carpina (PE), entendeu que a portaria extrapolou todos os limites da lei que trata do tema.
Valor Econômico

Estado cria 5.194 vagas com carteira assinada em julho

Segundo o Caged, a construção foi o terceiro setor que mais contribuiu.
Santa Catarina criou 5.194 empregos com carteira assinada em julho, o que representa 0,31% a mais do que eram os trabalhadores formais no mês anterior. O número consta no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado na tarde desta quinta-feira pelo Ministério do Trabalho.
Nos primeiros sete meses do ano, o Estado gerou 71.490 postos de trabalho, e nos últimos 12 meses, 105.648 empregos. Em julho do ano passado, SC havia gerado 5.183 postos. Nesta década, o pior julho foi o de 2003, quando o saldo ficou perto do zero, porém com mais demissões do que admissões. Os melhores meses de julho ocorreram em 2004 e em 2008, quando foram criados mais de 7,4 mil empregos em cada deles.
Conforme o Ministério do Trabalho, os setores que mais contribuíram com o emprego no Estado no mês passado foram a indústria de transformação (2.019 vagas), os serviços (1.532) e a construção civil (1.237).
Os número do país
Segundo dados da pesquisa, foram criados 181.796 empregos com carteira assinada, no país, em julho. O melhor julho da série histórica, que começa em 1992, foi registrado em 2008, quando foram abertas 203,21 mil vagas formais.
"Há uma acomodação. Até o Henrique Meirelles (presidente do Banco Central) está otimista. Se ele está otimista, eu estou no céu. Vamos ter recordes sucessivos em agosto, setembro, outubro e novembro. Já teve a acomodação necessária e a indústria já está praticamente superando a sua capacidade de produzir, que foi a de 2007. O mercado consumidor também continua forte e há uma recuperação no mercado internacional", avaliou o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.
Os números do governo revelam, porém, que a criação de empregos foi recorde no período de janeiro a julho deste ano, com 1,65 milhão de novas vagas. O recorde anterior havia sido registrado em 2008, quando foram abertos 1,56 milhão de postos formais de emprego nos sete primeiros meses daquele ano.
Portal Economia SC

Emprego cresce menos, mas indústria puxa alta

O ritmo mensal de geração de postos de trabalho caiu, de novo, em julho. O saldo entre demitidos e admitidos no mercado formal resultou em 181 mil novas vagas, número inferior ao recorde de contratações para este mês registrado em 2008. Embora menos intenso no total, o ritmo de novas contratações segue forte na indústria. De janeiro a julho deste ano, 26,3% das vagas novas foram abertas nesse setor, percentual superior aos 22,7% de participação em 2008. O setor que está criando menos vagas - sempre em relação ao ano de 2008 - é o agropecuário: foram 182 mil neste ano e 272 mil em igual período de 2008, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho.
Julho foi o segundo mês de retração no ritmo do nível de emprego. Na comparação com 2008, o país havia criado, até maio, 20% mais empregos, crescimento que encolheu para 6% na comparação do acumulado até julho. No acumulado do ano até julho foram contabilizados 1,655 milhão de empregos, o que corresponde a 66,2% da meta do governo para o ano, de 2,5 milhões de novas vagas.
Para o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, o movimento menos intenso de vagas é passageiro. Ele espera novos recordes nos próximos meses. "Nós estamos mal acostumados com recordes sempre, mas vamos voltar a estes índices a partir de agosto. O que tinha que adequar da economia, já adequou", afirmou Lupi, após a divulgação dos números mensais do Caged.
O ministro disse que sua avaliação é sustentada pela expectativa para os próximos meses de redução da taxa de juros e evolução no crescimento da economia. "O parque industrial do Brasil continua crescendo, aumentando assim a capacidade de produção; o consumo está se mantendo em alta; temos impulsos por conta de investimentos do governo e da iniciativa privada. Por tudo isso, estimo novos recordes para os meses de agosto, setembro, outubro e novembro", analisou o ministro
Em julho, o Caged registrou 1,6 milhão de contratações e 1,4 milhão de demissões, com saldo positivo de 181.796 novos postos com carteira assinada. São Paulo esteve a frente com 62,4 mil novos postos, seguido do Rio de janeiro (14 mil), Minas Gerais (13,3 mil) e Paraná (12,7 mil). Os únicos Estados que tiveram queda na geração foram Roraima (menos 120 postos), Distrito Federal (queda de 78) e Amapá (menos 23).
Por setor, o crescimento do emprego com carteira assinada em julho foi puxado pela alta de 1,54% na construção civil, segundo os dados do Caged apresentados ontem. O setor foi responsável pela criação de 38.382 postos de trabalho no último mês, número 9,42% superior ao saldo recorde do setor, registrado em julho de 2008. O aumento de vagas na indústria, na mesma comparação, foi de 10,7% em relação a 2008. (Com agências noticiosas)
Valor Econômico

Confiança do empresário tem crescimento tímido

O otimismo dos empresários brasileiros registrou um ligeiro crescimento este mês, informou ontem a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), apurado mensalmente pela entidade, passou de 63,4 pontos em julho para 64 pontos em agosto. Segundo a CNI, a estabilidade nas expectativas do empresário industrial reflete o crescimento econômico mais moderado após a intensa atividade econômica registrada do início de 2010. O Índice de Confiança do Empresário Industrial varia de zero a cem. Valores acima de 50 indicam empresários confiantes.
Entre os 26 setores industriais analisados, 12 registraram aumento no ICEI maior do que um ponto na comparação com julho. Os setores de edição e impressão, limpeza e perfumaria e material eletrônico e de comunicação, por exemplo, cresceram acima de cinco pontos. O índice de expectativas para os próximos seis meses também apresentou estabilidade ao atingir 66,8 pontos no mês de agosto. O resultado ficou 0,4 ponto acima do indicador de julho.
Na pesquisa mensal de confiança do setor industrial a Confederação Nacional da Indústria consultou um universo de 1.910 empresas, em 24 Estados e no Distrito Federal, entre os dias 2 e 18 do mês de agosto.
Valor Econômico

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

'Não sou homem de sofrer pressões', diz Lupi sobre ponto eletrônico

Adoção do novo ponto eletrônico foi adiada para março de 2011.
'Continuamos convictos que a medida é muito boa para a sociedade', disse.

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, disse nesta quinta-feira (19) que a decisão de prorrogar a adoção do novo ponto eletrônico do próximo dia 26 de agosto para o início de março de 2011, anunciada nesta quarta-feira (18), não se deve à pressões do empresariado e dos sindicatos. "Quem me conhece sabe que eu não sou homem de sofrer pressões", afirmou o ministro a jornalistas.
A adoção do novo ponto valerá para empresas com mais de dez funcionários que controlam a jornada de trabalho por meios eletrônicos. O ministro do Trabalho disse ainda não temer que a medida seja engavetada pelo novo governo, que assume no início de 2011. "Como eu sou um otimista, acredito que o próximo governo será nosso e [que esse trabalho] terá consequência", afirmou.
Ele reafirmou que a decisão de suspender, até março de 2011, o início do novo ponto eletrônico se deve ao volume da produção dos aparelhos. "Verificamos que o número produzido não atenderia a toda demanda do mercado. Continuamos convictos que a medida é muito boa para a sociedade. Queremos que o trabalhador tenha o mesmo direito que o patrão", disse ele. Acrescentou que a medida abrange de 7% a 8% de todas as indústrias. "Não estamos exigindo que nenhuma empresa que usa o ponto manual ou eletrônico mude. Sles são legais e permitidos", declarou.
Nesta quinta-feira, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) lembrou que, preocupada com os prejuízos da mudança, a entidade já havia alertado o governo sobre os impactos da medida nas empresas brasileiras. “Nossa proposta é suspender a Portaria e criar um grupo de trabalho para discutir um mecanismo adequado aos interesses de empresários e trabalhadores”, disse Robson Andrade, presidente em exercício da CNI.
G1

Empregos formais somam 181 mil em julho e batem recorde no ano

A exemplo do registrado em junho, valor de julho não é recorde para o mês.
Nos 7 primeiros meses do ano, porém, saldo ainda é o mais alto da história
.
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quinta-feira (19) pelo Ministério do Trabalho mostram que foram criados 181.796 postos de emprego com carteira assinada em julho deste ano. Com isso, a criação de empregos formais não bateu recorde para este mês.
Evolução empregos (Foto: Editoria de Arte/G1)
O melhor julho da série histórica do Ministério do Trabalho, que começa em 1992, foi registrado no ano de 2008, quando foram abertas 203,21 mil vagas formais de trabalho. O emprego com carteira assinada registrou recordes seguidos, contra o mesmo mês de anos anteriores, entre janeiro e maio deste ano, interrompendo a sequência em junho.
Acomodação
"Há uma acomodação. Até o Henrique Meirelles [presidente do Banco Central] está otimista. Se ele está otimista, eu estou no céu. Vamos ter recordes sucessivos em agosto, setembro, outubro e novembro. Já teve a acomodação necessária e a indústria já está praticamente superando a sua capacidade de produzir, que foi a de 2007. O mercado consumidor também continua forte e há uma recuperação no mercado internacional", avaliou o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.
Segundo ele, houve uma "adequação" do emprego formal nos dois últimos meses por causa do forte crescimento registrado no início de 2010. "Essa adequação já está feita. Estamos mal acostumados. Sempre recorde, recorde, recorde. Mas vamos voltar [a ter recorde] em agosto", acrescentou o ministro do Trabalho.
Os números do governo revelam, porém, que a criação de empregos foi recorde no período de janeiro a julho deste ano, quando foram abertas 1,65 milhão de vagas. O recorde anterior havia sido registrado em 2008, quando foram abertos 1,56 milhão de postos formais de emprego nos sete primeiros meses daquele ano.
Previsão para 2010
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, declarou que está mantida a previsão de que sejam criados 2,5 milhões de empregos formais em todo ano de 2010. Se confirmada a marca, será novo recorde histórico. O atual recorde, para um ano fechado, foi registrado em 2007, com a abertura de 1,61 milhão de postos formais de emprego.
O Ministério da Fazenda, porém, prevê a abertura de 2,2 milhões de postos com carteira assinado neste ano, valor abaixo do previsto por Lupi. "A Fazenda é sempre mais conservadora. Se você reparar, há um tempo atrás, eles não previam nem 2 milhões [de vagas em 2010]", disse o ministro.
G1

Região Sudeste contrata quase 1 milhão de pessoas no ano

As empresas da região Sudeste efetuaram a contratação, acima do volume de demissões, de 984 mil empregados com carteira assinada no acumulado de janeiro a julho deste ano, segundo informações divulgadas nesta quinta-feira (19) pelo Ministério do Trabalho.
O valor é mais da metade de todas as 1,65 milhão de contratações feitas em todo país no período. Somente no estado de São Paulo, segundo dados do Ministério do Trabalho, foram abertas 608 mil vagas formais de trabalho no acumulado deste ano. A região Sul, por sua vez, abriu 299 mil vagas de janeiro a julho neste ano, enquanto as empresas da região Nordeste contrataram 153 mil pessoas no período. No Centro-Oeste, as vagas formais totalizaram 146 mil neste ano e, na região Norte, 70,1 mil vagas.
No mês de julho, a região Sudeste continua sendo a que mais contratou, com a abertura de 90,9 mil vagas. De acordo com dados do governo, houve a contratação de 27,5 mil vagas na região Sul em julho (recorde para a região), de 40,6 mil trabalhadores na região Nordeste no mês passado, de 12 mil na região Norte e de 10,6 mil na região Centro-Oeste.
Por estados, aqueles que mais se destacaram em julho, segundo o Ministério do Trabalho, foram São Paulo (+62,4 mil postos), Rio de Janeiro (+14 mil), Minas Gerais (+13,3 mil vagas), Paraná (+12,7 mil postos), Pernambuco (+9,9 mil vagas) e Rio Grande do Sul (+9,6 mil empregos).
"Do total de 27 unidades da federação, os dados mostram que 24 assinalaram elevação do contingente de trabalhadores formais, com quatro delas apresentando saldos recordes [Pernambuco, Rio Grande do Sul, Goiás e Sergipe] e seis com o segundo melhor desempenho", informou o Ministério do Trabalho.
G1

Governo adia ponto eletrônico para março de 2011

O governo federal adiou novamente o prazo para que o novo ponto eletrônico entre em vigor. Antes previsto para 26 de agosto, a medida passará a valer em 1º de março de 2011. A partir daí, as empresas terão 90 dias para se adequar à norma.
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, disse que a falta de equipamento disponível no mercado causou a mudança. Segundo ele, serão necessários mais de um milhão de máquinas de ponto com impressoras agregadas. A portaria 1.510, de 2009, prevê a impressão do recibo cada vez que o funcionário bater ponto.
O ministério calculou que, nos últimos dois meses, foram fabricados, em média, 184.500 equipamentos, quantidade que não atende a demanda das empresas. Lupi afirmou que não há conotação eleitoral. "Nunca me baseio nisso", disse. "Não tem nada a ver com reivindicações sindicais.". Ontem, Lupi se reuniu com lideranças sindicais.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, desaprova a portaria, por criar, segundo ele, muita burocracia para o trabalhador, custos altos para as empresas e não aumentar o controle das horas trabalhadas. Serão gastos R$ 5 bilhões para fabricação dos equipamentos, calcula a CNI.
As centrais sindicais também contestam a medida. Para a Força Sindical, é um "desperdício" eliminar acordos entre sindicatos e empresas. Algumas categorias já tiraram a hora do almoço do ponto. Outras só batem cartão quando atrasam, faltam ou fazem horas extras. As regras da portaria só valem para as empresas que adotam o registro.
Valor Econômico