terça-feira, 26 de julho de 2011

Produção industrial sente desaquecimento econômico

A produção industrial brasileira está em queda, assim como a demanda interna, que cresce abaixo da expectativa. A avaliação é do gerente executivo de Pesquisa da Conferedação Nacional da Indústria (CNI), Renato da Fonseca, ao divulgar hoje (22) a Sondagem Industrial do mês de junho.
As medidas de desaquecimento da demanda adotadas pelo Banco Central na área de juros e de crédito tiveram efeito. "A competição com os importados e a valorização cambial têm tirado demanda que poderia estar indo para os produtos domésticos.", apontou Fonseca.
Setores
Os setores que mais sofrem com o desaquecimento da indústria são têxtil, calçadista e de máquinas e equipamentos. Segundo Fonseca, a Região Sul, por sediar muitas dessas indústrias, foi a que registrou os piores indicadores. "Os setores mais tradicionais, como vestuário, madeira, máquinas e equipamentos, que têm maior competição com os importados, sobretudo dos países asiáticos, estão sofrendo mais".
O desaquecimento se revela em vários indicadores, como o de estoque da indústria que, em junho, ficou em 52,3 pontos, superando os dois meses anteriores, que registraram 51,4 pontos. Entre os 26 setores da indústria, 17 apresentaram estoque elevado.

Queda nas exportações
As empresas esperam, para este mês, queda nas exportações. O índice de expectativa recuou de 50,4 pontos, em junho, para 48 pontos em julho, abaixo da linha de 50 pontos, o que significa pessimismo.
Contudo, quanto à demanda interna, a indústria está otimista para os próximos meses. O índice para julho ficou em 61,9 pontos, o que mostra, na comparação com o mês anterior, estabilidade, pois a expectativa estava um pouco abaixo: 61,6 pontos.
Quanto ao número de empregados para julho, os empresários também estão otimistas, pois o índice ficou em 54,2 pontos, o que mostra estabilidade em relação ao mês anterior (54 pontos).
A compra de matérias-primas também ficou acima dos 50 pontos, registrando 58,2 pontos. Na comparação com junho, houve estabilidade, com índice de 58 pontos.
Recuperação
Apesar do cenário ruim, os empresários têm expectativa de que, no segundo semestre, haverá uma melhora. A expectativa de demanda para julho ficou com 61,9 pontos, motivada por fatores sazonais, como o Natal. "Pode ocorrer é que, em vez disso se refletir em uma maior demanda doméstica, se refletir em mais importação, não só de insumos, mas de produtos finais, competindo com a indústria", conclui. A pesquisa foi feita entre 1º e 15 de julho com 1.692 empresas de grande, médio e pequeno portes.

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